Roubos e furtos de motos disparam 34% em SP; veja as preferidas dos ladrões

Quem tem moto em São Paulo, especialmente modelos de média ou alta cilindrada, sabe do risco de ser assaltado. O número de roubos e furtos de motocicletas, durante os dois primeiros meses de 2023, apresentou disparada de 34% na comparação com igual período de 2022 no estado.

É o que aponta levantamento da empresa de rastreamento veicular Ituran, com base no balanço mais recente desse tipo de ocorrência disponibilizado no site da Secretaria da Segurança Pública do governo de São Paulo.

O que aconteceu?

Segundo o estudo, obtido com exclusividade por UOL Carros, em janeiro e fevereiro deste ano foram registrados 6.699 casos de roubos e furtos de veículos, contra 5.000 no primeiro bimestre do ano passado.

Considerando a média de casos diários, também houve alta: foram 118 ocorrências no primeiro bimestre de 2023 contra 88 nos primeiros dois meses do ano passado. A elevação foi de 34,1%.

Nos dois primeiros meses deste ano, a moto mais visada pelos ladrões foi a Honda CG 160, que acumula 2.115 casos de furto ou roubo - quando o bem é subtraído mediante violência ou ameaça.

A CG 160 também foi o veículo mais visado pelos bandidos, incluindo carros e comerciais leves na lista

A segunda moto mais furtada ou roubada em 2023 foi a Honda CG 150 (552 ocorrências)

Por que número de casos aumentou

A disparada nos casos de roubos e furtos de motos em São Paulo está relacionada ao aumento na quantidade de emplacamentos desse tipo de veículo e também ao seu uso nos serviços de delivery, que aumentou consideravelmente após a pandemia do coronavírus" Rodrigo Boutti, gerente da Ituran

Boutti destaca que, a exemplo dos automóveis, as motos são visadas para abastecer desmanches ilegais - que, por sua vez, repassam peças roubadas ou furtadas a comércios criminosos, que atendem o consumidor final.

Veja explicações para a elevação nos casos de roubos e furtos de motocicletas:

Falta de insumos eletrônicos no mercado de reposição

Aumento na procura por motos novas face aos preços muito altos de carros zero-quilômetro

Aumento de empregos informais (delivery, transporte de passageiros por aplicativos)

Os carros e motos novos ficaram muito caros e também há falta de componentes devido à escassez de microchips. Assim, cresceu a demanda por peças de reposição para veículos usados, inclusive componentes fornecidos por desmanches ilegais"

Criminosos preferem o furto

Considerando as ocorrências registradas no estado paulista envolvendo motos, 67,5% delas corresponderam a furtos, sem emprego de violência ou ameaça, contra 32,5% de roubos.

"Os furtos predominam porque são um crime muito mais ameno no Código Penal e difícil de provar. Os criminosos só roubam veículos que não conseguem furtar, devido a tecnologias embarcadas que previnem a prática", explica Boutti.

Ele acrescenta que a preferência pelo furto também indica que o alvo do crime é realmente o veículo, pois o roubo pode ser motivado para a prática de outros delitos, como fugas ou a subtração de bens que estejam com a vítima.

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