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O que Jaecoo 7 traz para compensar 'atraso' em relação aos rivais chineses

Quem chega depois tem de chegar melhor, certo? Geralmente, sim.

O híbrido plug-in Jaecoo 7 chegou quase dois anos depois do BYD Song Plus e do GWM Haval H6. A questão é: o primeiro carro da nova marca chinesa conseguiu inovar ou é apenas mais do mesmo?

A Jaecoo anunciou a chegada no Brasil em 2023, mas só começou a operar de fato agora (entenda a razão no fim deste texto). A montadora é um dos braços internacionais do Grupo Chery, ao lado da Omoda.

No Brasil, as marcas Omoda e Jaecoo têm operação conjunta. A primeira vem, neste momento inicial, com um SUV médio 100% elétrico. Coube à segunda trazer o produto que deve ter o volume mais relevante neste início de operação, o Jaecoo 7.

Vale destacar que Omoda e Jaecoo são as marcas criadas pelo Grupo Chery para mercados internacionais. Elas não atuam na China. Estão em locais como Europa e África. Aqui, as operações são independentes da Chery, que atua em parceria com a brasileira Caoa.

Diferenciais do Jaecoo 7

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Meu primeiro contato com o Jaecoo 7 deixou claro um diferencial do produto em relação aos demais chineses: acabamento interior.

Não que os BYD e GWM deixem a desejar, já que a qualidade da cabine é uma das coisas em que a indústria de carros da China mais avançou.

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Mas o Jaecoo 7 está um passo à frente. A qualidade do acabamento é de automóvel de luxo, com materiais sofisticados, macios e emborrachados.

Outro ponto em que o modelo está acima dos demais chineses é o ajuste de suspensão. Os carros do país asiático costumam ser moles demais - a ponto de, em alguns casos, se tornarem até desconfortáveis.

Não dá para dizer que o Jaecoo 7 é um carro que se destaca pela firmeza, principalmente quando o comparamos com modelos de origem europeia, por exemplo. Mas fato é que a suspensão ficou mais bem ajustada que a de outros chineses.

A adaptação da suspensão é, inclusive, uma das razões que levaram à demora da chegada da marca no Brasil. Ainda na parte de dirigibilidade, a direção poderia ser um pouco mais precisa e, em alta velocidade, pesada.

Detalhes

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Imagem: Rafaela Borges/UOL
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O Jaecoo 7, portanto, consegue se diferenciar dos demais por acabamento e ajuste da suspensão. O modelo híbrido plug-in tem motor 1.5 turbo a gasolina de 135 cv combinado a um elétrico de 204 cv (este alimentado por bateria de 18,1 kWh).

A potência combinada é de 339 cv e o torque, de 52 kgfm. Também chama a atenção a autonomia. O Jaecoo 7 pode rodar até 79 km no modo elétrico. No híbrido, de acordo com a fabricante, são 1.200 km.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

São duas versões de acabamento.

A Luxury tem preço sugerido de R$ 230 mil e a Prestige custa R$ 250 mil. Ela acrescenta coisas como bancos dianteiros com aquecimento, ventilação, memória e ajuste para a lombar, sistema de som da Sony (oito alto-falantes), tecnologias de assistência à condução com mais funções, head-up display e acionamento elétrico da tampa do porta-malas.

Já painel digital, central multimídia, câmeras "360 graus", controle de velocidade de cruzeiro adaptativo e teto solar panorâmico estão disponíveis desde a versão de entrada.

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Na comparação com o Song Plus, que custa R$ 245 mil, o Jaecoo 7 ganha em acabamento e potência (tem 104 cv a mais). Nesses dois quesitos, ele está mais para Song Premium, que tem tabela mais mais alta (R$ 300 mil e 324 cv).

O rival mais próximo acaba sendo o Haval H6 PHEV19, por R$ 244 mil e com 326 cv - também inferior em acabamento e dirigibilidade. Mas nem tudo é festa para o Jaecoo 7. Com 4,50 metros de comprimento, ele é cerca de 20 cm menor do que os concorrentes.

Com isso, apesar de ter bom espaço interno, fica atrás nesse quesito. O porta-malas de 500 litros também é inferior, em números. Se na prática também é pior, saberemos quando eu fizer o teste de dia a dia, colocando malas no compartimento do novato.

Por que demorou

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Levou tempo desde o anúncio até a chegada da Omoda e da Jaecoo ao Brasil. A empresa considerou esse período necessário para se preparar e adaptar ao mercado brasileiro.

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Com isso, já abre as portas com 55 autorizadas espalhadas pelo Brasil. Além disso, tem bom estoque de peças de reposição. Ao menos no caso do Jaecoo 7, a adaptação às condições locais merece aplausos.

Para a Omoda Jaecoo, é fundamental criar condições para oferecer carros que, quando forem para o mercado de usados, não tenham alta depreciação. A empresa sabe que isso é uma das coisas mais importantes para o brasileiro, e fundamental para uma marca ganhar confiança.

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Imagem: Rafaela Borges/UOL

Mas é fato que a marca chega já com o território preparado. De 2023 para cá, mudou a percepção de grande parte dos consumidores sobre marcas chinesas. Apesar das experiências ruins do passado, BYD e GWM vieram para mostrar que os automóveis da China agora têm qualidade. Com isso, acabaram facilitando a vida das concorrentes que vêm aí.

Assim como GWM e BYD, a Omoda Jaecoo também tem produção de veículos no Brasil confirmada. O cronograma e os modelos, no entanto, só serão divulgados adiante. Nos bastidores, o rumor é de que será usada a fábrica da Chery em Jacareí, no interior de São Paulo, que hoje está desativada.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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