Paula Gama

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Tecnologia contra o crime: como deixar o seu carro à prova de ladrão

Se tem uma coisa que está sempre nas manchetes policiais e cada vez mais presente nas redes sociais, são os relatos de roubos e furtos de carros. O que fica claro a cada novo crime é que os bandidos estão cada vez mais ágeis, equipados e criativos. O furto de peças e acessórios - como rodas, faróis e centrais multimídia - movimenta um mercado clandestino milionário, alimentado por desmanches ilegais e até por encomendas feitas pela internet.

O maior temor dos motoristas é que, para os ladrões, cada carro na rua é um potencial alvo. Mas a escolha não acontece por acaso. Fábio Henriques, policial federal e instrutor de defesa pessoal, explica que os criminosos analisam suas vítimas antes do ataque.

"Os assaltantes patrulham as ruas, observando quem está distraído ou vulnerável de alguma forma. Estatisticamente, para cada vítima de roubo ou furto, pelo menos oito outras pessoas foram descartadas porque não apresentavam facilidades. Isso mostra que o assaltante não quer esforço, quer oportunidade."

Ou seja: quanto mais difícil for para o ladrão levar o seu carro, menor a chance de você entrar na estatística. Felizmente, existem diversas maneiras - simples e acessíveis - de aumentar essa proteção.

Alarmes inteligentes

Os alarmes evoluíram muito e, hoje, alguns modelos vão além da sirene. Os mais modernos enviam alertas para o celular do dono, monitoram o carro por GPS e até impossibilitam o acionamento do câmbio e ignição à distância. É o caso do modelo "Positron PX360BT", que cria um sistema de segurança por aplicativo.

Proteção de rodas

Por incrível que pareça, se tornou comum ver carros sem rodas nas ruas, por causa da ação de bandidos. As rodas são alvos relativamente fáceis - mas não se você usar parafusos de segurança! Eles exigem uma chave específica para remoção, o que torna o roubo muito mais difícil. Sem a chave especial, o ladrão desiste e procura outro carro. O kit pode custar entre R$ 100 e R$ 300.

'Vacina' antifurto

Muito comum em motocicletas e caminhões, a 'vacina antifurto' torna as peças do veículo inúteis para os bandidos. O sistema é tão interessante que algumas seguradoras oferecem descontos para carros 'vacinados'. A tática é gravar o número do chassi nas peças mais visadas pelos criminosos, como motor, a roda, a carcaça, entre outras.

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O custo pode ficar entre R$ 50 a R$ 200 por peça, e para os ladrões nem 'perderem tempo', é aplicado um adesivo informando que a moto, caminhão ou carro está vacinado.

Película antivandalismo

Uma pedrada no vidro e, em segundos, o ladrão pode acessar objetos de valor ou até levar o carro. A película antivandalismo cria uma barreira extra, dificultando a quebra e atrasando a ação dos criminosos.

Segundo Romildo Lagass, gerente de Operações da Autoglass, essa película dificulta a ação de criminosos, pois suporta impactos de até 90 kg, tornando a quebra do vidro muito mais difícil.

Além disso, em caso de acidente, ela ajuda a reduzir os riscos de ferimentos aos ocupantes, já que o vidro estilhaça antes de se desprender, mantendo a integridade da proteção. O custo varia de R$ 500 e R$ 2.500, dependendo da espessura.

Rastreador GPS

Se o pior acontecer e seu carro for roubado, um rastreador GPS pode ser a chave para recuperá-lo rapidamente. Ele também pode garantir um desconto no valor do seguro. Há opções disponíveis com assinatura mensal (entre R$ 50 e R$ 100), que oferecem assistências ao motorista, como acionamento da polícia, ou dispositivos completamente particulares entre R$ 500 e R$ 1.500.

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Travas físicas

As travas mecânicas podem parecer coisa do passado, mas seguem sendo uma das formas mais baratas e eficazes de dificultar o roubo. Afinal, um ladrão quer agilidade - e uma trava no volante, pedais ou câmbio é um grande obstáculo.

Opções disponíveis:
Trava de volante: impede a movimentação do carro (R$ 100 a R$ 300).
Trava de pedal: bloqueia acelerador e freio (R$ 150 a R$ 400).
Trava de câmbio: impede a troca de marchas (R$ 200 a R$ 500).

Proteção contra roubo de chave presencial

Se seu carro tem partida sem chave, fique atento! Algumas quadrilhas especializadas já possuem tecnologia para clonar esses dispositivos. Nesse golpe, uma dupla de bandidos divide funções.

Funciona assim: o primeiro carrega na mochila um dispositivo que, ao se aproximar, "rouba" o código da chave presencial e o transmite para outro aparelho, que pode ser um smartphone com software específico. Com esse aparelho, o segundo bandido, posicionado ao lado do automóvel, consegue destravar as portas, entrar na cabine e escapar com o carro.

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No entanto, esse golpe só é possível em alguns modelos de chave, pois as mais modernas já possuem mais camadas de segurança justamente para evitar esse tipo de ação.

Na dúvida, para se proteger, é possível colocar a chave em uma bolsa bloqueadora de sinal, que custa entre R$ 50 a R$ 150.

Proteção máxima

Se pudéssemos combinar as melhores tecnologias de segurança disponíveis hoje, incluindo as novidades recém apresentadas pelas montadoras, poderíamos criar um carro praticamente inviolável. Leitura biométrica para ligar o motor, rastreamento GPS em tempo real, blindagem, aviso ao proprietário em caso de movimentação suspeita, bloqueio remoto por celular e sensores inteligentes contra arrombamento formariam um escudo quase impenetrável contra criminosos.

No Brasil, já houve até tentativa de tornar obrigatório um chip de localização e bloqueio automático em todos os veículos, mas a medida foi barrada pelo Ministério Público - além de deixar os carros ainda mais caros, o órgão entendeu que poderia comprometer a privacidade dos motoristas. Mesmo assim, com a tecnologia disponível e um bom planejamento de segurança, já é possível transformar seu carro em um alvo nada atraente para os ladrões.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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