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Salão de Paris abre com protesto e multidão

Público lota estande da Mercedes logo após a abertura do Salão de Paris, neste sábado (29) - Murilo Góes/UOL
Público lota estande da Mercedes logo após a abertura do Salão de Paris, neste sábado (29) Imagem: Murilo Góes/UOL

Claudio Luis de Souza<br>Murilo Góes

Do UOL, em Paris (França)

29/09/2012 15h06

O Salão de Paris 2012 abriu as portas ao público na manhã deste sábado (29) e em cerca de 30 minutos parecia inundado por um mar de gente. Antes, houve filas na entrada do complexo de pavilhões situado em Porte de Versailles, região sul da capital francesa.

O evento automotivo parisiense é o maior do mundo em termos de público. A edição passada, em 2010, registrou 1.263.467 de visitantes. O Salão de Frankfurt, que acontece em anos ímpares, é o maior em tamanho (em 2011, recebeu 928 mil pessoas).

A entrada mais cara no evento parisiense custa 13 euros; menores de 18 anos e maiores de 10, ou estudantes, pagam 7 euros. Sim: é mais barato que o bilhete do Salão de São Paulo, que abre dia 24.

A esperança dos organizadores é que, em meio à crise econômica europeia e à incerteza sobre o destino das duas principais fabricantes francesas -- Renault e PSA Peugeot Citroën --, um eventual recorde de público aqui em Paris traga um pouco de cor ao cinza do clima atual.

Mas, mesmo antes de se abrirem os portões do salão, sindicalistas que representam trabalhadores da fábrica da PSA em Aulnay-sous-Bois, perto de Paris, deram um "cartão vermelho" simbólico à cúpula da Citroën, que fabrica lá o C3. O prejuízo de cerca de 820 milhões de euros registrado pela PSA no primeiro semestre pode levar ao fechamento da unidade e ao corte de 8 mil empregos.

Cartazes tratavam Philippe Varin, chefão do grupo PSA, de "mentiroso". Os manifestantes puderam entrar no salão, mas não houve tumulto. Na sexta-feira, quem visitou o local e passou pelos estandes de Citroën, Peugeot e Renault foi o presidente da França, o socialista François Hollande. E na quinta, primeiro dia de apresentações à imprensa, o Greenpeace deu o ar da graça no estande da Volkswagen.

Os visitantes do salão poderão ver carros que indicam uma fase de transição da indústria. Pouco se falou de propulsão elétrica (que é cara), e muito se mostrou de modelos compactos, até mesmo da luxuosa Mercedes-Benz, que lança aqui o novo Classe A, agora hatchback. O alvo preferencial das fabricantes generalistas, de gama ampla, passou a ser o público externo, vale dizer, não-europeu.

Na Renault, o destaque é o Clio IV, geração totalmente nova do compacto, que por ora tem pouquíssimas chances de aportar no Brasil. Já a Peugeot mostra o conceito de crossover 2008, com lançamento certo em nosso país. A Volkswagen vai de Golf 7, a Citroën não nega que o C4 L será o sucessor do Pallas, e a Dacia, fabricante romena que é a que mais cresce na Europa, dá um banho de oportunismo (no bom sentido) mostrando a segunda geração de Logan e Sandero -- que, no Brasil, são Renault.

Destaque, ainda para as novas caras de New Fiesta e Fusion que a Ford ressalta aqui em Paris (este último sob forma de Mondeo).

Viagem a convite da Anfavea