Brasil e Argentina prorrogam acordo sobre automóveis por 4 meses

Buenos Aires, 28 fev (EFE).- Brasil e Argentina, as maiores economias do Mercosul, prorrogaram por quatro meses seu acordo transitório sobre comércio compensado de automóveis, com o objetivo de assinar um definitivo.

Fontes do Ministério da Economia argentino confirmaram hoje que este acordo transitório estará vigente até 30 de junho.

A última prorrogação do convênio bilateral vigente desde 1991 foi assinada no fim de dezembro, e ia até a próxima quinta.

O novo convênio transitório fixa a data de 1 de julho como limite para a conclusão da negociação entre os dois países para estabelecer um marco no intercâmbio bilateral de automóveis, depois da desistência de liberalizar o comércio do produto a partir de 1 de janeiro do 2006.

As reuniões para adiantar a negociação acontecerão "pelo menos a cada 15 dias", em sedes alternadas.

O texto da nova prorrogação diz que o acordo definitivo deverá "prever mecanismos de crescimento e desenvolvimento harmônico da indústria automotriz de ambos países, favorecendo particularmente o aumento da produção e o investimento no setor na Argentina".

Além disso, o futuro convênio deverá "buscar a Integração efetiva das redes de produção dos dois países, visando alcançar níveis de competitividade internacional com base em um processo real de complementação industrial, que encontra uma plataforma comum para promover ativamente uma crescente inserção internacional por meio do aumento sistemático das exportações fora da região".

Mais de 50% dos automóveis vendidos no mercado argentino são fabricados no Brasil, mas nesse país a proporção de veículos de origem argentina é menor que 2%, frente ao nível de 10 para 12% da última década.

A severa crise econômica de 2002 na Argentina fez com que várias multinacionais reduzissem substancialmente sua produção no país ou se dedicassem a fabricar motores e peças em lugar de veículos, já que optaram por importá-los de suas instalações brasileiras.

As empresas do setor preferiram estabelecer sua produção de carros de baixo custo e preço no Brasil devido aos incentivos tributários do país, assunto que gerou muitos protestos da Argentina nos últimos anos.

Em fevereiro de 2005, quando se dava por certo que a Argentina não aceitaria chegar ao livre mercado de automóveis com o Brasil em janeiro do 2006, as empresas instaladas nos dois países concordaram em pedir uma prorrogação de dois anos para a abertura.

No entanto, o Governo argentino rejeitou esse pedido, com o argumento de que, para a entrada em vigor do livre mercado, é imprescindível corrigir as diferenças econômicas em relação ao Brasil.

UOL Cursos Online

Todos os cursos