UOL Carros

11/03/2010 - 16h50

Duster já mira EcoSport e nem a Renault esconde isso

EUGÊNIO AUGUSTO BRITO
Enviado especial a Genebra (Suíça)*

O estande principal da Renault no Salão de Genebra tinha o protótipo Wind e o conversível Mégane Coupé-Cabriolet, baseado na atual geração do médio na Europa. Mas as atenções se voltaram para o estande secundário, da divisão romena Dacia. Era lá que estava o próximo projeto mundial do grupo, o SUV leve Duster, que deve ser montado em cinco continentes -- inclusive no Brasil, em 2011, na fábrica da Renault de São José dos Pinhais (PR), de onde será vendido para o país e para a América Latina.

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    Duster vai trocar escudo da Dacia por losango da Renault ao ser fabricado no Brasil em 2011

O estilo é simples e inspira robustez mais pelo visual "caixinha" do que por outros atributos. Fisicamente, são 4,31 m de comprimento, 1,82 m de largura, 210 mm de vão livre, ângulos de 30º para ataque e de 36º para saída, e versões com tração apenas na dianteira (com 1.160 kg) ou 4x4 (pesando 1.250 kg). Por dentro, o principal atrativo é a posição elevada de direção estar disponível para um veículo derivado do Logan (na Europa, existem outros três modelos na família, além do hatch Sandero). Aliás, é normal pensar que se está no Logan ou no Sandero quando se entra na cabine do Duster. E essa impressão só é atenuada quando se observam o câmbio de seis marchas, novo na família, ou o botão circular para seleção do modo de tração (para a versão 4x4). De resto, é tudo muito igual. Na Europa, onde será distribuído ainda este mês a partir da Romênia, serão três as opções de motor, com dois blocos a diesel e uma variante a gasolina, um 1.6 16V capaz de gerar 111 cv de potência e cerca de 15 kgfm de torque.

O nome Duster, se traduzido do inglês, pode significar espanador ou guarda-pó, definições inusitadas quando relacionadas a um automóvel. No campo das interpretações livres, pode-se dizer que o objetivo do Duster é levantar a poeira do segmento. Segundo Carsten Krapf, diretor da gama de modelos de entrada da Renault, explicou a UOL Carros, o Duster foi definido como um SUV para quem ainda não tinha acesso a um 4x4, por considerá-lo caro no momento da compra ou da manutenção. Ou para quem não quer investir em um modelo mais avançado, mas quer usufruir o status de estar em um carro maior. E qual seria, hoje, a melhor tradução disso para o consumidor do Brasil? A pergunta mal acabou de ser formulada e Krapf cravou em seu inglês com sotaque carregado: "Icouspórt".

  • Eugênio Augusto Brito/UOL

    Versão conversível do novo Megane europeu fez bonito em Genebra, mas não tanto quanto o Duster

Não há dúvidas, portanto, de que o modelo tentará bater de frente com o líder do segmento no Brasil, Ford EcoSport, recentemente remodelado à imagem dos requintados Land Rover. "Claro, teremos de fazer modificações necessárias para o mercado brasileiro, mas queremos ocupar o espaço entre o segmento dos 4x4 mais sofisticados e dos 4x2 onde o EcoSport e o Hyundai Tucson são as únicas ofertas", afirmou Krapf.

Na Europa, o Duster começará em 11.900 euros (11.000 na Romênia) para a versão com tração dianteira e 13.900 euros para o 4x4. Algo entre R$ 29 mil e R$ 36 mil. Um jornalista romeno, que acompanhava a conversa da reportagem com o executivo da Renault, perguntou o preço do EcoSport no Brasil e se assustou ao saber que seria algo equivalente a 20 mil euros para a versão mais básica. Tomara que a surpresa seja grande (mas positiva) quando o preço do Duster "made in Brazil", com o losango da Renault no lugar do escudo da Dacia, for revelado.

* Viagem a convite da Mercedes-Benz

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