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Ferrari 458 Italia inaugura conceito que grife quer adotar nos seus carros

Ferrari 458 Italia: "45" pelo motor de 4,5 litros; "8" pelos cilindros; e "Italia" pela pátria - Divulgação
Ferrari 458 Italia: "45" pelo motor de 4,5 litros; "8" pelos cilindros; e "Italia" pela pátria Imagem: Divulgação

Da AutoPress

Especial para o UOL<br>Em Maranello (Itália)

20/05/2010 11h13

Foi há mais ou menos uma década que a Ferrari deixou de construir automóveis considerados apenas fantasias acalentadas por uma clientela restrita e por potentes motores sob o capô. E passou a criar máquinas de sonhos, diferentes dos demais automóveis pelas soluções aplicadas e, sobretudo, pelo resultado prático nas ruas. Agora, como nunca antes, este conceito é aplicado em um modelo, o novo 458 Italia, o mais recente membro da marca de Maranello -- à venda no Brasil por cerca de R$ 1,5 milhão -- e estreante de uma concepção de veículo que a Ferrari pretende seguir em todas as suas criações na próxima década.

Herdeiro de toda a tradição detida pela montadora em esportivos com motor V8 central-traseiro, o 458 Italia lança mão de um impressionante arsenal tecnológico. O que ele tem de mais convencional talvez seja sua designação comercial: "45", que indica a capacidade do motor 4.5 litros; "8" para o número de cilindros; e "Italia" em homenagem ao seu país de origem. 

ÁLBUM DE FOTOS
Divulgação
DETALHES DA 458 ITALIA

O 458 Itália é um modelo completamente novo, cuja equipe de desenvolvimento foi liderada por um engenheiro vindo da equipe da Fórmula 1 da Ferrari. E não é de se admirar, portanto, que o esportivo seja capaz de oferecer excelentes níveis de consumos e emissões, tendo em conta o rendimento do motor e o nível de performance. Em termos tecnológicos, muitas soluções também são importadas da F1. Caso do habitáculo. Foi criado com o intuito de facilitar a tarefa do motorista, com todos os comandos e mostradores ao alcance dos olhos e mãos. Tudo para que o condutor possa estreitar ao máximo a sua relação com a máquina.

Potente, leve e compacto, ainda que, apesar da aparência, a distância entre-eixos tenha aumentado frente ao F430, e o habitáculo seja, por isso, mais espaçoso, o 458 Italia foi criado e pensado para o uso em pistas, onde é capaz de revelar o seu melhor. "Nascido para os circuitos, construídos para a estrada" é como a Ferrari o define, já que a evoluída eletrônica permite que a sua utilização cotidiana na via pública seja igualmente fácil e convincente em quaisquer circunstâncias. E, se motor, caixa e suspensão constituem uma evolução dos mesmos equipamentos aplicados no California, o 458 Italia promete ser o melhor representante do segmento em termos de desempenho, consumos e emissões.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
O impacto inicial causado pelo 458 Italia deve-se a sua estética: extremamente baixo, esguio e compacto, o modelo tem uma imagem que intimida. No habitáculo, apesar de toda a esportividade, requinte e sofisticação não são palavras vãs, enquanto o couro é largamente aplicado nos revestimentos internos. A posição de dirigir, contudo, é o que mais chama a atenção. O banco é extremamente baixo e envolvente e o volante de competição oferece diversos comandos multifuncionais, onde é possível controlar quase tudo do carro.


Em vídeo oficial, um pega entre duas Ferrari 458 Italia

Com o motor ligado por meio do já tradicional botão instalado no volante, o V8 acorda com um rugido controlado, mas que se mostra decidido e nas primeiras voltas na pista dá mostras de seu poderio. Logo nos quilômetros iniciais, sobram elogios para a resposta do propulsor, o desempenho e o escalonamento da transmissão e a capacidade da suspensão em absorver as irregularidades do piso, algo raro para um automóvel com estas características. Além de mostrar um comportamento muito superior ao jogo de suspensão da F430.

Em trechos de serra, é hora de explorar mais e melhor todo o potencial do 458 Italia. Com o pé fundo no acelerador, o ruído do motor traseiro impressiona tanto quem está a bordo como quem se encontra do lado de fora. É soberba a facilidade com que alcança as 9 mil rpm – seu regime máximo de funcionamento e ao, mesmo tempo, faixa de giros na qual se atinge a potência máxima. O desempenho é de tirar a respiração: menos de 3,4 segundos no zero a 100 km/h e mais de 325 km/h de velocidade máxima.

A caixa robotizada de dupla embreagem e sete velocidades (a única disponível no 458 Italia) também é destaque. As trocas de marchas são suaves e extremamente rápidas. Seja nas reduzidas ou no aumento das marchas, a caixa se adapta em segundos ao tipo de condução praticada, tanto faz se mais agressiva ou mais comportada. As frenagens são tão eficientes quanto as acelerações. Os generosos discos de cerâmica são de série e evidenciam uma capacidade de frenagem de nível superior. Uma outra promessa é que o 458 Italia exigiria menor esforço do motorista ao volante para fazer curvas mais acentuadas do que no F430, o que é cumprido com plenitude. A direção, além disso, é muito rápida e precisa, o que contribui para que o 458 Italia seja uma extensão do próprio corpo do condutor.

As curvas oferecem mais prazer e emoção ao motorista. A traseira do esportivo se mostra muito estável. E, se é verdade que a muita eletrônica embarcada permite, mesmo aos menos dotados, dirigir rápido em estradas sinuosas com os principais dispositivos de segurança desligados, o 458 Italia continua sendo um esportivo verdadeiramente comunicativo e estável. Desta forma, é possível garantir que este é, sem dúvida, um dos melhores e mais emocionantes superesportivos do planeta. O que ajuda a justificar um preço ao alcance de poucos. (*por Antonio de Sousa Pereira da AutoMotor/Portugal)