Suzuki Bandit 1250 2012 ganha tapa no visual e mantém receita clássica de sucesso
Motor de quatro cilindros em linha beirando os 100 cv. Posição de pilotagem confortável. Quadro de aço robusto. Suspensões simples, mas funcionais. Freios a disco nas duas rodas. E visual naked, sem carenagem. Com essa receita, a Suzuki Bandit 1250 se mantém na estrada há mais de uma década. Para 2012, a fabricante resolveu promover um pequeno face-lift: trocou o farol redondo por outro com formato ovalado, de acordo com as tendências atuais; as luzes de direção (setas) também seguiram as linhas ovais e a lanterna ficou menor e um pouco afilada. Entretanto, a motorização e a ciclística são as mesmas do modelo anterior. E isso é bom!
O painel de instrumentos também é novo. Em vez de dois mostradores redondos, a 1250 ganhou painel com conta-giros oval e tela de cristal líquido retangular. Bastante completo, ele conta com velocímetro, hodômetro, relógio, marcador de combustível e ainda traz um útil indicador de marcha engatada. No restante, as mudanças foram poucas: as aletas decorativas do tanque agora são inteiriças e o desenho da rabeta mudou sutilmente. Os espelhos retrovisores agora também têm desenho ovalado, com pintura cromada. Por fim, o motor continua com a pintura preta de versões anteriores. Praticamente as mesmas mudanças feitas no modelo 2012 da Bandit 650N.
MAIS DO MESMO
Mas mesmo as mudanças sendo apenas no visual, isso não é necessariamente um ponto negativo. Conservando sua tradicional receita de naked, que há tantos anos faz sucesso, a Suzuki manteve o preço no novo modelo: R$ 33.900 -- apenas R$ 5.000 mais cara que a sua irmã menor de 650cc e o preço mais baixo da categoria.
Claro que não podemos comparar as especificações da Bandit 1250 com outras nakeds à venda no mercado, como a Honda CB 1000R, Kawasaki Z 1000, entre outras. Afinal, esses modelos têm projetos mais novos, utilizam materiais mais nobres na sua construção e contam com motores mais potentes. Porém, a Bandit 1250 cumpre bem sua proposta: ser uma naked à moda antiga.
Seu quadro é o mesmo de versões anteriores, do tipo berço duplo. Robusto e pesado, o chassi oferece bom manejo e a dose certa entre rigidez e flexibilidade para uma pilotagem comportada. Sua suspensão segue a mesma linha e é mais voltada para o conforto que a esportividade. Mesmo ajustáveis, o garfo telescópico convencional, na dianteira, e a balança monoamortecida na traseira oscilam demais caso você queira forçar a moto em curvas.
Por outro lado, diferente de outras motos do segmento, essa Suzuki não privilegiou o desempenho, ou seja, sua suspensão absorve bem as imperfeições do asfalto e não transmite desconforto ao piloto. Com isso, apesar de seus quase 250 kg, a Bandit 1250 não é uma moto ruim de pilotar na cidade -- levando-se em conta seu motor de 1250cc e seu porte avantajado, é claro.
TORQUE À VONTADE
Seu motor de quatro cilindros em linha é outro responsável por fazer dessa naked uma moto relativamente fácil de pilotar. Dotado de duplo comando no cabeçote (DOHC), 16 válvulas e refrigeração líquida, o propulsor alimentado por injeção eletrônica -- com duas borboletas no corpo do acelerador -- foi ajustado para esbanjar torque em baixas e médias rotações: os 11 kgfm já aparecem a 3.700 rpm. Número impressionante para quem está acostumado aos motores tetracilíndricos mais esportivos. Pode-se rodar na cidade em quarta marcha sem precisar reduzir. Já em vias mais rápidas, como as Marginais da capital paulista, mantém-se 90 km/h (o limite) com o motor na casa dos 3.000 rpm. Na prática, isso significa que a Bandit pode ser pilotada de forma bastante sossegada e tranquila, sem fazer o motor girar alto e sem muitas trocas de marchas. E sem beber tanto combustível.
Mas caso você queira desfrutar dos 98 cv (a 7.500 rpm), pode-se divertir bastante até os 8.000 rpm, pois acima disso o motor fica “travado”. Tanto que a velocidade máxima desta 1250cc não deve superar os 230 km/h. O piloto até pode optar por uma tocada mais esportiva, mas será mais divertido trocar as marchas na casa dos 5.000 giros e aproveitar as arrancadas e o torque do motor, do que tentar curtir a o lado "Valentino Rossi" da Bandit 1250.
FICHA TÉCNICA: Suzuki Bandit 1250 2012
Motor: | Quatro cilindros em linha, DOHC, 1.255cm³, 16 válvulas, com refrigeração líquida. |
Potência: | 98 cv a 7.500 rpm. |
Torque: | 11,1 kgfm a 3.700 rpm. |
Câmbio: | Seis marchas. |
Alimentação: | Injeção eletrônica. |
Tanque: | 19 litros. |
Suspensão: | Garfo telescópico (dianteira). Balança oscilante com monoamortecedor (traseira). |
Freios: | Disco duplo flutuante de 310 mm com quatro pistões opostos (dianteiro). Disco simples de 240 mm com pinça de pistão simples (traseiro). |
Chassis: | Berço duplo em aço. |
Dimensões: | 2.145 mm x 790 mm x 1.095 mm (C x L x A). 810/830 mm (altura do assento), 135 mm (altura mínima do solo), 1.485 mm (entre-eixos). |
Peso: | 250 kg (em ordem de marcha). |
JUSTA
Depois de alguns dias com a Bandit, a conclusão é que essa velha naked é uma motocicleta justa. Ou seja, ela cumpre o que promete. Atende há mais de uma década aos motociclistas que procuram uma moto amigável e versátil para o dia-a-dia, mas também não querem fazer feio em uma viagem com amigos motociclistas. Tem especificações mais espartanas que suas concorrentes e preço inferior. Enquanto a Bandit sai pelos já citados R$ 33.900, uma Honda CB 1000R custa R$ 37.800 (sem ABS) e a nova Kawasaki Z 1000 não sai por menos de R$ R$ 46.990 (também sem freios ABS).
Se você quer uma moto grande, estilosa, com motor de quatro cilindros e com uma receita à moda antiga -- para a cidade e para a estrada --, a Suzuki Bandit 1250 é uma ótima escolha. Mas vale ressaltar também que se você quer uma naked moderna, com tecnologia embarcada, leve e de comportamento mais esportivo, a boa e velha "bandida" deixa de ser a melhor opção.
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