Ford Puma: dirigimos o 'sucessor' do EcoSport que Brasil só pode sonhar

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Quando a Ford deixou de produzir carros no Brasil, em janeiro de 2021, o EcoSport era um de seus modelos ainda em linha. Ali, terminava a carreira de um dos maiores sucessos da história da montadora em território nacional, e também daquele que abriu as portas para que o segmento de SUVs se tornasse o maior do País.
O EcoSport mostrou às outras montadoras como fazer um SUV compacto para vender bem no Brasil. E apesar de ele ter deixado de existir, a Ford ainda investe nesse segmento. Na Europa, o Puma é o representante da montadora na categoria.
O modelo é uma dos destaques de vendas da Ford. Em 2023, por exemplo, foi o 11° mais vendido no continente. Em 2025, é o carro líder do ranking de emplacamentos no Reino Unido.
Mas como é rodar com o Ford Puma? O modelo tem chances de ser vendido no Brasil?
Destaques do Puma
Testei o Puma na Sardenha, ilha italiana no Mar Mediterrâneo. Aluguei o modelo, um exemplar 2022, no aeroporto de Alghero. Mas vale destacar que esta gama traz um visual que já está deixando as lojas de zero-km. Uma versão reestilizada está em fase de lançamento no mercado europeu.
O interior, no entanto, ainda é bem semelhante, pois foi atualizado em 2023 e traz os novos elementos globais da Ford. No Brasil, podemos ver essas características em importados como Bronco Sport e Maverick.
Aliás, esta versão do Puma é a ST Line automática. Tem motor 1.0 Ecoboost combinado a um sistema híbrido leve. Ao todo, são 125 cv de potência.
A transmissão é de sete velocidades. Há também o manual, de seis. A linha tem ainda o ST Line X, em que o 1.0 entrega 155 cv. Na topo de linha ST, são 170 cv.
Há painel de instrumentos digital e personalizável em tela suspensa. Já a central multimídia, sensível ao toque e intuitiva, é integrada ao painel.

O modelo tem navegador GPS nativo, Android Auto e Apple CarPlay sem fio e carregador de smartphones por indução. Há também diversas tecnologias ADAS e outros componentes de assistência à condução.
Entre eles, ACC, leitor de placas e sistema de manutenção em faixas. Aliás, o alerta de limite de velocidade é um pouco chato, mas pode ser desativado. Porém, entra em ação novamente quando se liga o carro.
Isso não ocorre apenas com o Puma. Atualmente, é mandatório nos carros vendidos na Europa. Quanto à dirigibilidade, o Ford é esperto para acelerar e tem boas respostas de direção. Porém, o apoio de cabeça é muito para a frente e passa a impressão de empurrar a cabeça do motorista, gerando desconforto e até dor no pescoço.
Posicionamento
O Puma é o SUV de entrada da Ford na Europa, posicionado abaixo do Kuga. Ele poderia ser um concorrente de Tera, Pulse e Kardian nesta versão ST Line. O motor tem entrega semelhante à desses produtos.
As dimensões também são próximas. O Puma tem 4,19 metros de comprimento, 1,80 m de largura e 1,53 m de altura.

Por outro lado, o modelo também é próximo de SUVs do segmento acima dos de entrada, no qual o líder é o T-Cross, com 4,22 m de comprimento. Assim versões mais potentes poderiam desafiar esses modelos.
Mas, ao menos neste momento, não há chances de este modelo ser vendido no Brasil. Para ser competitivo, um SUV compacto tem de ser nacional, feito na Argentina ou, no máximo, trazido do México. Caso contrário, terá preços muito altos.
E a Ford não tem nenhum plano de voltar a produzir no Brasil. Até por isso, além da argentina Ranger, vem focando em veículos de maior valor agregado no País. Os destaques são os mexicanos Bronco Sport e Maverick. Há também o chinês Territory.
Porém, se decidir voltar a ser fabricante, o Puma é o produto de sua gama mais adequado ao atual contexto do mercado brasileiro. Os atributos são suficientes para honrar o legado de sucesso do EcoSport.



























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