Nesta semana, a Audi confirmou que vai encerrar o desenvolvimento de motores a combustão interna a partir de 2026, quando passará a focar exclusivamente modelos 100% elétricos. Este é mais um movimento de montadora rumo à eletrificação da mobilidade, mas chama a atenção a escolha do ano de 2026 para promover a transição. De acordo com a ACEA, a associação dos fabricantes europeus de veículos, o anúncio da Audi não se trata de escolha aleatória. Na verdade, está relacionado diretamente à legislação que limita emissões de poluentes naquele continente, que ficará muito mais rigorosa a partir de 2025. Neste ano começa a vigorar na Europa o Euro 7, que deverá colocar em prática as audaciosas propostas do Clove, o Consórcio para Ultra Baixas Emissões. Segundo a ACEA, as possíveis novas regras, na prática, inviabilizariam a produção em massa de motores convencionais a gasolina e diesel no mercado europeu dentro de menos de quatro anos. Vale deixar claro que as diretrizes do Euro 7 ainda estão em discussão. "A ACEA acredita que os cenários de limite de emissões apresentados pelo Clove, combinados com as novas condições de testagem dessas emissões propostas, resultaria na prática a uma situação bem similar ao banimento de motores a combustão interna, incluindo os de veículos híbridos", manifestou-se a associação. Dentre as propostas que poderão virar lei estão a adoção de um catalisador aquecido a eletricidade, mais três catalisadores convencionais para motores 1.0. Além disso, está em discussão instalar nos veículos novos um sistema de autodiagnose para garantir que estes atendam os limites de emissões até 240 mil km. São itens muito complexos e caros de desenvolver, protesta a ACEA, sugerindo que a saída mais viável seria mesmo direcionar os recursos para pesquisa e desenvolvimento para os elétricos - que têm zero emissões de poluentes e têm construção mecânica muito mais simples. Agora resta saber como ficará o Euro 7, mas uma coisa é certa: a eletrificação da mobilidade é inevitável e virá com toda a força dentro de poucos anos. |