Primeira Classe

Primeira Classe

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoCarros

Líder de vendas, Tesla é ignorada no ranking de montadoras confiáveis

Que Tesla, que nada! Pelo segundo ano seguido, a marca norte-americana teve o carro mais vendido do mundo (o Model Y). Porém, quando o assunto é confiabilidade, Elon Musk está sem moral em seu próprio país. A fabricante foi totalmente ignorada no ranking de montadoras mais confiáveis dos Estados Unidos, da J. D. Power.

A empresa especializada em dados do mercado automotivo e análise do comportamento do consumidor prepara anualmente esse estudo. E, no de 2024, não foi apenas a Tesla a norte-americana ignorada. Não há nenhum produto das marcas Chrysler, Dodge, Jeep e RAM (que pertencem ao Grupo Stellantis) e da Ford.

Em compensação, as marcas da General Motors arrasaram, ocupando três das seis primeiras posições. As outras três (inclusive a primeira) ficaram com fabricantes japonesas, com destaque para o Grupo Toyota. O ranking de montadoras mais confiáveis é sobre carros seminovos.

Para chegar à conclusão, a J. D. Power entrevistou cerca de 35 mil proprietários de veículos para investigar problemas apresentados em carros comprados há três anos. Assim, a pesquisa de 2025 (feito no segundo semestre de 2024) é sobre modelos de 2022 produzidos em 2021.

É importante não confundir esse estudo daquele sobre montadoras com maior nível de satisfação. Este, que a J. D. Power já chegou a realizar no Brasil (leia mais abaixo), tem resultados baseados em opiniões de proprietários de veículos sobre processos de vendas e pós-vendas.

Adiante, falaremos mais também sobre o estudo sobre satisfação de consumidor e outros ranking que contribuem para reputação de uma montadora, como o de marcas mais valiosas do mundo. Antes, vamos aos resultados recém-divulgados, sobre as fabricantes de carros mais confiáveis.

As dez marcas mais confiáveis

A Toyota tem grande reputação no Brasil. Já sua marca de luxo, a Lexus, ainda tem presença discreta por aqui, mas está começando a trabalhar para expandir sua atuação. Para isso, a reputação no mercado de seminovos deverá ser fundamental. Tanto que, recentemente, anunciou garantia de dez anos para seus produtos.

É esse tipo de ação que ajuda a garantir a reputação da marca nos Estados Unidos. No estudo sobre confiabildade de 2025, a Lexus obteve o terceiro lugar pelo terceiro ano seguido. O segundo lugar é da Buick, que faz parte do Grupo GM. O terceiro, da Mazda.

Continua após a publicidade

A Toyota ficou na quarta colocação. Quinta e sextas posições são ocupadas por marcas da GM - Cadillac e Chevrolet, respectivamente. Também parte da General Motors é a sétima colocada, GMC. A Porsche é oitava, a BMW nona e a Mini, décima.

Assim, o alto do ranking tem três japonesas, quatro americanas (todas do Grupo GM) e duas alemãs. A Mini é britânica, mas controlada pela germânica BMW. Chama a atenção também o número de marcas premium entre as mais confiáveis. Há quatro (Lexus, Cadillac, Porsche e BMW).

Entre as demais americanas, a Tesla, apesar de longe do topo do ranking, conseguiu melhorar bastante, ocupando a 15ª posição. Trata-se de uma grande evolução sobre a pesquisa de 2024, em que a marca aparecia em uma das últimas posições.

A Ford foi a 13ª colocada. Já as marcas norte-americanas da Stellantis estão mal posicionadas. A RAM é 22ª, a Jeep 28ª e a Chrysler, 29ª. Atrás desta, aparece apenas a Volkswagen, última.

Nível de satisfação

Quando o assunto é nível de satisfação do cliente, a pesquisa da J. D. Power é realizada em mais locais do mundo. No Brasil, a empresa chegou em 2010, e o estudo foi feito até 2019, antes da pandemia.

Continua após a publicidade

Tanto na pesquisa de satisfação com vendas (SSI) quanto na sobre o processo de pós-vendas (CSI), o primeiro lugar variava entre Toyota e Hyundai. Já nos EUA, essas montadoras não foram bem em 2024.

No SSI, Toyota e Hyundai apareceram entre as cinco piores (a mais bem colocada foi a Mini). Já no México, em 2024 a japonesa foi terceira e a sul-coreana, sexta (com a Ford na primeira posição).

No CSI, sobre satisfação com pós-venda, a edição de 2024 dos EUA teve a Buick na primeira posição, a Toyota na décima e a Hyundai na antepenúltima. No Japão, a Nissan lidera, seguida respectivamente por Honda e Toyota. Esses estudos são realizados também em locais como Índia e China.

As mais valiosas

Há um índice, no entanto, que é global: o de marcas mais valiosas do mundo. O mais famoso estudo é o da Interbrand (consultoria dos EUA), que abrange vários setores e, em 2024, colocou a Apple na primeira posição. Já no início de 2025 a Brand Finance divulgou seu ranking (também com a empresa de tecnologia na ponta).

Em ambos os casos, é avaliado o valor de mercado das marcas, baseado em fatores como preço das ações, mas também levando em conta coisas como adequação ao setor em que atuam e projeções. Nos dois estudos, há muito em comum além da liderança da Apple.

Continua após a publicidade

Entre as montadoras, a Toyota é a mais valiosa. A Tesla, por sua vez, perdeu valor de mercado. A edição de 2024 do "Top 100 Best Global Brands", da Interbrand, apontou a japonesa como a sexta marca mais valiosa do mundo, além de primeira entre as fabricantes de veículos.

O ranking de montadoras tem a Mercedes-Benz em segundo, a BMW em terceiro e a Tesla em quarto. A Hyundai fecha o "top 5". Do grupo, duas perderam valor ante 2023: Mercedes (4%) e Tesla (9%).

O top 5 da Brands Finance traz as mesmas marcas nas cinco primeiras posições, mas em ordem diferente. Toyota, Mercedes-Benz e Tesla mantêm respectivamente primeira, segunda e quarta colocações. Porém, a Hyundai é terceira e a BMW, quinta.

Outra diferença é a perda de valor ante a pesquisa anterior. A da Mercedes-Benz foi de 11% e a da Tesla, de 26%. Segundo a Brand Finance, entre os fatores para a queda estão a linha de veículos da americana, já envelhecida, e as opiniões públicas polarizadoras de seu proprietário, Elon Musk.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.