Como os carros em Israel são protegidos contra roubos e ataques terroristas
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Em um vídeo que viralizou nas redes sociais, uma brasileira moradora de Israel mostra um sistema de segurança automotiva pouco conhecido no Brasil: um teclado numérico instalado no painel do carro, que exige um código antes de permitir a ignição. Mesmo com a chave correta, sem digitar a senha, o motor não liga.
Esse sistema, presente em grande parte dos veículos israelenses há anos, não é apenas um dispositivo antifurto - ele também evita que carros roubados sejam usados em ataques terroristas, como veículos-bomba ou atropelamentos intencionais contra civis.
Mais do que evitar roubos
Diferentemente do Brasil, onde a principal motivação para roubo de veículos é a revenda ou desmanche, em Israel o risco de que um carro roubado seja usado em um atentado é real.
Nos últimos anos, houve casos de veículos utilizados como armas para atropelamentos deliberados, além da ameaça constante de carros-bomba. Para reduzir esse perigo, Israel adotou medidas rigorosas, incluindo postos de controle, forte presença militar e tecnologias para dificultar o uso indevido de veículos.
O imobilizador com teclado numérico é uma dessas soluções. O objetivo é simples: mesmo que um criminoso tenha a chave do carro, ele não conseguirá ligá-lo sem o código correto. Além disso, após alguns minutos de carro ligado sem uso, o sistema se reativa automaticamente, exigindo nova autenticação.
O sistema existe no Brasil?

No Brasil, os carros modernos costumam vir equipados com imobilizadores eletrônicos embutidos na chave, que impedem a partida sem o transponder correto. Na prática, a tecnologia não muda muita coisa, pois se o criminoso estiver com a chave do carro, conseguirá dar partida. Já o modelo com teclado numérico, como o usado em Israel, não é comum por aqui.
Apesar disso, é possível encontrar dispositivos similares à venda em sites de compras internacionais por preços a partir de R$ 250. Esses modelos exigem a instalação por um profissional especializado, mas funcionam de forma semelhante ao sistema israelense.
Além dos imobilizadores tradicionais, muitos carros conectados no Brasil já oferecem funcionalidades avançadas de segurança, permitindo que algumas ações sejam controladas remotamente por aplicativos. Entre essas funções, destacam-se os bloqueadores de ignição e os rastreadores GPS com corte de combustível.
Os bloqueadores de ignição permitem que o motorista impeça a partida do carro à distância, diretamente pelo aplicativo da montadora. Essa tecnologia é útil tanto para evitar furtos quanto para situações em que o proprietário deseja impedir o uso não autorizado do veículo.
Já os rastreadores GPS com corte de combustível vão além da simples localização do carro. Além de fornecer a posição em tempo real, alguns modelos permitem o desligamento remoto do motor, dificultando a fuga de criminosos caso o veículo seja roubado.
Essas funções são cada vez mais comuns em carros conectados, oferecidos por diversas montadoras no Brasil, mas também podem ser instaladas em oficinas mecânicas. Modelos de marcas como Chevrolet, Jeep, Volkswagen, Ford e Hyundai já contam com aplicativos que permitem monitorar a localização do carro, travar portas e até acionar alertas de segurança à distância.
Vale a pena instalar um imobilizador como o de Israel?
Se a preocupação for evitar furtos e roubos, sistemas adicionais de segurança sempre são bem-vindos. No entanto, é importante considerar a praticidade: digitar um código toda vez que for ligar o carro pode não ser tão conveniente para todos os motoristas.
Outro ponto a ser avaliado é a qualidade do dispositivo. Produtos vendidos por importadores podem ter variações de confiabilidade e instalação inadequada pode causar falhas na ignição.
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