Concordata da GM é inevitável após fracasso da re-estruturação da dívida

Em Washington

A montadora americana General Motors (GM) deve declarar concordata em breve depois do anúncio nesta quarta-feira (27) do fracasso da re-estruturação de sua dívida obrigatória, que reuniu uma adesão dos credores "significativamente menor" que a necessária.

A líder americana do setor automotivo tinha como meta obter acordo de 90% dos proprietários das obrigações de sua dívida.

A GM propôs aos credores transformar seus títulos em ações do grupo. No esquema inicialmente apresentado, eles deviam receber 10% do capital da empresa, o que levou seus representantes a se considerarem prejudicados em relação às demais partes envolvidas. Como a oferta não recebeu o apoio necessário, ela não será realizada, informou o grupo em um comunicado.

O conselho de administração da GM vai se reunir para discutir as medidas que devem ser tomadas no lugar da oferta recusada.

A re-estruturação de US$ 27,2 bilhões da dívida não garantida era uma das condições impostas pelo Tesouro americano para evitar a concordata. O prazo para adotar esta medida continua com vencimento em 1º de junho.

Segundo uma fonte próxima ao caso, o fracasso da oferta havia sido antecipado em Washington. "Não é uma coisa que assusta o governo", afirmaram na terça-feira os analistas devido à falta de interesse dos credores. Eles já falavam inclusive no provável pedido de concordata que aconteceria em seguida.

A falência da GM seria a quarta maior da história recente dos Estados Unidos. Com US$ 91 bilhões de ativos no fim de 2008, o grupo viria após o banco de negócios Lehman Brothers (setembro de 2008, US$ 691 bilhões de ativos), o banco comercial Washington Mutual (setembro de 2008, US$ 328 bilhões de ativos) e o grupo de telecomunicações WorldCom (julho de 2002, US$ 104 bilhões de ativos).

A administração Obama estaria pronta para injetar até US$ 50 bilhões de dólares para evitar uma liquidação que pode ter consequências em cadeia no conjunto da economia.

O Tesouro já havia previsto que, em caso de concordata, os acionistas atuais iriam perder tudo e que os donos de títulos não garantidos poderiam não receber nada.

O Estado federal continuaria sendo acionista apenas por um curto período, e desempenharia apenas um papel "mínimo", afirmou na terça-feira à noite uma fonte ligada ao caso.

A concordata da GM seria muito mais complicada do que a de seu pequeno rival Chrysler, que não é cotado na Bolsa e tem pouca presença internacional.

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