Paula Gama

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Nova VW Amarok mantém peça contestada que pode causar problemas no motor

Desde que a Volkswagen Amarok foi lançada, a picape conquistou admiradores pela sua robustez e desempenho, principalmente do motor V6. No entanto, um problema específico tem gerado dúvidas e preocupações entre proprietários: a fragilidade da bomba de alta pressão, conhecida como Bosch CP4, que, quando danificada, pode liberar limalhas e causar sérios problemas ao motor. Com a recente atualização da caminhonete, muitos se perguntam se essa questão foi finalmente resolvida.

A Bosch CP4 é uma peça essencial no sistema de injeção diesel da Amarok, responsável por manter a alta pressão necessária para o funcionamento do motor. Contudo, essa bomba tem sido alvo de críticas devido a uma falha que reduz sua durabilidade. De acordo com o engenheiro mecânico André De Maria, essa falha provoca um desgaste interno dos componentes da bomba, que libera fragmentos metálicos.

Esses fragmentos contaminam o sistema de injeção, causando danos em outras partes do motor e, em casos extremos, levando à paralisação abrupta do propulsor - uma condição conhecida como "stall", que pode ocorrer sem qualquer aviso prévio.

Esse problema não é exclusivo do mercado brasileiro. "Na Europa, o índice de falhas da bomba CP4 está em torno de 1%, enquanto nos Estados Unidos, esse número ultrapassa os 7%. No Brasil, embora não existam números oficiais, estimativas sugerem que mais de 30% das Amarok possam ser afetadas. A Bosch, responsável pelo desenvolvimento da bomba, aplicou melhorias ao longo dos anos, mas a confiabilidade desejada ainda não foi alcançada", afirma o engenheiro.

A atualização da Amarok resolveu o problema?

Com a recente atualização da Amarok no Brasil, a Volkswagen anunciou algumas melhorias, incluindo um aumento no período de garantia, que agora é de cinco anos. Contudo, a marca confirmou que a bomba CP4 permanece equipando a picape.

Questionada pelo UOL Carros, a Volkswagen afirmou que a confiança na picape média foi reforçada com as novas garantias, e destacou que a durabilidade do sistema de alimentação depende diretamente da qualidade do combustível utilizado pelos consumidores.

"As questões que envolvem o sistema de alimentação dependem da qualidade do combustível, tendo encontrado, ao longo dos anos, casos em que o sistema foi danificado pelo mau uso. Todos os componentes passam por evoluções naturais, orientadas por fornecedores em dia a dia de uso - e as atualizações são fundamentais para qualquer tipo de produto; não só quando falamos de bomba, mas em diversas peças, como os faróis, por exemplo", disse a montadora ao UOL Carros.

A marca afirmou ainda que "mantém um padrão rígido de controle de qualidade para quaisquer de seus veículos, enquanto sua Rede de Concessionárias está sempre à disposição para atender clientes com qualquer necessidade de serviços e, quando aplicado, reparos dentro da garantia. A Volkswagen ressalta ainda que seus produtos não representam risco à saúde e à segurança do consumidor".

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A Bosch, por sua vez, também abordou a questão, explicando que o uso de combustíveis de baixa qualidade e problemas na filtragem podem levar à degradação dos componentes do sistema de injeção diesel. A empresa alertou que o aparecimento de partículas metálicas, reportado por alguns proprietários, pode estar relacionado ao uso de combustível impróprio ou à falta de manutenção adequada.

"Para evitar esse tipo de problema, é importante abastecer com diesel S10 de qualidade e procedência, assim como seguir rigorosamente o plano de revisão/manutenção indicado no manual do fabricante do veículo", afirmou a empresa para a reportagem.

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Reportagem

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