Lubrificante falso é mais comum do que você pensa; evite ameaça a seu carro

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Você sabia que aquele óleo lubrificante que parece inofensivo pode, na verdade, ser uma bomba-relógio para o motor do seu carro?
O ICL (Instituto Combustível Legal) acende um alerta preocupante: cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no Brasil são falsos ou adulterados, segundo estimativa da ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação). Isso significa que um em cada cinco frascos no mercado pode comprometer não só o desempenho do veículo, mas também a segurança dos motoristas.
E o problema é caro. Os prejuízos causados por essa prática ultrapassam R$ 1,4 bilhão por ano, entre gastos com manutenção, perda de garantia de fábrica e danos mecânicos sérios, de acordo com o ICL.
"É uma economia na hora da compra do produto, mas a longo prazo significa uma ameaça invisível que age no coração do motor", alerta Emerson Kapaz, presidente do instituto.
Motor em risco
O uso de lubrificante adulterado pode causar desde a formação de borra, aquela gosma que entope dutos e destrói pistões, até a corrosão de peças internas, falha do eixo virabrequim e até a quebra da correia dentada. O custo do conserto pode passar dos R$ 10 mil, dependendo do modelo do veículo.
Dentre os principais vilões encontrados nesses produtos estão aditivos impróprios, presença de água e até ácidos, que aceleram a degradação e comprometem componentes vitais.
Tudo isso começa com uma decisão aparentemente inofensiva: comprar um óleo barato, de procedência duvidosa.
Onde esses produtos são vendidos?
Segundo o ICL, os lubrificantes adulterados são comumente encontrados em postos de combustíveis com histórico de irregularidades, oficinas mecânicas informais, indústrias abandonadas e pontos de venda sem controle de procedência.
"Reforçamos a importância de intensificar as operações de fiscalização e de orientar os consumidores sobre a necessidade de adquirir lubrificantes apenas em estabelecimentos devidamente regularizados e que emitam nota fiscal", reforça Kapaz.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) afirma que tem atuado contra a prática.
Conforme a entidade, entre janeiro de 2024 e maio de 2025, foram realizadas 313 ações de fiscalização com produtores de óleo acabado - e, pasme, em 264 delas foram encontradas infrações. Em São Paulo, só neste mês de junho, a ANP apreendeu 244 litros de óleo lubrificante irregular em dois revendedores da capital.
A coluna também procurou o Ministério da Justiça, questionando sobre as ações de fiscalização e controle desses produtos, mas não obteve resposta.
Como se proteger?
A dica principal é: desconfie de preços muito baixos. Além disso:
Sempre exija nota fiscal
Verifique se o produto tem selo de qualidade do fabricante
Confira o número do lote e o CNPJ no rótulo
Consulte o manual do veículo para garantir que o óleo atende às especificações da montadora
Evite compras em plataformas não homologadas ou locais sem garantia de procedência. Essa economia imediata pode custar caro — e o prejuízo vai muito além do motor
Se suspeitar de irregularidades, é possível denunciar a irregularidade à ANP por meio do respectivo site ou pelo telefone 0800-970-0267.
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