Carro GPT: como funciona o assistente de IA presente no VW Tera

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Já pensou em conversar com seu carro como você conversa com a Siri, Alexa ou até com o ChatGPT? Pois é mais ou menos essa a ideia do Otto, o novo assistente de inteligência artificial (IA) da Volkswagen que estreia no SUV Tera. Apesar do nome simpático, ele não tem um corpo metálico nem dirige o carro sozinho, mas promete ser um "copiloto digital de verdade", capaz de interagir em linguagem natural com o motorista.
Otto é um assistente virtual baseado em IA generativa, ou seja, ele usa um modelo de linguagem do tipo LLM (Large Language Model), semelhante ao ChatGPT, para entender perguntas, interpretar contextos e responder de forma mais natural.
A diferença é que, enquanto o ChatGPT responde sobre quase tudo, o Otto foi treinado com foco no ecossistema da Volkswagen: ele entende do seu carro, da sua manutenção, dos recursos de conectividade e até das informações do manual do proprietário.

Basta dizer "Fala, Otto" e ele entra em ação. O assistente estará disponível no app Meu VW 2.0, espelhado na central multimídia VW Play Connect, que equipa as versões Comfort (R$ 126.990) e High (R$ 139.990) do Tera, e opcionalmente, por mais R$ 1.590, na versão TSI MT (R$ 116.990). A tecnologia exige conexão ativa - a assinatura dos serviços custa R$ 24,90 por mês, mas é gratuita por um ano.
O que ele faz na prática?
- Informa dados do carro em tempo real, como autonomia, manutenções programadas e alertas de sistema;
- Permite buscar informações no manual do veículo com respostas personalizadas e ilustradas;
- Se integra com apps de navegação como Google Maps, Waze e Apple Maps;
- Responde a perguntas abertas da internet, funcionando como um "concierge" automotivo;
- Aprende com os comandos e preferências do usuário ao longo do tempo.
A proposta é transformar o relacionamento com o carro em algo mais intuitivo e fluido, substituindo comandos engessados por uma conversa natural, algo que já se vê em smartphones, mas ainda engatinha nos veículos.
Otto é único no mercado?
Não exatamente. A integração de IA nos carros é uma tendência forte para 2025. Marcas como Mercedes-Benz, BMW e Hyundai também vêm investindo pesado em assistentes com IA generativa:
- A Mercedes integrou o ChatGPT ao seu assistente MBUX em alguns modelos nos EUA.
- A BMW anunciou parceria com a Amazon para usar IA conversacional baseada em Alexa.
- A Hyundai e a Kia vêm testando modelos próprios de linguagem para seus carros conectados.
- Já a Tesla ainda não adota IA generativa declaradamente, mas usa aprendizado de máquina extensivamente para comandos de voz e navegação no Autopilot.
A diferença é que o Otto é um dos primeiros assistentes generativos desenvolvidos no Brasil, com foco na realidade local, tanto na linguagem quanto nos serviços oferecidos.
IA dentro do carro: o que muda?
A chegada da IA generativa nos carros abre caminho para um novo tipo de interação: mais personalizada, mais intuitiva e, principalmente, mais conectada. Ela pode ajudar desde o motorista iniciante que não sabe onde fica o botão do farol de neblina até aquele que quer saber se precisa trocar o óleo antes da próxima viagem. E isso sem precisar navegar por menus ou procurar respostas no Google.
O desafio agora é garantir que essa inteligência seja, de fato, útil no dia a dia, e que os motoristas se adaptem a essa nova forma de conversar com seus veículos. Afinal, como toda tecnologia, ela só faz sentido se resolver problemas reais.
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