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Como é pedalar 413 km com uma bike elétrica em uma cidade como São Paulo

Bike elétrica modelo Turbo Vado SL 4.0 EQ, da Specialized - Divulgação
Bike elétrica modelo Turbo Vado SL 4.0 EQ, da Specialized Imagem: Divulgação

13/11/2020 04h00

Oito dias imerso em uma realidade com traços distintos em relação à minha rotina dos últimos 20 anos. Munido de uma bicicleta elétrica, pedalei 413 quilômetros por mais de 30 bairros de São Paulo e, assim, observei de perto as características de um meio de transporte que tem tudo para ser a escolha de muitos ciclistas iniciantes ainda em meio à pandemia do novo coronavírus.

A convite da Specialized, testei um dos modelos mais modernos do mercado, a Turbo Vado SL 4.0 EQ, com peso de uma bicicleta normal (14,9 kg) e de uma autonomia que permite esquecer do alcance da bateria até mesmo em percursos com muita subida.

O alcance máximo, dependendo do uso total da potência, pode atingir até 130 quilômetros, com possibilidade de extensão de 65 quilômetros por meio de um reforço removível na bateria, localizada na parte de baixo do quadro, acima do motor, que, por sua vez, fica próximo à corrente e os pedais.

Specialized - Diego Salgado/UOL - Diego Salgado/UOL
Visor que indica a potência e quantidade de bateria, acima do botão liga/desliga
Imagem: Diego Salgado/UOL

Como pude pedalar a Tubo Vado por oito dias, experimentei diversos estilos de uso. Antes de explicar o que é exatamente isso, vou lembrar aqui que uma bike elétrica é marcada pela pedalada assistida por meio de um motor elétrico. Em todos os modelos, é possível se deslocar do modo normal, sem o auxílio do motor. Está aí a grande sacada da Turbo Vado: com sua leveza, é possível se sentir em uma bike convencional, quando há opção por desligar o motor.

Mas voltemos aos estilos de pedaladas que desempenhei nas subidas e descidas da capital paulista, cidade complicada de vencer, como sabem. A fim de entender a autonomia da bateria, utilizei as três velocidades disponíveis: o primeiro usa 30% da capacidade do motor cuja potência máxima é 240W. O segundo, 60%. O terceiro, 100%, que na prática resulta em uma velocidade de 25 km/h.

Empolgado com a velocidade (e a facilidade), experimentei pedalar na potência máxima em tempo integral, num trajeto longo, de 60 km. Vale dizer que a quantidade de bateria fica bem visível, indicados por dez barrinhas no quadro, onde aparece também a potência usada. Nesse dia, cheguei em casa com duas acesas (20% de bateria).

No dia seguinte, experimentei a potência de 60% e, no outro, a de 30%. No último caso, a preocupação continuou mínima, mesmo com um trajeto bem próximo a 80 quilômetros e repleto de subidas. O estilo do caminho influi no gasto da bateria, de acordo com a minha experiência. Somente em um dos dias fechei o trajeto quase sem bateria, mas o caminho foi longo e difícil. E mesmo se ela tivesse chegado ao fim, eu fiquei tranquilo, pois o peso da bike permitiria uma pedalada normal de forma tranquila.

Testei ainda uma pedalada mista, com uso da potência maior nas saídas dos semáforos. Esse fôlego é fundamental, pois o arranque dá uma segurança em relação aos automóveis. Mais à frente, diminuía a potência. Essa maneira de usá-la também proporciona uma sensação de que você está sendo puxado à frente quando passa da primeira para a terceira potência.

Aliás, o vento na cara é um dos grandes prazeres ao pedalar uma bike elétrica. A Turbo Vado ainda traz conforto, com um selim bem adaptado e estabilidade mesmo diante de uma cidade com tanta irregularidade no asfalto.

E como recarregar a bateria? Simples: bem perto do motor há um espaço para a conexão de um cabo simples, que pode ser colocado em uma tomada comum. Em três horas ela estará novamente 100%.

Specialized 2 - Diego Salgado/UOL - Diego Salgado/UOL
Manopla esquerda traz consigo botões para aumentar e diminuir a potência do motor
Imagem: Diego Salgado/UOL

Um outro ponto interessante na Turbo Vado da Specialized é o câmbio traseiro dez velocidades. Ele ajuda muito no início das subidas, mesmo sem impulso. Na prática, se um trecho complicado apareceu de repente, a marcha mais leve atrelada a potência máxima do motor vai ajudar a vencer a parte íngreme, seja qual for. E, lógico, o peso da bike também auxiliará na tarefa.

O câmbio fica do lado direito, perto da manopla. Do lado esquerdo, os botões que permitem as mudanças das três potências, indicadas por sinais positivo e negativo, bem visíveis. Há ainda uma opção mais atrás, uma espécie de atalho para a potência mais alta, importante nos trechos de subidas mais intensas.

Importante lembrar que a Turbo Vado ainda traz luzes dianteira e traseira, que acendem automaticamente quando a bike é ligada. Há também um bagageiro na parte de trás, com capacidade de até 15 kg. Os freios são a disco, que facilitam a parada em meio a uma velocidade alta.

Ah, lembrem-se: a velocidade máxima permitida nas ciclovias é 20 km/h. E, claro, respeitei essa regra. Quando atingi 25 km/h, ocupei uma das pista da via, como tem de ser.