Omoda Jaecoo, GAC, Geely: quem é quem entre novas marcas chinesas no Brasil

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Depois de JAC e Chery, na década passada, e de BYD e GWM, nos últimos três anos, o Brasil não parou mais de receber marcas chinesas. E algumas ainda estão por vir. Porém, diferentemente do primeiro momento, em que os carros geravam desconfiança, desta vez os modelos estão se tornando desejados. E isso em pouquíssimo tempo.
É que, no pós-pandemia, a China emergiu como potência da eletrificação automotiva. Os EVs e híbridos do País são mais competitivos que os outros. Para isso, contribui o fato de os chineses dominarem a tecnologia de baterias.
Mas não é só. Para atuar na China, as grandes montadoras globais tiveram de fazer joint ventures com as do país asiático. Era a condição para ter fábrica naquele que era então um dos mercados automotivos mais promissores do mundo - e acabou se tornando o maior. Com isso, as chinesas foram aprendendo com as marcas internacionais.
E aprenderam bem. Daquelas cópias de duas décadas atrás, os carros passaram a se destacar pela tecnologia embarcada, especialmente as relacionadas à conectividade e assistência à condução (ADAS). Isso, junto com a eletrificação, que os chineses já dominam, eram considerados por montadoras europeias e americanas, dez anos atrás, os três pilares do "carro do futuro".
Então, o "futuro" chegou, e as marcas chinesas se tornaram importantes "players" na indústria automobilística normal. Porém, foram barradas nos EUA. Pretendiam entrar naquele mercado, e não conseguiram. Além disso, a Europa reforçou o protecionismo em relação aos produtos da China - especialmente para marcas que ainda não haviam chegado.
Assim, as montadoras chinesas, que já tinham planos para o Brasil, olham agora o País com ainda mais interesse. Afinal, estamos falando do sexto maior mercado de carros do mundo. A Zeekr estreou no fim de 2024. Este ano, já vieram Omoda, Jaecoo e GAC. A Geely chega em julho, e a SAIC deve começar a operar nos próximos meses.
Mas quem é quem entre essas novas marcas chinesas? Algumas delas são globais, donas de fabricantes europeias, inclusive. Outras são famosas por joint ventures na China com gigantes internacionais (como a Volkswagen, Toyota e GM). Confira detalhes abaixo.
Zeekr

Aqui, vamos na ordem cronológica. Começamos com a Zeekr pois, da nova "leva" de chinesas, foi a primeira a estrear. Provavelmente você nunca tinha ouvido falar desta montadora antes de sua chegada ao Brasil, mas ela faz parte do Grupo Geely, do qual falaremos mais adiante.
Entre as marcas desse conglomerado estão europeias como a Volvo. Mas a Zeekr, embora tenha subsidiária no País (não é representada por grupo brasileiro), atua de maneira independente da sueca.
A Zeekr se posiciona como uma marca premium chinesa. Por ora, vende apenas dois modelos elétricos. O X custa R$ 298 mil e o 001, nada menos do que R$ 495 mil.
Omoda Jaecoo

A Chery chegou ao Brasil em parceria entre a matriz e um grupo nacional. Mas, em 2017, houve troca de parceiro. Então, surgiu a Caoa Chery, que se identifica como uma empresa brasileira e tem a maior parte do carros montados no País.
Ainda assim, os produtos são desenvolvidos na China (e adaptados ao Brasil). Então, foi a Caoa Chery que abriu as portas para os carros chineses no mercado nacional, com produtos desejados, de qualidade e bom custo-benefício como os Tiggo 5X, 7 e 8.
Mas o que a Caoa Chery tem a ver com essa história? É que Omoda e Jaecoo são marcas do Grupo Chery, que nós já conhecemos bastante. Porém, apesar de seus produtos serem produzidos na China, não são vendidos no país de origem.
É que essas são marcas internacionais, criadas pela Chery para atuar em outros locais do mundo. Aqui no Brasil, são subsidiárias que operam juntas, com o nome de Omoda Jaecoo, mas sem ligação com a CAOA Chery.
O plano é lançar diversos elétricos e híbridos, para as duas marcas. A Omoda começou com o 5 (EV) e a Jaecoo, com o plug-in 7 (que, aliás, compartilha muita coisa com o Tiggo 7). O primeiro custa R$ 210 mil e o outro parte de R$ 230 mil.
GAC

A GAC é a mais nova montadora chinesa no mercado nacional. A marca estreou há menos de um mês com uma linha de cinco produtos, sendo quatro elétricos e um híbrido HEV. A linha tem SUV, sedã e até esportivo, e os preços vão de R$ 170 ml e R$ 350 mil.
Diferentemente das demais novatas chinesas, a GAC terá carro a combustão no mercado brasileiro (enquanto as outras estreantes investem apenas em eletrificados). Sexta montadora local no ranking de vendas da China, tem naquele país parcerias com fabricantes globais como Toyota e Honda.
Geely

Se a BYD é a maior montadora da China, o negócio da Geely é o mundo. De todas do país asiático, ela é aquela que mais vem ampliando seus domínios globalmente, por meio do controle ou de importante participação em diversas marcas globais. Entre elas estão a Volvo, a Polestar, a Lotus e a Smart.
No mercado brasileiro, a Geely estreia em julho, também independente de Volvo e Zeekr. Porém, a marca vem com uma parceira para suas operações. Trata-se da Renault. Com isso, contará a vantagem do conhecimento que a francesa tem do mercado brasileiro, em que atua há cerca de três décadas.
O primeiro carro da Geely no mercado nacional será o SUV elétrico EX5.
SAIC
Em evento promovido pela revista Quatro Rodas, o chefe de marketing e vendas da SAIC Brasil, Henrique Sampaio, disse que a empresa planeja estrear aqui ainda em 2025 - em algum momento do segundo semestre. Porém, diferentemente das demais, trará produtos de uma montadora inglesa.
É que a SAIC é dona da MG, e os modelos desta montadora é que deverão ser vendidos no Brasil por meio desta subsidiária - mesmo que sejam de outras marcas do grupo. Alguns já foram flagrados em testes no Brasil.
Na China, a SAIC é parceira tanto da General Motors quanto da Volkswagen. Inclusive, está fornecendo a base para a próxima geração da Amarok sul-americana, que será feita na Argentina a partir de 2027.
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