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Honda Fit continua prático, mas agora com visual controverso

O pequeno Fit continua com bons predicados, mas nova cara e alto preço podem atrapalhar - Divulgação
O pequeno Fit continua com bons predicados, mas nova cara e alto preço podem atrapalhar Imagem: Divulgação

Rodrigo Lara

Do UOL, em Indaiatuba (SP)

23/03/2012 00h00

Quando o Fit mudou, em 2009, muitos comemoraram um aspecto mais aparente que sua praticidade no trânsito, sua eficiência mecânica e o bom espaço interno: de carro com "visual feminino", o monovolume passou a ter linhas mais agressivas -- num sexismo barato, mais masculinas. Independentemente de gênero, aquela nova aparência havia caído bem e o carro passou a ter um visual que, na verdade, era moderno.

Tal comentário, entretanto, não poderá ser feito em relação ao modelo 2013 do carro. Lançado no mesmo evento que apresentou a nova geração do Honda CR-V, há uma semana, o "novo" Fit mostra a chamada reforma de meia-idade. De acordo com os engenheiros da Honda, a ideia era alinhar o compacto brasileiro àquele vendido no exterior.

Para tanto, algumas mudanças estéticas foram feitas. Paralamas e parachoques dianteiros e traseiros redesenhados, conjunto óptico dianteiro em novo formato e novas rodas fazem parte do pacote. Até aí, tudo bem. O problema é que, no meio dessas novidades, está uma grade refeita, ao estilo "bigodinho". Ela destoa tanto do conjunto que a primeira coisa ouvida entre os jornalistas presentes, assim que o carro foi revelado, foi a palavra "inacreditável". No mau sentido.

A gama do monovolume da marca japonesa encolheu: eram nove, agora são seis versões. Saíram de cena o Fit DX automático e o LXL (manual e automático). As alterações nos pacotes de equipamentos não foram extensas, com a versão LX ganhando novo rádio com entrada USB, freios ABS e rodas aro 15 polegadas, e a versão EX automática com hastes para troca de marchas atrás do volante. Confira aqui a lista completa de equipamentos.

A melhora mais importante, e que atinge todas as versões, foi o aumento da capacidade do tanque de combustível, de 42 para 47 litros, de grande valia considerando que o Fit é flex, e que a autonomia é reduzida quando abastecido com etanol.

Com a reorganização na linha, as versões e seus preços são os seguintes:

- Honda Fit DX 1.4 16V Manual: R$ 51.800
- Honda Fit LX 1.4 16V Manual: R$ 55.700
- Honda Fit LX 1.4 16V Automático: R$ 58.900
- Honda Fit EX 1.5 16V Manual: R$ 62.120
- Honda Fit EX 1.5 16V Automático: R$ 65.720
- Honda Fit EXL 1.5 16V Automático: R$ 67.720

Com os novos preços, o Fit de entrada continua caro. De acordo com o valor praticado no mercado, são R$ 2.328 reais a mais cobrados pela versão de entrada. Mas a versão top ficou R$ 2.524 mais barata em relação ao modelo antigo. Os valores de referência são da Tabela Fipe para março e podem incluir os típicos descontos praticados quando o carro está na proximidade de uma mudança.

MAIS DO MESMO
A parte boa: o Honda Fit continua sendo o mesmo carro ao volante. Não é força de expressão; manter as características do modelo anterior é algo realmente bom, porque não seria exagero dizer que o Fit é um dos mais práticos e racionais entre os carros à venda no Brasil. A oferta de espaço interno faz os ocupantes, especialmente os do banco traseiro, duvidarem das leis da física. Num corpo compacto (o que significa agilidade no trânsito urbano), o Fit consegue ter uma oferta de espaço interno inigualável.

A modularidade também é um ponto forte. O porta-malas, de 384 litros, pode ser expandido de acordo com a necessidade com o rebatimento dos bancos -- uma tarefa bem simples de ser realizada. De um carro espaçoso para quatro ocupantes (um quinto, como é de se prever, passa um pouco de aperto no banco traseiro, apesar do assoalho plano), ele pode se transformar num pequeno veículo de carga com a movimentação dos bancos.

A avaliação realizada por UOL Carros foi feita no autódromo da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, interior de São Paulo. E foi curioso ver o pequeno carro urbano da Honda ser levado até próximo do seu limite fora do seu principal ambiente de trabalho -- mesmo palco da apresentação da reestilização do carro em 2009.

De cara, chamou a atenção a estabilidade do carro. Simples de controlar e com pouca oscilação da carroceria, o pequeno se mostrou divertido para encarar curvas -- especialmente a versão manual, que tem um câmbio que permite trocas precisas e deixa o motorista utilizar a força do motor como bem entender. Já a versão automática (a avaliada era a EX, com hastes para a troca sequencial) se mostrou mais morosa, mesmo tendo um motor mais potente que o 1.4 da versão LX manual.

Os propulsores são os mesmos do modelo anterior. O 1.4 16V i-VTEC de 101 e 100 cavalos a 6.000 rpm (etanol e gasolina, respectivamente) de potência e 13 kgfm a 4.800 rpm de torque (etanol e gasolina) e o 1.5 16V i-VTEC de 115 e 116 cavalos a 6.000 rpm (etanol e gasolina, respectivamente) de potência e 14,8 kgfm a 4.800 rpm de torque (etanol e gasolina). Clique para mais informações técnicas.

Se a cara mudou (para pior), no final do teste ficou claro que o Fit mantém seu principal argumento de compra. E, dentro da racionalidade a que o carro se propõe, ser prático importa mais do que ser bonito.

Viagem a convite da Honda do Brasil