Nova Amarok: veja o que faltou melhorar após decisão que a deixou 'velha'
A Volkswagen lançou recentemente a versão atualizada da Amarok no Brasil, mas os consumidores que esperavam grandes inovações se decepcionaram. A picape, que foi introduzida no mercado sul-americano em 2010, recebeu apenas algumas mudanças estéticas e melhorias pontuais, enquanto o mercado internacional já desfruta de uma nova geração, com uma plataforma mais moderna e tecnologias avançadas.
A nova geração da Amarok, que foi desenvolvida em parceria com a Ford, já está disponível em mercados como Europa e África do Sul. Essa versão é construída sobre a mesma base da nova Ranger, fruto de uma colaboração entre as duas montadoras que relembra a antiga joint venture Autolatina. Contudo, a Volkswagen do Brasil optou por não trazer essa nova geração para o mercado local.
A decisão de manter a produção da versão antiga da Amarok na Argentina, ao invés de atualizar para a nova plataforma, foi tomada durante a gestão do argentino Pablo Di Si, então presidente da Volkswagen na América do Sul.
A justificativa foi focada em questões estratégicas e econômicas, visando manter a competitividade da picape no mercado local, embora isso tenha resultado em uma oferta tecnicamente defasada em comparação com seus concorrentes.
O que a nova geração tem que a 'velha' não oferece?
Enquanto a versão sul-americana da Amarok mantém a plataforma original de 2010, a nova geração, oferecida em mercados como África do Sul e Europa, se destaca por uma série de inovações tecnológicas. Entre as principais diferenças, conta com um sistema de câmeras 360 graus que facilita as manobras em espaços apertados, além de sistemas de assistência ao motorista, como frenagem autônoma de emergência e alerta de ponto cego.
A nova geração também traz um painel digital completo e uma tela multimídia de 10 polegadas posicionada verticalmente, oferecendo uma experiência mais moderna e conectada. Além disso, a capacidade de reboque foi aumentada e há maior capacidade de imersão, que passa de 50 cm para 80 cm.
Poderia ter mudado mais
Embora a nova Amarok sul-americana tenha recebido alguns ajustes, a lista de itens que poderiam ter sido aprimorados é extensa. Entre as principais novidades, a picape agora vem com airbags do tipo cortina, somando seis no total, e pequenas alterações no design frontal. Entretanto, tecnologias mais avançadas, como a partida por botão, ainda estão ausentes, o que se deve à limitação da arquitetura eletrônica da plataforma.
Outro ponto de crítica é a falta de sistemas modernos de assistência ao motorista. Enquanto concorrentes como a Ford Ranger e a Nissan Frontier já contam com alertas de ponto cego, frenagem autônoma de emergência e câmeras 360 graus, a Amarok oferece apenas um dispositivo chamado Safer Tag, que alerta o motorista sobre velocidade máxima permitida, saída de faixa e colisões iminentes.
A ausência de um sistema de alívio para a tampa traseira e de ganchos de fixação de carga na caçamba também coloca a picape em desvantagem frente à concorrência.
Mecânica: o que foi mantido
No Brasil, a Amarok continua equipada com o motor V6 turbodiesel de 3.0 litros, que entrega 258 cv e 59,1 kgfm de torque, com a função Overboost elevando a potência para 272 cv por curtos períodos. Esse motor, desenvolvido pela Audi, é acoplado a uma transmissão automática de oito marchas e tração 4x4 sob demanda, que promete tanto performance em alta velocidade quanto capacidade off-road.
Apesar dessas especificações respeitáveis, a mecânica robusta pode não ser suficiente para compensar a defasagem tecnológica e o design ultrapassado, especialmente considerando o preço da picape, que parte de R$ 309.990 e pode chegar a R$ 350.990 na versão topo de linha Extreme.
A atualização da Amarok chega em um momento em que o mercado de picapes médias no Brasil está mais competitivo do que nunca. Modelos como a Chevrolet S10, Ford Ranger e Toyota Hilux oferecem mais tecnologias e design moderno, características que a Amarok atualizada não consegue igualar. Uma boa novidade foi a garantia ampliada para cinco anos.
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