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Audi aposta no conservador A7 na briga entre os cupês de quatro portas

Com o A7 Sportback, Audi entra no clube inaugurado pelo Mercedes-Benz CLS - Divulgação
Com o A7 Sportback, Audi entra no clube inaugurado pelo Mercedes-Benz CLS Imagem: Divulgação

Da AutoPress

Especial para o UOL

31/07/2010 10h00

Nos últimos anos, os consumidores de carro -- principalmente aqueles com mais dinheiro no bolso -- têm se deparado com alguns novos modelos que não se encaixam em nenhuma outra categoria existente. Foi o caso do Mercedes-Benz CLS, de 2004, que pela primeira vez uniu a esportividade de um cupê com o conforto e as quatro portas de um sedã. E o CLS ficou muito tempo sozinho na nova categoria. Mas a Audi resolveu entrar nessa briga. O A7 Sportback será lançado oficialmente no Salão de Paris, em outubro. E na onda dos lançamentos mundiais luxuosos que chegam ao Brasil rápido, o A7 deve desembarcar em território nacional até o final do ano.

A concorrência promete ser dura para a marca das quatro argolas. Até porque, apesar de novo, o nicho de mercado já tem mais de uma faixa de combate. Na faixa de preço inferior fica o Volkswagen Passat CC. Mais acima encontram-se o CLS, que está prestes a receber nova geração, o próprio A7 e o futuro BMW Gran Coupé, que teve a sua produção confirmada. Na faixa dos superesportivos de luxo ficam o Porsche Panamera, o Aston Martin Rapide e o Maserati GTS. Todos esses disputam um lugar na garagem de algum milionário com vontade de mostrar status e, de quebra, levar a família.

No tamanho, o mais novo integrante da turma dos cupês de quatro portas de luxo é muito semelhante com o cupê quatro portas da Porsche. São 4,97 metros de comprimento, 2,91 metros de distância entre-eixos, 1,42 metro de altura e 1,91 metro de largura. Em nenhuma dimensão a diferença para o Panamera ultrapassa dois centímetros.

O que distancia o Audi dos seus concorrentes é principalmente o design. Enquanto Mercedes-Benz, Porsche, Aston Martin e até a mesmo a conservadora Volkswagen, proprietária da marca Audi, apostaram alto no estilo arrojado, o A7 manteve o aspecto sóbrio e pouco criativo do restante dos modelos Audi. São carros que abusam de linhas retas, sem surpresas, e concentram a modernidade nos LEDs do conjunto ótico dianteiro. A maior inovação fica na bela coluna traseira, que para ficar com o aspecto cupê, tem um caimento brusco. Na frente, tudo previsível. Os faróis têm formato irregular, a grade com frisos cromados se estende até a base do para-choque e é delineada por um filete também cromado. Nas extremidades ficam os faróis de neblina. Na lateral, o que chama a atenção é a linha do teto, que a partir da coluna central vai caindo em direção à traseira. Por trás, as lanternas de LEDs invadem a tampa do porta-malas.

Por dentro, onde há um painel com belo design com detalhes em alumínio, couro e madeira, o destaque fica por conta da grande tela retrátil. Dependendo da configuração escolhida ela tem 6,5 ou 8 polegadas sensível ao toque e abriga o MMI, sistema de multimídia da marca. Junto com ele vem uma inovação emprestada do sedã de luxo A8. Um pequeno painel no console central em que o usuário escreve o lugar que quer ir ou o número de telefone que quer ligar e o sistema reconhece e faz a ação requisitada.

Sob o capô, são quatro opções de motorização, todas com seis cilindros em V e injeção direta de combustível. Ambas as versões a diesel são equipadas com o mesmo motor, mas com potências diferentes. O 3.0 TDI gera 204 cv na versão mais mansa e 245 cv na mais potente. Também são duas opções a gasolina, mas dessa vez com dois propulsores diferentes. O 2.8 FSI gera 204 cv e 28,5 kgfm de torque a 5.250 rpm. O mais forte da gama é o turbinado 3.0 TFSI, que tem 300 cv de potência e 44,8 kgfm de torque entre 2.900 e 4.500 giros. O desempenho ainda não foi divulgado.

O Audi A7 Sportback começa a ser vendido na Europa logo após o Salão de Paris pelo preço de 51.250 euros, equivalente a R$ 117 mil. O principal concorrente do A7, a Mercedes-Benz CLS, é vendida por 57 mil euros, R$ 130 mil. O que mostra que a marca Audi ainda precisa apelar para o preço para encarar a conterrânea. (por Rodrigo Machado)