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Ford Focus Ghia manual aposta em bom recheio por preço menor

Ford Focus Ghia três-volumes, top de linha com câmbio manual, parte de R$ 69.910 - Carta Z Notícias
Ford Focus Ghia três-volumes, top de linha com câmbio manual, parte de R$ 69.910 Imagem: Carta Z Notícias

Da AutoPress

Especial para o UOL

21/06/2010 20h17

A Ford apostou em diferentes frentes para tentar alavancar as vendas do Focus com a chegada da segunda geração, em fins de 2008. Equipou a versão top Ghia com gadgets interessantes, como uma forma de diferenciação no segmento de sedãs médios. Depois, finalmente colocou a tecnologia flex no motor topo de linha, o 2.0 16V, em fevereiro deste ano.

FICHA TÉCNICA
Ford Focus Ghia 2.0 16V M/T

Motor: Gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.999 cm³, quatro cilindros em linha, duplo comando no cabeçote, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão:Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 143 cv com gasolina e 148 cv com etanol a 6.250 rpm.
Torque máximo: 18 kgfm com gasolina a 4.250 rpm e 19 kgfm com etanol a 5.250 rpm.
Diâmetro e curso: 87,5 mm x 83,1 mm. Taxa de compressão: 10,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Traseira independente em braços múltiplos, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora. Não oferece controle eletrônico de estabilidade.
Freios: Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. ABS, EBD e controle de frenagem em curvas.
Pneus: 205/55 R16 em rodas de liga-leve.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. 4,48 metros de comprimento, 1,84 metro de largura, 1,50 metro de altura e 2,64 metros de distância entre-eixos. Airbag duplo frontal de série.
Peso: 1.347 kg em ordem de marcha, com 400 kg de carga útil.
Porta-malas: 526 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: Pacheco, Argentina.
Lançamento mundial: 2004, com face-lift em 2007.
Lançamento no Brasil: 2008.

É verdade que não surtiu grandes efeitos comerciais, mas também ajudou o três volumes a manter sua média mensal de 600 unidades. Neste cenário, a versão Ghia mecânica tem uma espécie de posição privilegiada. Reúne o maior pacote de equipamentos e agrega uma imagem de requinte, tudo com uma pegada levemente mais esportiva garantida pelo câmbio manual e pelo propulsor de 148 cv. E ainda com um custo/benefício atraente, já que parte de R$ 69.910.

A configuração top do três volumes é mesmo bem equipada. O modelo é o único da linha a receber ar automático com dual zone, bancos de couro, assento do motorista com ajustes elétricos, rádio/CD/MP3 com Bluetooth, entradas USB e interface com iPod, volante multifuncional com comandos do som e do controle de cruzeiro, descansa-braço traseiro com porta-copos, iluminação do assoalho dianteiro e teto-solar elétrico. No visual, destacam-se os detalhes cromados nas maçanetas internas, na grade frontal e na régua do porta-malas. Na parte de segurança, o Ghia ainda oferece retrovisores externos aquecidos e com luz de aproximação e um sensor de obstáculos traseiros.

Ao mesmo tempo, a versão também oferece outros atributos vantajosos. Um deles é o sistema de proximidade na chave que permite dar a partida através de um botão no console central. O outro é o comando de voz, em que o ocupante controla verbalmente desde a equalização do som até a intensidade do ar e as chamadas pelo viva-voz Bluetooth. Aliado a isso, o modelo topo de linha do sedã médio da Ford recebe itens previsíveis. Na segurança, airbag duplo e freios com ABS, EBD e controle de frenagem em curvas. No conforto, trio com vidros com sistema um toque e anti-esmagamento, regulagens de altura e de profundidade da coluna de direção, espelhos iluminados nos para-sóis, faróis de neblina e rodas de liga leve. A direção é eletro-hidráulica com três modos de condução: Normal, Conforto e Sport.

O Focus Ghia sedã usa sempre o motor 2.0 16V, que recebeu a tecnologia flex em fevereiro. São 143 cv de potência com gasolina e 148 cv com etanol a 6.250 rpm e torque máximo de 18 kgfm a 4.250 rpm com o combustível fóssil e 19 kgfm com etanol a 5.250 rpm. No conjunto, destaque para a sempre elogiada suspensão traseira multilink, que acompanha o modelo médio desde a primeira geração, de 2001. Com câmbio automático, a versão Ghia alcança R$ 74.520.

Desta forma, a versão manual por R$ 69.910 fica com moral para brigar com seus rivais de marcas japonesas. O Toyota Corolla XEi, líder do segmento, parte dos R$ 69.440, enquanto o Honda Civic LXL 1.8 com bancos de couro custa R$ 70.585. Já as versões top de Renault Mégane, Citroën C4 Pallas, Chevrolet Vectra e Nissan Sentra, que têm nível de equipamento similar, só são oferecidas atualmente com câmbio automático. E o Focus sedã Ghia ainda oferece itens que os outros não têm, como direção eletro-hidráulica com três modos de ajuste, teto-solar e comando de voz. (por Fernando Miragaya)

IMPRESSÕES AO DIRIGIR
Focus mostra que é um sedã bem certinho

O Ford Focus sedã é um daqueles carros bem certinhos. A começar pelo desempenho, com o motor 2.0 16V oferecendo arrancadas e retomadas competentes. Basta pisar no pedal do acelerador do três-volumes para ter respostas eficientes. O câmbio com engates curtos e precisos, na maioria das vezes, beneficia a performance com relações curtas da primeira para a segunda e da segunda para a terceira. Graças a esse conjunto, o carro sai da imobilidade e alcança os 100 km/h em satisfatórios 10,6 segundos. Na hora das ultrapassagens e em trechos de subida, o Focus também não decepciona. O motor enche bem com boa parte dos 19 kgfm de torque disponíveis aos 3.000 giros, o que beneficia as retomadas sem a necessidade de constantes reduções de marcha.
Em trechos de serra, o Focus sedã também ratificou o seu ótimo comportamento dinâmico. O modelo não faz qualquer menção de desgarrar nas curvas e a carroceria torce o mínimo necessário. Nas frenagens bruscas, o modelo não mergulha muito a frente e o ABS e o EBD ajudam a manter o carro sob controle do motorista e na trajetória. Nas retas, a impressão que se tem é que se está a uma velocidade bem menor do que a real, tamanho é o equilíbrio do modelo da Ford. Só a partir dos 160 km/h surge uma sensação de flutuação da carroceria. Mesmo assim, foi possível chegar sem grandes esforços à máxima de 195 km/h.
Um aspecto interessante no Focus Ghia sedã é o controle da direção eletro-hidráulica. Na estrada e em velocidades superiores a 80 km/h o ideal é usar o modo Sport, que enrijece a direção e a deixa mais firme. Para estacionar, o modo Conforto deixa o volante bastante leve, beneficiando a manobrabilidade. Além disso, o motorista conta com bons aliados para o trânsito do dia-a-dia, como a visibilidade frontal abrangente, o sensor de obstáculos traseiro e a posição elevada de dirigir.
A ergonomia e o conforto estão dentro do previsto para um sedã médio. A versão Ghia oferece regulagens de altura e de profundidade do volante e do banco do motorista (este com ajustes elétricos), um interior bem pensado com vários comandos acessíveis sem a necessidade de desviar a atenção ou o corpo para acioná-los. Além disso, o condutor ainda pode usar o comando de voz para controlar som, ar e Bluetooth. Basta dizer quantos graus de temperatura quer no ambiente que o sistema ajusta-se automaticamente. Ao mesmo tempo, há bom espaço para pernas e cabeça do motorista e carona, e só mesmo os passageiros de trás tendem a rapar a cabeça no forro do teto. Já a suspensão multilink na traseira -- muito bem calibrada -- absorve as buraqueiras da pista sem refletir em sacolejos no habitáculo e também sem ser molenga demais para as altas velocidades. Comportada -- como é esse carro.