Estradeira, Suzuki V-Strom 650 é boa companhia para viagens
Um dos maiores exemplos de paixão por motocicletas são as grandes viagens. Conhecer novos lugares e até mesmo novos países a bordo de uma moto é uma experiência única. Em uma aventura sobre duas rodas, até mesmo imprevistos e problemas viram histórias para contar para os netos.
Pouco tempo atrás quem queria desbravar o Brasil ou a América do Sul tinha como opção somente motos caras e de grande capacidade cúbica, como a BMW R 1200 GS, Suzuki DL1000 V-Strom e Honda XL 1000 V Varadero. Com a chegada da DL650 V-Strom um novo nicho de mercado ganhou espaço. Hoje a V-Strom 650 vende mais que sua irmã maior, principalmente por seu preço mais acessível -- de janeiro a agosto de 2010 foram vendidas 669 unidades da V-Strom 650 e somente 87 da versão de 1.000 cm³. Suas concorrentes diretas também são outras, a BMW F 650 GS e a Kawasaki Versys, todas aventureiras, bicilíndricas e com motores de menor capacidade.
QUALIDADES HERDADAS
A V-Strom 650 carrega grande parte das qualidades de sua “irmã” maior. A principal delas é o conforto. O assento é largo e tem a espuma na densidade ideal. Até mesmo o espaço para garupa, esquecido em muitas motos, é conhecido como um dos melhores do mercado. A proteção aerodinâmica também garante conforto extra para o piloto em longas viagens. A altura do guidão e os comandos estão ali, sempre à mão. E fechando o pacote as pedaleiras com proteções de borracha deixam as pernas em uma posição agradável. O painel completo e de fácil visualização perdeu o útil indicador de última marcha engatada e os aros cromados -- presentes na V-Strom 1000.
A autonomia também é outro trunfo para os aventureiros, o tanque da 650 comporta 22 litros de combustível. E como durante muitas viagens não é possível prever as condições da estrada o modelo tem suspensões altas e com regulagens -- garfo telescópico na dianteira e monoamortecedor facilmente ajustável na traseira.
A V-Strom 650 só não se sai melhor no off-road por conta do seu peso excessivo e dos pneus que privilegiam a pilotagem no asfalto. Mas ela não nega fogo, com essa Suzuki 650 cm³ é possível raspar as pedaleiras no asfalto ou cruzar um riacho com facilidade.
FICHA TÉCNICA: SUZUKI V-STROM 650
Motor: | DOHC, 645 cm³, dois cilindros em V, refrigeração líquida. |
Potência máxima: | 67 cv a 8.800 rpm. |
Torque máximo: | 6,12 kgfm a 6.400 rpm. |
Transmissão: | Câmbio de seis velocidades, com transmissão final por corrente. |
Suspensão: | Telescópica, com ajuste de pré-carga da mola na dianteira; balança com monoamortecedor com ajustes de pré-carga da mola e retorno na traseira. |
Freios: | Discos flutuantes de 310 mm pinça de pistão duplo (dianteiro); Disco com pinça de um pistão (traseiro). |
Dimensões: | 2.290 mm de comprimento, 840 mm de largura e 1.390 mm de altura. Entre-eixos 1.555 mm, altura do assento de 820 mm e 165 mm de altura mínima para o solo. |
Peso: | 194 kg. |
IRMÃS QUASE GÊMEAS
Lado a lado V-Strom 650 e V-Strom 1000 são muito parecidas. As principais diferenças são o escapamento duplo, protetor de mão e spoiler sob o motor da versão 1000. Na 650 o escapamento tem saída única e o protetor de mão e spoiler não são itens de série.
Apesar de não ter o grande motor V2 de 1000 cm³, o modelo 650 tem algumas vantagens. A primeira delas está no preço. Custando R$ 34.600, a V-Strom caçula é quase R$ 10.000 mais barata que sua irmã maior. Dinheiro suficiente para colocar todos os acessórios imagináveis. Além disso, pesa 14 kg a menos e seu banco é 20 mm mais baixo. Vantagens que têm atraído quem está entrando no mundo das grandes aventureiras. No fim das contas é possível ver que em termos estéticos e ciclísticos os modelos são muito similares. Diferença mesmo só na hora de acelerar para valer.
V2 DE 650 CM³
Conhecido na Europa por equipar a naked SV650, o propulsor de dois cilindros em “V” e 645 cm³ de capacidade não tem a mesma resposta e a velocidade final da sua irmã de 1000 cm³, porém se encaixou perfeitamente na proposta da moto. Com refrigeração líquida, quatro válvulas por cilindro (DOHC), o motor oferece 67 cavalos de potência máxima a 8.800 rpm -- menos que os 98 cv do motor de 1.000 cm³, mas o suficiente para a 650 cm³.
Com a última marcha engatada e rodando a 120 km/h o motor tem baixa vibração e pouco se esforça para impulsionar o conjunto; mesmo com garupa e bagagens. É preciso ficar atento ao painel para não ultrapassar os limites legais das rodovias, principalmente pela confiança que as suspensões transmitem.
Fora de seu “habitat” natural e durante um passeio na cidade o modelo se mostrou divertido, principalmente depois de passar a faixa dos 4.000 rpm. É claro que o seu porte avantajado não ajuda na hora de enfrentar o trânsito no corredor. Mas os espelhos são altos e bem posicionados. Os freios são adequados a proposta da moto, mas já passou da hora do sistema de ABS (anti-bloqueio) ser oferecido como opcional, o que já acontece na Europa. E nesse quesito a concorrência está um passo a frente -- tanto Kawasaki Versys como BMW F650GS oferecem freios ABS.
Destinado aos viajantes que não querem escolher caminho e percorrer longas distâncias com muito conforto a DL 650 V-Strom tem como principal arma o seu custo benefício. Faça sua escolha e boa viagem. (por Lucas Rizzollo)
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