Mitsubishi apresenta nova geração do Outlander; veja preços e impressões

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A nova geração do Mitsubishi Outlander, que vem sendo muito esperada pelos clientes da marca, está sendo lançada oficialmente no Brasil nesta quarta-feira (14). As vendas do SUV começam em junho, em versão de sete lugares e com sistema híbrido plug-in. Assim, é o único modelo eletrificado da marca japonesa no mercado nacional.
Além dos clientes tradicionais do carro, que estão "órfãos" há mais de um ano, há um outro alvo bem claro escolhido pela Mitsubishi com o novo Outlander: os consumidores do Volvo XC60. Por isso, a montadora trabalha a estratégia do carro investindo, antes de mais nada, no luxo - algo que fica claro na qualidade do acabamento interno, por exemplo.
Além do Volvo, que tem preços entre R$ 440 mil e R$ 510 mil e é líder do segmento de SUVs médios de luxo, a categoria tem também o Audi Q5 e o Lexus NX 450h+. Isso considerando apenas os híbridos plug-in, como o Outlander, pois há ainda representantes como o BMW X3 e o Mercedes-Benz GLC, não recarregáveis na tomada (ambos trazem apenas sistema híbrido leve).

Além dos 4,71 metros de comprimento, mesmo do XC60, é a tecnologia híbrida plug-in que faz a Mitsubishi acreditar no potencial de ter clientes desse modelo. E, importado do Japão, o Outlander leva algumas vantagens, como o fato de oferecer sete lugares e ter qualidade superior no acabamento interno - ponto em que supera também o Q5, mas não o NX 450h+.
Mas nem tudo é perfeito, já que o Outlander é inferior em diversos aspectos. São três os principais: tecnologia embarcada, desempenho e conectividade. Com total de 252 cv, o Mitsubishi tem 210 cv a menos que o XC60. Além disso, seu sistema multimídia está em um patamar bem abaixo do oferecido pelo chinês da marca sueca - sim, o XC60 vendido no Brasil é feito na China.
Quanto custa o novo Mitsubishi Outlander
Esses aspectos inferiores, porém, são praticamente esquecidos quando pensamos na diferença de preço. O Outlander parte de R$ 375 mil na versão de entrada, HPE-S. Na de topo, Signature, vai a R$ 390 mil. Nesse caso, temos uma diferença de R$ 90 mil para o XC60 equivalente, Ultra, tabelado em R$ 480 mil.
O NX 450h+, de 392 cv, sai por R$ 457 mil. Já o Q5 plug-in tem preços entre R$ 481 mil e R$ 503 mil (são 367 cv). Vale lembrar que o Audi já está em nova geração na Europa, e esta deve chegar ao Brasil em breve. Já o XC60 reestilizado está previsto para ser lançado no País até o início do ano que vem.

De volta ao Outlander, dá para compará-lo também ao Commander Hurricane (2.0 turbo a gasolina), entre R$ 319 mil e R$ 336 mil. São 272 cv. Porém, o Jeep não é híbrido. Assim, embora ofereça sete lugares, não entra na disputa com o Mitsubishi pelo cliente que quer ter uma experiência elétrica na cidade sem precisar se preocupar com recarga na estrada.
E claro que não poderíamos deixar de citar os híbridos plug-in chineses. Embora nenhum tenha sete lugares, vêm conquistando um grande público. Há o Haval H6, que parte de R$ 244 mil na versão PHEV19 (326 cv). Na BYD, o mais próximo em preço é o Song Plus Premium, a R$ 300 mil e com 324 cv - o carro tem também versão de 235 cv, mais em conta.
A Mitsubishi, porém, não vai entrar nessa briga por altos volumes com os chineses. Os números esperados pela marca são mais próximos aos da Volvo - entre 250 e 300 unidades por mês. Quanto ao cliente, agora é ver qual será a percepção de proximidade: médios de marcas premium, Commander ou chineses?
Em meu ponto de vista, a maior proximidade é com os SUVs médios premium. E isso não apenas pelo produto, mas principalmente pela percepção de marca. Apesar de ser generalista no mundo, no Brasil a Mitsubishi sempre teve uma aura de mais exclusividade que a maioria, com modelos de alto valor agregado e, em alguns casos, considerados representantes do mercado de luxo (a exemplo do Pajero Full).

O que o novo Mitsubishi Outlander tem
Vamos aos equipamentos do modelo? Desde a versão HPE-S temos entre os destaques as rodas diamantadas de 20", o teto solar panorâmico, memória para bancos dianteiros e aquecimento também para os traseiros. O ar-condicionado é de três zonas.
O modelo vem ainda com sete modos de condução, em um misto de funções para asfalto ou off-road. Destacam-se ainda o porta-malas com abertura elétrica e os 11 air bags. Tem um, inclusive, no meio dos bancos dianteiros.
O pacote de assistência à direção inclui ACC (funciona até 145 km/h) e leitor de faixas com aviso de saída e correção (mas sem capacidade de fazer curvas, como ocorre com o XC60). Na parte de conectividade, o Outlander tem câmera 360 e central multimídia com tela de 9".
É um monitor pequeno, algo comum em carros japoneses, que nesse aspecto vêm perdendo feio para chineses, americanos e europeus. Além disso, só o Apple CarPlay é sem fio. Para Android Auto, é necessário conexão com cabo. Ao menos, há diversas entradas USB, dos tipos A e C.

O painel de instrumentos digital e personalizável tem 12,3" e o Head Up Display (projeta informações do quadro no para-brisa), que usa um monitor de 8", está disponível apenas para a versão Signature. Esta acrescenta também alguns luxos, como massagem para o banco dianteiro, ajuste de altura para o suporte à lombar e sistema de som Bose com 9 alto-falantes e 550 W de potência.
Design e interior
O acabamento interno é o grande destaque do Outlander. Os bancos usam couro de verdade. Já painéis e portas trazem imitação desse material. Tudo é de alta qualidade, macio ao toque e emborrachado. A versão de entrada traz duas combinações de revestimento, enquanto a de topo tem o exclusivo estilo com costura âmbar.
O espaço traseiro também é destaque, com boa acomodação para cabeça, ombro e pernas. São 2,71 metros de entre-eixos e 1,86 m de lagura. A altura do SUV é de 1,76 m e o porta-malas, com cinco lugares, tem capacidade de 468 litros.
Com os dois bancos da terceira fileira em uso, são 217 litros. Os ocupantes dessa parte do carro têm espaço limitado, mas podem negociar com os da segunda fileira, cujos bancos rolam sobre trilhos.

Externamente, o novo Outlander se destaca pelos três elementos do conjunto óptico. Na parte de cima há os faróis finos de uso diurno, enquanto os principais, full-LEDs, ficam no centro da dianteira. Há ainda os auxiliares.
A parte da frente traz também grade com detalhes pretos. A peça é bem pronunciada, e tem cromados nas laterais. Na traseira e nas laterais, inscrições como PHEV e EV. A Signature tem carroceria bicolor (com teto preto) quando usa as cores Branco Diamond e Azul Cosmic.
Já com o Preto Mica e o Cinza Grafite, tem uma cor só. Estas duas também estão disponíveis para a HPE-S, que tem ainda o Prata Sterling - além do Branco Diamond sem teto preto.
Sistema híbrido e desempenho

O Outlander combina motor 2.4 aspirado de 137 cv a dois elétricos. O dianteiro tem 116 cv e o traseiro, 136 cv. São 252 cv combinados, além 45,9 kgfm de torque. Esses propulsores a eletricidade são alimentados por bateria de 20 kWh, que pode ser recarregada em potência até 3,5 kW (o processo de 0 a 100% leva 6h30).
O carro vem com carregador portátil, mas há opção de instalar Wallbox - a Mitsubihi está definindo detalhes sobre parceiros para esse fim. Os motores elétricos também são responsáveis pelo sistema de tração 4x4 por demanda. E, também por isso, sempre têm reserva de carga, de acordo com a fabricante.
A Mitsubishi informa ainda que a tração pode ser enviada até 100% para a traseira ou dianteira, conforme demanda. O carro apresenta boas respostas ao pedal do acelerador, especialmente no modo de condução Power. Nesse caso, a rotação sobe bastante e o 0 a 100 km/h passa a ser feito em 7,9 segundos (ante os 10,5 s do modo Normal).

Os demais modos são Eco, Asfalto, Cascalho, Neve e Lama. Eles atuam no conjunto motor-câmbio, na tração e outros aspectos, como direção. Esta, aliás, se destaca pelas respostas extremamente precisas, que ajudam a fazer do Outlander um carro bem prazeroso de guiar.
Em curvas, o SUV passa segurança, sem inclinação de carroceria. As suspensões são independentes nas quatro rodas. Há ainda os modos do sistema elétrico. O EV é para usar apenas os propulsores a eletricidade (são 58 km de autonomia, conforme e Inmetro).
Há ainda modo híbrido (motores funcionando juntos), Save (para poupar bateria) e Charge (motores a combustão carregam elétricos). Também conforme o Inmetro, o consumo é de 27,7 km/l na cidade e de 25,2 km/l na estrada.
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