BMW C 600 Sport e Yamaha TMax 530: duelo de maxiscooters fortes e modernos
Ambos contam com motores de dois cilindros paralelos, rodas de mesmo diâmetro e boa dose de tecnologia embarcada. Mas, afinal, qual desses é o maxiscooter mais moderno à venda no Brasil: BMW C 600 Sport ou Yamaha TMax 530? Para responder a essa questão, colocamos os dois frente a frente e verificamos que há muito em comum entre eles: visual arrojado e combinação de desempenho de moto de estrada com mobilidade de um scooter tipicamente urbano.
Há também algumas diferenças fundamentais, e a primeira delas é o preço: enquanto os alemães cobram R$ 52.000, os japoneses pedem R$ 42.500, uma distância de R$ 9.500 -- que permitiria comprar um Honda PCX 150. A BMW apoia o valor "salgado" em detalhes como suspensão invertida, balança monobraço com amortecedor horizontal, flexcase com espaço para dois capacetes, manoplas aquecidas, controle de pressão dos pneus (RDC), freio de estacionamento e uso de LED em farol e lanternas.
Fora que estamos falando de um BMW, uma máquina que traz o padrão "premium" em seu DNA e, esteticamente, é muito elegante. Por outro lado, beleza não pode estar acima de funcionalidade e desempenho, os grandes pontos fortes do TMax 530.
DESENHO
Imponentes e bem resolvidos esteticamente, BMW e Yamaha entregam o que prometem. Chamam muito atenção por onde passam e são bastante divertidos de pilotar. Como já dito, o C 600 Sport traz várias soluções difundidas nas motocicletas da marca bávara, incluindo escapamento curto e suspensão traseira monobraço, que deixam à mostra a bela roda de liga leve.
Para-brisa com regulagem de altura em três posições -- o ajuste é manual, mas bem simples --, apoio para os pés em aço e sistema de transmissão blindado, para não entrar poeira, completam o pacote de conforto. Apesar do assento em dois níveis e das alças de apoio, a garupa não conta com encosto de lombar e deixa os ocupantes um pouco soltos, em suma porque a distância entre piloto e carona é grande. O modelo também está munido de sistema flexcase, conceito inovador que aumenta o espaço de armazenamento sob o assento. Ali, com o scooter estacionado, é possível acomodar até dois capacetes fechados sob o banco.
Totalmente redesenhado em 2011, o TMax 530 adota boas soluções mecânicas e estéticas como, por exemplo, balança traseira convencional, monoamortecedor e correia dentada aparente. O conjunto óptico dianteiro e a lanterna traseira, em forma de diamante, tiveram inspiração na superesportiva YZF-R1.
No modelo da Yamaha, piloto e passageiro ficam mais bem acomodados: o primeiro tem à disposição um eficiente encosto lombar, enquanto o segundo vai sentado em posição mais ergonômica e próxima à do condutor. No caso dos japoneses, ponto negativo para a regulagem do para-brisa, que demanda uso de uma chave Allen.
MOTORIZAÇÃO
Tanto o C 600 Sport quanto o TMax 530 são ideais pra quem quer aliar agilidade na cidade a um bom desempenho na estrada. Muito disso se deve aos motores bicilíndricos paralelos, de refrigeração líquida, que são arquitetonicamente similares, embora com diferenças importantes.
O do Yamaha é mais compacto, com 530 cm³ e injeção eletrônica, sendo capaz de gerar até 46,2 cavalos de potência (a 6.750 rpm). Por ser menor, está fixado dentro do quadro de alumínio forjado e não preso à roda traseira, como em outros scooters. Por isso, o torque de 5,3 kgfm (a 5.250 rpm) chega à roda traseira por meio de uma correia dentada de aramida.
Já o propulsor de 647 cm³ do BMW está instalado praticamente junto à roda traseira, com pivô de fixação e pinhão localizados no mesmo eixo. Ele atinge 60 cv (a 7.500 rpm) e 6,73 kgfm (a 6.000 rpm) -- é o scooter mais potente do país --, e oferece tensão correta da corrente de transmissão em todas as condições de pilotagem. Isso significa baixos níveis de vibração.
Na prática, mesmo tendo um propulsor menos potente, o TMax 530 é mais “ligeiro”, até por ter 28 quilos a menos de peso (em ordem de marcha). Ao girar o acelerador, o motociclista sente instantaneamente a resposta, com arrancadas impressionantes. Já o C 600 Sport fica devendo em torque -- a polia demora um pouco para “empurrar” o maxiscooter --, só apresentando característica esportivada quando o motor está “cheio”. Em rotações médias e altas, as respostas passam a ser excelentes.
Por ser menor, o propulsor do Yamaha também vence a batalha da economia, mesmo tendo mais vigor na entrega de potência -- algo que poderia aumentar o consumo de combustível. São 19,2 km/l de média (cidade e estrada) para o TMax 530, contra 18,2 km/l do C 600 Sport, em condições idênticas de uso. De qualquer modo, os dois números são bons se levada em conta a proposta dos modelos e o uso da "beberrona" transmissão CVT.
CICLÍSTICA
Este é o item em que os concorrentes se distinguem mais. O BMW possui balança de alumínio monobraço com amortecedor horizontal, o que confere maior rigidez e estabilidade ao conjunto. Na dianteira, o garfo invertido de 40 mm permite absorver impactos de forma primorosa, mesmo com rodas menores -- 15 polegadas -- que as de uma motocicleta.
Por sua vez, o TMax 530 usa balança traseira monoamortecida, também em alumínio, que não carrega toda a transmissão final e motor. Em outras palavras: ao passar em ondulações ou enfrentar paralelepípedos, a suspensão traseira não move todo esse peso e fica livre para manter a roda sempre no chão. Na frente, o modelo japonês conta com garfo telescópico de 120 mm. Os freios de ambos merecem elogios, pois permitem frenagens dignas de motos convencionais: o ABS, presente nos dois, aumenta a eficiência e também a confiança do condutor, enquanto os discos são de diâmetros generosos -- 270 mm para o C 600 Sport, dos dois lados, contra 267 mm (dianteiro) e 282 mm (traseiro) para o TMax.
Em função da altura do túnel central, subir nesses scooters é quase igual a montar numa motocicleta comum. Num primeiro momento, o piloto se sente mais alto do que o normal, mas, conforme as retas e curvas se sucedem, os modelos grudam no chão e passam total estabilidade -- muito em função do centro de gravidade baixo, concentração de massas e entre-eixos.
CONCLUSÃO
Beleza e conforto são importantes, mas, conforme já mencionado, não podem estar acima de funcionalidade e desempenho. Se o motociclista quer um maxiscooter com motor um pouco mais apimentado e estética "descolada", vai encontrar no TMax 530 uma opção que atende a todas as expectativas, por um preço razoavelmente menor. Sendo assim, decretamos vitória apertada para o Yamaha.
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