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Nem Tipo, nem Bravo: novo hatch médio da Fiat é o Ottimo

Do UOL, em São Paulo (SP)

22/11/2013 18h59

A GAC-Fiat, joint-venture pela qual a fabricante italiana atua na China, apresentou na quinta-feira (21) o hatchback derivado do sedã Viaggio, na abertura do Salão de Cantão 2013 (evento curto, vai até este sábado, na cidade também conhecida como Guangzhou). Nem Tipo, nem novo Bravo, nem qualquer outra ideia oportunista ou pouco imaginativa: a Fiat decidiu que o modelo vai se chamar Ottimo, algo bem latino.

Claro, a esta altura começam a pipocar especulações de que o carro virá ao Brasil -- e até de que será fabricado por aqui, na unidade que a Fiat ainda constroi em Goiana (PE) --, mas nada disso passa de... especulação. Recém-saído do forno, o Ottimo sequer tem previsão de chegar à Europa, como muito se falou, também. Por enquanto, o projeto segue os passos do sedã Viaggio -- apresentado há um ano e meio, no Salão de Pequim de 2012 -- e deve permanecer restrito ao mercado asiático.

Traduzindo: por ora, nada de confirmação sobre a substutição do hatch Bravo, que não é bom de loja, nem de uma opção para que a Fiat realmente enfrente Toyota Corolla e Honda Civic, entre outros, com alguma chance real no segmento de sedãs médios.

Uma única certeza diz respeito aos chineses: já começou o desenvolvimento da terceira variante desta família, uma station-wagon.

É ÓTIMO?
Como o Viaggio, o Fiat Ottimo é derivado do sedã americano Dodge Dart, que por sua vez foi desenvolvido sobre um aperfeiçoamento da plataforma C-Evo do italiano Alfa Romeo Giulietta, também um hatch. De uma forma ou outra, o ciclo se fechou.

Se o Viaggio dava a impressão de ser uma versão empobrecida do Dart -- este, um sedã médio premium, cheio de recursos eletrônicos e tecnológicos, apesar de não muito espaçoso --, o hatch Ottimo levanta um pouco a bola logo de cara. O visual externo é ligeiramente mais agressivo, com nova grade frontal e para-choque mais vistoso, com LEDs em "L". O mesmo pode ser dito de alguns pontos do interior, ainda que os bancos da unidade exposta no Salão de Cantão tenham revestimento de tecido (mas com ajustes elétricos para o motorista) -- há opção de couro Nappa bicolor; volante e tela central são os mesmos vistos no crossover Fiat Freemont, também no padrão adaptado da Chrysler; o teto solar é simples.

Não há informações detalhadas sobre as dimensões do hatch, apenas a medida de 2,70 metro de espaço entre-eixos, o mesmo do sedã Viaggio, que mede ainda 4,67 m de comprimento.

Com ele, a GAC-Fiat quer dobrar a produção anual na fábrica que também fica no Cantão, sul da China, próximo a Macau e Hong Kong. Com o Viaggio, a meta era emplacar 140 mil unidades; agora, é preciso despachar cerca de 300 mil carros anuais, com possibilidade de ampliação. Quando chegar às lojas chinesas, agora em dezembro, o Ottimo custará entre R$ 37.500 e R$ 47 mil (máximo de 125 mil yuans a depender da configuração), enquanto o sedã Viaggio parte do equivalente a R$ 40 mil. No Brasil, o Bravo começa oscila de R$ 54.300 (1.8 manual) a R$ 68 mil (T-Jet).

O motor do Ottimo é este 1.4 T-Jet, sobrealimentado por turbo e apenas a gasolina, mas em duas diferentes configurações, uma com 122 outra com 152 cavalos. Para o Brasil, o T-Jet é importado da Europa apenas com 152 cv para equipar Punto e Bravo. Voltando ao carro chinês, o câmbio pode ser manual de cinco marchas ou o DDCT-C635, de dupla embreagem e seis marchas.