Por que pedalar no Brasil é um ato de resistência?
Antes de tudo, quero parabenizar os ciclistas que encaram o trânsito das grandes capitais brasileiras de peito aberto. Não é fácil colocar a bicicleta no asfalto. É, sobretudo, um ato de resistência.
Reproduzo duas situações ocorridas nesta semana, enquanto eu pedalava pela cidade de São Paulo. Mostra bem como é preciso resistir numa cidade que ainda precisa avançar muito em relação ao respeito no trânsito. Força aos ciclistas!
Dia 9 de março, período da noite
Ciclovia da Rua da Consolação:
Um carro bloqueia o caminho, mesmo com indicações no asfalto:
Eu: A senhora pode sair da ciclovia?
Ela: Antes de vocês aparecerem, já estávamos aqui.
Eu: Mas estamos aqui agora.
Ela: Você devia andar de carro.
Eu: Não, senhora, prefiro usar a bicicleta.
Ela resmunga, fecha o vidro na minha cara e segue parada na ciclovia, forçando a minha passagem pela via.
Dia 11 de março, período da tarde
Avenida Rebouças:
Pedalo na pista da direita. Um carro não respeita a distância de 1,5 metro e por pouco não encosta na bicicleta.
Eu: Você viu a fina que você tirou da bicicleta?
Ele: Sou ciclista também, não passou tão perto.
Eu: Então, você sabe que deve guardar uma distância de 1,5 metro, não é?
Ele: Bicicleta não pode andar no meio da rua.
Eu: Pode, consta no artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro
Sigo pedalando. Ele fica parado no congestionamento.
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