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Testamos o VW Tera: como anda e o que tem de melhor (ou pior) que rivais

O Volkswagen Tera chegou para ser o SUV de entrada da montadora alemã. Feito em Taubaté (SP), ele tem preços entre R$ 103.990 e R$ 142.390. As primeiras 999 unidades da versão de entrada, no entanto, serão vendidas pelo promocional de R$ 99.990. Aqui, você confere todos os detalhes sobre as versões do modelo (são quatro, além da série Outfit The Town).

Agora, chegou o momento de saber quais são as primeiras impressões sobre o Tera. Inclusive ao volante, já que dirigi o modelo entre São Paulo e Taubaté. Ida e volta, dividindo a direção com meu parceiro de test-drive, foram mais de 150 km conduzindo o novo produto.

A ida foi com a série especial, que é baseada na versão topo de linha High. A volta foi com a Comfort. Ambas trazem câmbio automático de seis velocidades e motor 1.0 turbo de 116 cv. Há ainda duas opções manuais (TSI, com o mesmo propulsor, e MPI, com o 1.0 aspirado de 84 cv).

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Conforto ao rodar

A primeira coisa a se destacar é a diferença no conforto ao rodar entre o Tera Outfit (e o High) e a versão Comfort. E isso nada tem a ver com ajuste de suspensão, o mesmo para ambos. Apenas a opção MPI tem uma calibração diferente (além de trazer freios a tambor atrás, enquanto as demais vêm com discos).

A diferença de comportamento ocorre por causa do pneu. Há mais borracha no do Comfort, que tem modelos 205/60 R16. No High e na série especial, eles são 205/55 R17. Como consequência, o rodar dos dois Tera mais caros apresenta menos suavidade em pisos irregulares, o que pode causar certa estranheza no consumidor tradicional de SUVs.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

É um desempenho mais focado na esportividade que no Comfort, que absorve melhor os impactos com pisos irregulares. Todos os Tera 1.0 turbo automáticos apresentam excelente desempenho em curvas, mudanças de trajetória e alta velocidade, com respostas diretas na direção e carroceria firme em qualquer circunstância.

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É um carro mais prazeroso de dirigir que seus dois principais concorrentes, Fiat Pulse e Renault Kardian. E, assim como esses dois produtos, é mais baixo que média do segmento de utilitários-esportivos - o VW tem 1,52 metro de altura.

Aliás, o Tera, a exemplo dos rivais, parece mais um hatch alto - com 17,8 cm de vão livre do solo. É por isso que muitos consumidores preferem não chamar esse tipo de modelo de SUV subcompacto (posicionado abaixo dos compactos), e sim de crossover.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Na prática, não muda muito como modo de diferenciar pois, conceitualmente, modelos como T-Cross, Duster, Nivus e Fastback também são crossovers. Isso porque esse tipo de veículo é aquele que tem "cruzamento" de conceito (utilitário-esportivo com plataforma de carro de passeio) ou de carroceria (SUV com hatch, ou com cupê, por exemplo).

Acelerando

O Tera usa a versão mais mansa do motor 1.0 turbo da Volkswagen, a mesma de Polo e Virtus. São 116 cv, ante os 122 cv do adotado por Nivus e T-Cross (os cinco modelos são feitos sobre a plataforma MQB0). O propulsor dos dois SUVs mais caros deixaria o novato mais próximo dos concorrentes. O Pulse, por exemplo, tem 130 cv.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

De volta ao Tera, o 1.0 turbo entrega 16,8 kgfm. Assim como a potência, também é o mesmo independentemente do combustível utilizado (etanol ou gasolina). Apesar de a força não ser das mais altas, está disponível a partir de baixas rotações (1.750 rpm).

Como o Tera é leve (apenas 1.169 kg), todo esse conjunto acaba deixando o carro eficiente em retomadas de velocidade. O motorista não vai ficar na mão em situações como subidas, mas falta uma pimentinha no modelo, algo que os números corroboram. De 0 a 100 km/h, com etanol, acelera em 11,7 segundos.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Legal mesmo o Tera ficaria com uma versão GTS, com motor 1.4 turbo de 150 cv. Como Polo e Virtus já tiveram essa opção, não dá para descartá-la no novo modelo, no futuro. Ao volante, também chama a atenção o ótimo revestimento acústico.

Quanto ao consumo de combustível, a versão MPI faz 13,2 km/l de gasolina na cidade e 14,7 km/l na estrada. Com etanol, são 9,1 e 10,2 km/l, respectivamente. Para o 1.0 turbo com câmbio manual, os números com o derivado do petróleo são de 12,9 km/l em ciclo urbano e de 15 km/l no rodoviário - com etanol, 9 km/l e 10,3 km/l, respectivamente.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Os 1.0 turbo automáticos fazem, com o mesmo combustível, 8,6 km/l na estrada e 10,3 km/l na cidade. Com gasolina, os números são 12,2 km/l em ciclo urbano e 14,5 km/l em rodoviário. Os dados são do Inmetro.

Outros prós e contras

A posição de dirigir é mais baixa que a média dos SUVs, e isso não é demérito. O condutor não tem sua visibilidade prejudicada por causa disso, e tudo está bem à mão. A ergonomia se destaca. Os bancos inteiriços são de tecido na Comfort e de imitação de couro na série Outfit The Town.

Já o banco do passageiro dianteiro não tem ajuste de altura, e o do cinto segurança também não (coisas disponíveis apenas para o motorista). Assim, ocupantes mais baixos podem ficar com o cinto em posição desconfortável.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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O espaço interno não é dos mais amplos, apesar dos bons 2,56 metros de entre-eixos (o mesmo do Nivus). Por outro lado, o porta-malas de 350 litros é um destaque nesse segmento.

Outro ponto positivo do Tera é o acabamento, superior até aos de Nivus e T-Cross. O modelo traz mais partes emborrachadas no painel e nas portas e um puxador mais bem-feito. O porta-copos, por sua vez, é modular, e acomoda melhor diversos tipos de latinhas e garrafas que os outros modelos da plataforma.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

O Tera não tem saída de ar-condicionado atrás. Pelo menos, nenhum dos concorrentes traz esse item. Em compensação, há duas entradas USB-C para quem viaja nessa parte do carro. O teto panorâmico, que o Pulse ganhou como opcional na linha 2026, não é oferecido no VW.

Em compensação, o Tera oferece, como extra, controlador de velocidade adaptativo (ACC), disponível em um pacote com outras tecnologias ADAS de auxílio à condução. O Pulse não tem esse equipamento.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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