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Primeira Classe

Chevrolet Tracker: o que nova versão do SUV tem de pior e de melhor

Colunista do UOL

03/08/2020 04h00

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O Chevrolet Tracker é candidato, junto com a Fiat Strada e o Volkswagen Nivus, a lançamento mais importante do ano no mercado de automóveis. O carro chegou em março e já disputa com T-Cross e Renegade o posto de SUV compacto mais vendido do Brasil.

Mas o que o Tracker tem de tão especial? E o que não é tão legal no badalado SUV? Para responder, tomamos como base a versão topo de linha, Premier, que marcou a estreia do novo motor 1.2 turbo de três cilindros da Chevrolet, e foi testada pela coluna.

Assim como Onix e Onix Plus, ele se destaca por ter alguns itens inéditos no segmento. Essa lista de equipamentos inclui carregador de celular por indução e Park Assist, a assistência ao estacionamento.

Mas mesmo o principal atributo já é também a primeira falha do carro. Esses importantes itens só estão disponíveis na versão Premier, que custa R$ 118.090. Para as demais, não são oferecidos nem como opcional.

O que o Tracker tem de melhor

O carregador de celular por indução é um dos pontos altos do Tracker, por permitir que o motorista não precise sempre se lembrar de levar fios para recarga em entradas USB. Além disso, o dispositivo permite que aparelhos sejam recarregados sem necessidade de tirar a capa de proteção.

A recarga é tão rápida, ou até mais, que a realizada em algumas entradas USB da concorrência. E por falar nesse porta, o Tracker tem três, uma na frente e duas atrás.

Outro destaque é o Wi-Fi a bordo. A tecnologia é paga, com planos a partir de R$ 29. Para quem optar por assinar o pacote, o benefício é excelente, pois o sistema funciona mesmo em "buracos negros" em rodovias, em que a internet de muitos smartphones deixa de apresentar sinal.

A já famosa central multimídia MyLink é muito fácil de usar e rápida nas respostas. Porém, nesta nova geração, ficou com a interface muito poluída. O Park Assist, bem preciso, oferece assistência para manobras de estacionamento paralelas e perpendiculares.

O Tracker vem ainda com o sistema de frenagem autônoma de emergência, algo raro no segmento de SUVs compactos. Além do modelo da Chevrolet, o também novato Nivus oferece essa tecnologia.

Design e acabamento vêm sendo considerados pontos positivos no Tracker. Internamente, ele não tem o mesmo capricho do Renegade, a referência do segmento, mas está acima da maioria dos carros da categoria. Por fora, o visual bem resolvido chama bastante a atenção.

Quanto ao motor 1.2 turbo de até 133 cv, além de dois itens importantes no segmento, o porta-malas (393 litros) e o espaço interno, não há surpresas. Eles oferecem o que se espera dos números da ficha técnica.

Ou seja: o carro é ágil, mas não empolgante. O Tracker antigo, com motor 1.4 turbo, tinha mais ímpeto. O porta-malas acomoda duas malas médias, uma pequena e duas mochilas.

Atrás, passageiros altos, com mais de 1,8 metro, terão dificuldade para acomodar suas pernas, mas há amplo espaço para a cabeça. Acomodar duas cadeirinhas infantis é fácil, pois o ângulo de abertura das portas traseiras é bom.

O que o Tracker tem de pior

A ergonomia é o principal problema do SUV da Chevrolet. A alavanca de ajuste do volante (altura e profundidade) é muito dura, e chega a machucar os dedos. Os comandos para a tela de TFT do quadro de instrumentos, que deveriam estar no volante, ficam na alavanca da seta de direção.

Quanto à posição de dirigir, é difícil conseguir encontrar um ajuste ideal para o banco (que, pelo menos, é bastante confortável). No quadro de instrumentos, falta indicação de horário. Esse dado fica na extremidade direita da central multimídia, o que obriga o motorista a desviar muito os olhos da pista.

Outra falha que chama bastante a atenção é ausência de saída para o ar-condicionado atrás. Defeito grave para uma versão topo de linha.

O carro, com câmbio automático de seis marchas, não tem opção de trocas manuais. O botão na alavanca do câmbio é um limitador manual de marchas, que pode ser acionado quando a transmissão está na posiçao "L".

O motorista pode limitar a marcha máxima que quer usar, mas não consegue fazer as trocas manualmente em qualquer situação. E por falar em alavanca do câmbio, quando ela está na posição "P", dificulta o acesso ao carregador de celular por indução e à entrada USB dianteira. Mais uma falha de ergonomia.