Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Renault Captur: o que nova versão do SUV tem de melhor e de pior
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O Renault Captur sempre foi um carro mais espaçoso que a média dos SUVs compactos, com os quais concorre - por preço, nível de acabamento, etc. Mas faltava motor. O 1.6 era fraco para o SUV e o 2.0, muito gastão.
Diferentemente do "irmão" Renault Duster, nunca teve visual polêmico. O Captur é bonito. Com esse bom pacote, o modelo da Renault resolveu seu principal problema na linha 2022. Adeus, velhos motores.
No Captur 2022, chegou o 1.3 turbo que já era conhecido no Brasil, em modelos como Classe A Sedan, GLA e GLB - todos da Mercedes-Benz. Esse motor foi desenvolvido em parceria com a marca de luxo, mas na verdade é mais francês que alemão.
No Captur, o 1.3 turbo ganha sua primeira aplicação com tecnologia flexível. Com isso, a potência, que é de 163 cv nos Mercedes, vai no Renault a 170 cv - com etanol. Anda bem? Anda demais!
Mas, com o principal problema resolvido, será que o Captur resolveu outras falhas? Não. Manteve muitas. Só que esses pontos negativos ficaram mais fáceis de digerir com um motor tão legal. Aqui, listo os pontos positivos e os defeitos do carro.
Pontos positivos do Renault Captur 2022
O Captur manteve seus dois principais argumentos. O porta-malas, grande questão para quem quer comprar um SUV compacto, é generoso. No segmento, só perde para o do Duster. São 437 litros e ausência de caixa de rodas invadindo o compartimento.
No Captur, dá para acomodar mais bagagem que em muitos SUVs médios - inclusive o líder do segmento, Jeep Compass. O espaço interno também está muito acima da média da categoria de compactos.
No banco de trás, a acomodação é equivalente à de muitos SUVs médios, com ótimo espaço para pernas e cabeça de pelo menos duas pessoas. O Captur tem 2,67 metros de distância entre os eixos.
A central multimídia do carro é bem legal. Fácil de usar e sensível ao toque, se destaca também pela projeção de imagens de câmeras laterais. Quase nenhum modelo da categoria tem essa tecnologia, que facilita demais o dia a dia, principalmente nas manobras de estacionamento.
Mas é ao volante que está o grande destaque do Captur 2022. Além do motor, o SUV recebeu também um novo câmbio CVT, importado do México, mais eficiente que o anterior. Os 27,5 mkgf de torque são primordiais para que o modelo faça ótimas retomadas de velocidade e tenha ótimo desempenho em subidas e ultrapassagens.
Mas não é só isso. A direção também está mais bem ajustada que no modelo anterior, com respostas muito precisas. O Captur é agora um carro gostoso de dirigir.
Pontos negativos
O Captur ganhou um problema que não tinha: preço. Os carros brasileiros da Renault, que usam plataforma da marca romena de baixo custo Dacia, se destacam pela tabela atraente. Não é mais o caso desse modelo.
O preço inicial do Captur é superior ao da maioria dos concorrentes. Parte de R$ 124.990 na versão Zen, vai a R$ 129.490 na Intense e chega a R$ 138.490 na Iconic. Quando o assunto é opção topo de linha, atualmente só há dois mais caros que o Renault.
O T-Cross Highline custa R$ 460 a mais. Já o HR-V Touring é bem mais caro. Tem preço sugerido de R$ 162.900.
Com todo esse valor, o Captur tinha de resolver alguns problemas. Seus concorrentes na mesma faixa de preço usam discos sólidos nos freios traseiros. O Renault manteve o sistema a tambor.
Além disso, outro velho problema não foi resolvido: não há saídas de ar-condicionado para quem viaja atrás. Outros pontos negativos são os bancos desconfortáveis e o fato de o carro ter apenas uma entrada USB na frente - sem carregador de smartphones por indução (sem fio) para auxiliar.
A maior falha do Captur 2022 1.3 turbo é o painel de instrumentos. Bem defasado, não tem nem mesmo tela de TFT no centro. Informações como consumo são mostradas em um pequeno monitor digital de péssima leitura.
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