Suzuki GSX-R e Honda CBR: dá para fechar os olhos e escolher

Da Infomoto

  • Renato Durães/Infomoto

Motores de quatro cilindros em linha, muita tecnologia embarcada e uma ciclística digna de motos de corrida: Essas qualidades fazem da Suzuki GSX-R 1000 e da Honda CBR 1000RR duas das mais desejadas superesportivas de 1.000 cc à venda no Brasil. Comparar essas superbikes chega a ser arriscado. Afinal, um duelo entre elas seria mais apropriado para uma pista de corrida, onde décimos de segundos podem decidir uma corrida.

Para o motociclista médio -- e que tenha na conta bancária mais de R$ 50 mil -- é uma escolha difícil. Mas, se por acaso ele fizer a opção de olhos vendados, dificilmente se arrependerá: com qualquer uma das duas, estará pilotando uma das mais rápidas e modernas máquinas de duas rodas do mundo.

No segmento de superesportivas, onde desempenho é tudo, o motor é uma das partes mais importantes. Neste quesito, ambas trazem a emblemática arquitetura de quatro cilindros em linha, com 16 válvulas (quatro por cilindro), comando duplo no cabeçote, arrefecimento líquido e injeção eletrônica de combustível.

Porém, a CBR 1000RR tem 998 cm³ de capacidade e pistões de maior diâmetro e menor curso (75 mm x 56,5 mm), enquanto a GSX-R 1000 conta com 999 cm³ de capacidade e uma diferente relação de diâmetro/curso dos pistões (73,4 mm x 59,0 mm). Apesar de semelhantes, os propulsores guardam diferenças importantes. A começar pelos números de desempenho (declarados).

A Honda oferece 171,3 cv de potência máxima a 11.250 rpm, enquanto o torque máximo de 11,7 kgfm chega nas 8.500 rpm. Já a Suzuki 1000 produz 185 cv de potência máxima a 12.000 rpm e 11,9 kgfm de torque máximo a 10.000 rpm. Só por aí já se percebe que o motor da GSX-R 1000 "gira" mais e tem um comportamento mais esportivo, além de mais potência.

Não que a CBR 1000 não esbanje potência -- ela apenas é menor e aparece antes. Mas a faixa útil (entre o torque e a potência máxima) do motor da Honda é maior, fazendo com que o piloto tenha de reduzir menos vezes e sinta-se mais confortável na pilotagem em estradas.

Renato Durães/Infomoto

Suzuki GSX-R e Honda CBR, ambas de motor de 1.000 cc, levam as pistas ao piloto comum

Em poucas palavras, a Suzuki tem tanta potência que esta parece não ter fim, enquanto a Honda se destaca pelo seu torque em baixas e médias rotações.

Outra grande vantagem do motor da GSX-R 1000 é o exclusivo Suzuki Drive Mode Selector (S-DMS), um seletor de como a curva de potência será entregue pelo motor. O piloto pode escolher três diferentes tipos de gerenciamento com o simples toque de um botão. No modo "A", há força total. No "B", a potência é menor em baixas rotações, mas a partir das 9.000 rpm ela volta a todo vapor. E o modo "C" limita a potência em cerca de 100 cv. É bastante útil para pilotos de primeira viagem ou em situações de pista molhada. Além de funcional, é um equipamento único entre as superesportivas.

Renato Durães/Infomoto

Suzuki GSX-R 2008 custa R$ 71.900, mas tem bônus de R$ 10.700; CBR 07 sai por R$ 50.209

Ciclística
No quesito ciclístico as duas motos também trazem o que há de mais moderno. A CBR 1000RR tem um quadro perimetral de dupla trave superior inspirado na RC 211V, que competia na MotoGP, assim como a balança traseira monoamortecida Unit Pro-link. A configuração faz com que a CBR pareça menor do que realmente é, quando se está pilotando. Comparada à Suzuki 1000, ela é realmente menor.

As suspensões -- garfo telescópico invertido na dianteira e monoamortecedor na traseira -- têm múltiplas regulagens. Destaque ainda para o amortecedor eletrônico de direção, que proporciona firmeza em altas velocidades.

A versão 2008 da Suzuki (que acabou de chegar ao Brasil) também ganhou amortecedor de direção com uma válvula eletromagnética que enrijece o guidão de acordo com a velocidade. O quadro, também de dupla trave superior em liga de alumínio, e as suspensões com a mesma configuração da Honda, completam o excelente conjunto da GSX-R 1000.

Nos freios, as duas motos trazem dois potentes sistemas. A CBR 1000RR possui dois discos flutuantes de 320 mm de diâmetro com pinças de fixação radial de quatro pistões, na dianteira, e um disco de 220 mm de diâmetro, na traseira. Tem uma mordida arisca e rápida. Um pouco diferente da GSX 1000, que entrega uma frenagem eficiente, porém um pouco menos arisca, com seus dois discos de 310 mm de diâmetro, com pinças radiais de quatro pistões, na frente, e um disco simples de 220 mm, atrás.

Ergonomia e painel
Na posição de pilotagem, as motos apresentam suas diferenças. Embora ambas ofereçam uma posição "racing", a Suzuki GSX-R 1000 proporciona uma postura mais ereta e também pedaleiras reguláveis em três posições -- algo bastante útil para quem precisa se sentir confortável para pilotar rápido na pista. E sua nova bolha oferece uma excelente proteção aerodinâmica para viagens e altas velocidades.

Já a Honda CBR 1000RR tem uma posição mais "à frente", bastante esportiva. Em viagens longas pode se tornar cansativa, mas mantém a característica das motos da marca: após alguns quilômetros, a maioria dos motociclistas tem a impressão de que a CBR é sua há muito tempo. Digamos que é uma moto que se adapta fácil ao piloto.

No quesito painel, a Suzuki tem um visual mais moderno, enquanto a Honda possui um cockpit de design mais "cansado". Nas duas, porém, o piloto conta com todas as informações necessárias: conta-giros, velocímetro, luzes espia, etc.

Na ponta do lápis, a Honda CBR 1000RR é mais barata: atualmente está cotada em R$ 50.209. Entretanto, o modelo comercializado no Brasil é o 2007. Já a Suzuki GSX-R 1000 versão e modelo 2008 acabou de desembarcar por aqui. Tabelada a R$ 71.900, está sendo oferecida com um bônus promocional de R$ 10.700, por tempo indeterminado. Importadas, essas duas superbikes têm mesmo preços altos, diretamente proporcionais à emoção que podem oferecer.

Mudanças velozes
Como são praticamente versões de rua das motos de pista, as superesportivas sofrem mudanças ainda mais rápidas que as velocidades máximas que podem atingir. No caso da Suzuki 1000, está à venda no Brasil a última versão, lançada no ano passado no exterior, chamada de K7 (ou sétima geração).

Já a Honda 1000, renovada em 2006, já está uma versão defasada em relação ao modelo comercializado nos Estados Unidos e Europa. Para não ficar para trás, a marca da asa apresentou sua esportiva de um litro totalmente nova no Salão de Paris, em outubro do ano passado. Porém, esse novo modelo ainda não desembarcou no Brasil. Segundo a Honda, a nova CBR 1000RR deve chegar apenas no segundo semestre às concessionárias brasileiras. Provavelmente vira junto um reajuste de preço. (por Arthur Caldeira)

UOL Cursos Online

Todos os cursos