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Kawasaki Versys 650, R$ 32.990, ficou mais forte e confortável na estrada

Arthur Caldeira

Da Infomoto, em São Paulo (SP)

05/11/2016 08h00

Com quase 10 anos de vida, a Versys 650 pode ser considerada precursora de aventureiras esportivas como Honda NC 750X, Honda CB 500X e Yamaha Tracer 700. Já em 2007, a Kawasaki apostava na versatilidade das suspensões de longo curso e das rodas de 17 polegadas.

Claro, a Versys teve de se atualizar para continuar na briga desse segmento que não para de crescer. No modelo 2016, a Versys 650 ganhou visual mais moderno, potência extra e tanque de maior capacidade para encarar viagens mais longas -- de preferência no asfalto. Com sistema de freios ABS, a nova Kawasaki Versys tem preço sugerido de R$ 32.990.

Ainda assim, essa Kawasaki bicilíndrica é bastante versátil. Vai muito bem como uma moto para deslocamentos urbanos, em função de seu vívido motor com torque em médios regimes e sua agilidade por conta das rodas de 17 polegadas e os pneus esportivos. Ficou ainda melhor para viajar, tanto para o piloto como para a garupa. A Versys 650 sente-se em casa em rodovias bem asfaltadas e ainda encara estradas secundárias, de asfalto ruim e cheias de curvas.

Concorrentes custam mais: a bicilíndrica Honda NC 750X (R$ 36.500) e a Suzuki V-Strom 650 (R$ 35.649) são exemplo. Outra concorrente com a mesma proposta que é a BMW F 700 GS, agora feita no Brasil. Equipada com motor de dois cilindros e 800cc, além de muita tecnologia embarcada, irá custar R$ 39.950.

Cara nova

A reestilização deixou a Versys bem diferente. A antiga identidade visual com dois faróis empilhados deu lugar a uma carenagem mais encorpada, cujo conjunto óptico duplo remete à Ninja 650, com quem, aliás, a Versys 650 compartilha o motor de dois cilindros paralelos.

As mudanças mas também oferecem mais praticidade e enfatizam sua proposta touring. O para-brisa mais largo agora tem regulagem de altura manual, sem a necessidade de ferramentas. Grandes aletas laterais foram colocadas para proteger o radiador e reduzir as turbulências, principalmente em altas velocidades.

Na traseira, nova lanterna é de LED e alças de apoio da garupa, que estão maiores e mais altas. O subquadro foi reforçado para ampliar a capacidade de carga e permitir a instalação de malas laterais, topcase e ainda transportar garupa. Tudo para ampliar a vocação da Kawasaki para longas maiores.

Potência e conforto

O motor de dois cilindros paralelos, 649 cm³ de capacidade, DOHC e refrigeração líquida recebeu ajustes para entregar mais potência: são 69 cv a 8.000 rpm (5 cv a mais do que no modelo anterior). O torque também aumentou para 6,5 kgfm a 7.000 rpm.

Apesar da maior potência, o comportamento em médios regimes (3.000 e 6.000 giros) foi aprimorado, resultando em torque de sobra nessa faixa de rotação -- o motor funciona de forma mais "redonda".

Uma característica dos bicilíndricos paralelos que a Kawasaki tentou reduzir com coxins de borracha no motor e guidão, mas não conseguiu eliminar completamente.

Com uma tocada mais tranquila, fizemos a média de 20,8 km/litro. Mas também é possível ter mais empolgação no acelerador, reduzindo a autonomia. De qualquer forma, com o novo tanque com 21 litros de capacidade permite rodar mais de 350 km.

Na parte ciclística, a dianteira tem o garfo telescópico invertido (upside-down), com tubos de 41 mm e 150 mm de curso e funções separadas: no tubo esquerdo, ajusta-se a pré-carga e, no direito, o retorno. E o monoamortecedor traseiro, com curso de 145 mm, ganhou a facilidade da borboleta para ajustar a pré-carga.

Já os freios trazem a assinatura da Kawasaki com um conjunto eficiente e preciso. São dois discos de 300 mm de diâmetro e pinças de dois pistões na dianteira, enquanto a roda traseira tem um disco com 220 mm de diâmetro e pinça de um pistão. O sistema ABS, de série na versão avaliada, atua nas duas rodas.

O assento fica a 840 mm do solo e facilita subir na aventureira, embora seu peso tenha aumentado um pouco. Mesmo com 216 kg em ordem de marcha, na prática a Versys parece ser mais leve. Perdeu um pouco de sua agilidade nos trechos urbanos, em função do porte e peso maiores, mas ainda roda bem na cidade com suas rodas aro 17. O guidão largo manteve a postura ereta, típica de moto trail. Já as pedaleiras, posicionadas mais a frente e mais abaixo, ampliam o conforto ao exigir que o piloto flexione pouco os joelhos.