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Em crescimento nos Estados Unidos, Nissan elege Brasil como mercado-chave

Pequeno March é a principal arma da Nissan para ganhar participação no mercado nacional - Divulgação
Pequeno March é a principal arma da Nissan para ganhar participação no mercado nacional Imagem: Divulgação

Da Redação

29/11/2011 18h49

Das três principais fabricantes de carros japonesas, a Nissan claramente é a que menos sentiu os efeitos do terremoto seguido de tsunami que afetou o Japão em março deste ano. Ao contrário de Toyota e Honda, que tiveram suas produções -- e, consequentemente, vendas -- atingidas, a empresa sediada em Tóquio se aproveitou da crise das rivais para crescer nos principais mercados do mundo.

Esse movimento foi visto em especial nos Estados Unidos, onde o sedã Altima vende mais que o Honda Accord desde maio e, em outubro, vendeu mais que o Toyota Camry, simplesmente o carro mais comercializado naquele país. Aliás, a Nissan não passou ilesa apenas dos desastres naturais no seu país de origem: a marca também sobreviveu à crise econômica de 2008 e 2009 e, desde então, vem aumentando sua participação no mercado norte-americano de forma contínua.

Em entrevista ao boletim "Automotive News", o presidente da Nissan das Americas, Colin Dodge, afirmou que a parceria com a Renault é um grande trunfo para a companhia. "Temos acesso a qualquer tecnologia disponível no mundo. Assim, o crescimento é questão de tempo", afirma.

BRASIL NA MIRA
Além do mercado norte-americano, a Nissan também planeja crescer no Brasil, aos moldes do que a sua rival, Toyota, pretende. A estratégia da marca teve início com o lançamento do March e do Versa, dois carros que prezam por serem simples e racionais. Enquanto o primeiro busca conquistar compradores no principal segmento do mercado brasileiro, o segundo mira o comprador de "sedã compacto com tamanho de médio".

 

E é justamente o mercado brasileiro o mais desafiador para a companhia. Enquanto nos Estados Unidos ela cresce em bom ritmo e no México é líder de mercado, aqui a marca ainda detém ínfimos 1,7% de participação. Há alguns meses, esbarrava na falta de produtos e de lembrança do consumidor. Daí o investimento em propagandas como a dos "pôneis malditos" (que anunciava a picape Frontier), em sua maioria provocando as fábricas rivais -- e, consequentemente, caindo no gosto popular.

Juntamente com esse investimento em imagem, a Nissan também planeja algo mais palpável. A sua fábrica em Resende, no Rio de Janeiro, começará a produzir em 2014 e o plano da montadora é que o mercado brasileiro receba dez modelos novos nos próximos cinco anos. Somados aos três carros prometidos pela Toyota, teremos oito carros japoneses inéditos no país, alguns deles, como o Toyota Etios, desbravando territórios pouco explorados pelas fábricas nipônicas. É a prova que o pessoal do outro lado do mundo está de olhos bem abertos para o mercado brasileiro.