Volvo F mostra que o veículo mais bem equipado feito no Brasil é um caminhão

Da Auto Press

O veículo mais bem equipado produzido no Brasil não é um sedã sofisticado. Muito menos um ostensivo utilitário esportivo. Cabe a um caminhão este título. A nova linha de pesados F da marca sueca Volvo oferece uma parafernália de dispositivos tecnológicos raros no mercado de comerciais e só encontrados em marcas de automóveis de luxo. Obviamente, como sempre ocorre com caminhões, cada conteúdo fica ao gosto do freguês. O "pacote tecnológico" completo da linha F adiciona cerca R$ 50 mil ao preço do caminhão -- que, dependendo da configuração, pode passar de R$ 500 mil.
  • Divulgação

    Volvo aposta em alta tecnologia e requinte em sua nova linha de caminhões pesados

A lista de equipamentos se traduz em uma "sopa de letrinhas" que serve para valorizar os dispositivos da linha F e que podem começar com o ACC (Active Cruise Control), que trabalha em conjunto com a caixa de câmbio automatizada I-Shift. É uma espécie de controle de cruzeiro inteligente, já aplicado pela marca no sedã S80 e no crossover XC60. Quando acionado, um radar passa a monitorar o veículo à frente para manter constante a distância, medida em segundos. Caso haja uma aproximação, o sistema reduz e freia o caminhão. Quando há pista livre, o caminhão retoma a velocidade programada. No caso da iminência de uma colisão, o ACC é capaz até de parar o caminhão automaticamente.

No alfabeto de itens da Volvo, tem ainda o LKS (Lane Keeping System). Como o próprio nome diz, trata-se de um sistema que monitora a faixa de rodagem na qual o caminhão trafega. Ou seja, caso o veículo mude de faixa, o equipamento dispara um aviso sonoro. Um instrumento para minimizar uma eventual desatenção do condutor e até mesmo casos de sonolência do motorista ao volante. O equipamento integra o que a marca sueca chama de DAS, o detector de nível de atenção do motorista, um dispositivo que é acionado automaticamente quando quem está ao volante apresenta um estilo de condução fora do convencional.

Já o LCS (Lane Change Support), definido pela montadora como sensor de ponto cego, é um radar que monitora a presença de algum veículo ou objeto na lateral direita do caminhão -- no ponto onde é mais difícil o condutor observar a presença de outros veículos, mesmo pelo espelho. O alerta do LCS é disparado através de um display luminoso instalado na coluna dianteira direita da cabine. O dispositivo só funciona com o veículo a uma velocidade superior a 35 km/h e com a seta acionada. Há ainda um kit batizado de ADR, voltado para o transporte de substâncias perigosas, que inclui chaves gerais extras, chicotes com mangueiras de plástico enrugado, conexões elétricas seladas, entre outros.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

  • Por mais tecnologia e conforto que tenha, não dá para recorrer ao lugar-comum que é comparar um caminhão como o Volvo FH a um carro de passeio. Pode-se, no entanto, recorrer a outra imagem, com bastante propriedade: tem a mobilidade de um elefante em loja de louças. Para conduzir um caminhão que pode tracionar 78 toneladas por ruas e até em estradas largas é preciso ter plena consciência da enorme potência e o poder destrutivo de uma curva malfeita ou um espaço mal calculado.

    Essa pujança, juntamente com o preço salgadíssimo desse gênero de veículo, é que torna os equipamentos eletrônicos de controle dinâmico tão benvindos. Câmbio I-Shift, direção levíssima, banco com suspensão individual, sistemas de controle de distância, de alerta de mudança de faixa e de ponto cego, ABS, ESP... Todos eles suavizam a vida do operador - motorista é coisa de veículo leve - e deixam o FH mais capacitado para se misturar aos frágeis automóveis que o cercam. (por Eduardo Rocha)

Siglas mais comuns também aparecem no caminhão tecnológico da Volvo, como o ESP, ou o controle eletrônico de estabilidade. O sistema, que já é aplicado em larga escala em automóveis de passeio na Europa mas ainda é exclusivo de modelos mais caros e requintados no Brasil, também dá as caras na linha FH. O dispositivo, porém, está vinculado como opcional ao ABS e EBD dos freios a disco. Do mesmo jeito, os airbags sempre recebem cintos com pré-tensionadores. E os faróis de xênon estão vinculados a lavadores de farol e à suspensão pneumática -- que nivela a altura do veículo. A suspensão pneumática agora está disponível também para os modelos na configuração 6X2 e com entre eixos de 3 metros, 3,20 m, 3,40 m e 3,70 m.

Os faróis de xênon são opcionais, mas a nova linha FH teve no conjunto óptico sua alteração externa mais perceptível. Os faróis em duas seções trazem lentes de policarbonato para as luzes principais e lentes de vidro para os faróis auxiliares. As setas indicadoras de direção incorporaram LEDs e o modelo ainda pode ser equipado -- também como opcional -- com o farol autodirecional, que funciona com o caminhão em uma velocidade de até 40 km/h.

Por dentro, os bancos foram remodelados e as camas passaram de 70 cm para 76 cm de largura. O modelo ainda conta com seis novas luzes de leitura internas, espelhos retrovisores redesenhados e com desembaçadores. Os modelos FM 11 litros e 13 litros têm novo quadro de instrumentos e o painel foi redesenhado, com novos porta-objetos, tomadas de 12 e 24 V e rede de objetos. Além disso, a Volvo lançou a cabine Globetrotter XL, 14 cm mais alta que a Globetrotter convencional. Afinal, não basta ser mais equipado, o visual também precisa sustentar a imagem de imponência. (por Eduardo Rocha e Fernando Miragaya)

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