Resto de rico renovado: kit chinês barato 'rejuvenesce' carros de luxo

O facelift de R$ 44 mil

A atual geração do BMW Série 3 (G20) foi lançada em 2019 e passou por um facelift em 2022. Com os kits disponíveis no mercado, donos de modelos mais antigos podem fazer com que seus carros pareçam novos, sem precisar investir em um modelo atualizado.

O processo não se limita à troca de faróis e para-choques. Dependendo do orçamento, o interior também pode ser renovado com peças que imitam os acabamentos das versões mais caras:

O kit externo custa R$ 25 mil, e a instalação e pintura somam R$ 5.000, além de mais R$ 14 mil pela atualização interna, totalizando um investimento médio de R$ 44 mil para um facelift completo.

Mas será que a transformação convence? Segundo Edson, de frente, a diferença é imperceptível. Porém, nos modelos fabricados antes de 2018, a traseira segue um desenho diferente, o que pode denunciar a origem do carro para os mais atentos. Já nos modelos a partir de 2019, a atualização pode ser feita sem que (quase) ninguém perceba.

E para quem quer algo ainda mais exclusivo, há o kit para transformar a aparência de um Série 3 comum em um M3, a versão esportiva do sedã, que custa cerca de R$ 1 milhão. O custo dessa atualização varia entre R$ 30 mil e R$ 35 mil. É claro que bastará ouvir o ronco do motor para saber que há algo errado, pois nada muda na mecânica.

O fascínio pelo carro novo (ou quase isso)

A ideia de dar uma nova cara ao carro pode até soar curiosa, mas quem recorre a esse tipo de modificação não busca apenas estética. Segundo Edson, há uma lógica financeira envolvida: "O cara está em um carro de R$ 300 mil, mas pagando um IPVA de apenas R$ 3.000. Na ponta do lápis, isso significa economizar alguns milhares de reais por ano".

E essa estratégia não se limita à BMW Série 3. Modelos como BMW X4, X5 e X6, além de alguns Mercedes e Audi, também podem receber esses kits.

Outro exemplo é o Toyota SW4 SRX, que pode ser transformado na versão Diamond - a topo de linha do SUV - com um investimento de R$ 15 mil. Na loja, a diferença entre as duas versões é de R$ 53 mil, mas também adiciona equipamentos internos, como carregador por indução e abertura eletrônica do porta-malas com sensor de presença.

Vale a pena?

A prática divide opiniões. Se por um lado o dono do carro pode ter a sensação de estar dirigindo um modelo atualizado sem gastar centenas de milhares de reais, por outro, há quem veja a iniciativa com ceticismo.

O investimento necessário para um facelift completo não é baixo, e no final das contas, o carro continua sendo o mesmo por baixo da nova roupagem. Mas para quem gosta de "tirar onda" e se sentirá "economizando" no IPVA, essa pode ser a forma mais acessível de rodar com um "zero-quilômetro" - pelo menos na aparência.