Pedreiromóvel ressurge: como está o carro mais polêmico do Lata Velha

Quando o assunto é Lata Velha, quadro de restauração de carros dos programas de Luciano Huck na TV Globo, é provável que o primeiro carro que venha à sua cabeça seja o famoso "pedreiromóvel". O Volkswagen Logus GLSi 1996, reformado pelo apresentador em 2010, voltou a ser notícia nas redes sociais na última semana, ressurgindo em vídeo gravado em uma oficina de Macaé (RJ).
Até então, a última notícia sobre o veículo foi de que estava abandonado em um terreno baldio em 2021, junto com outros carros velhos, prestes a virar sucata. No entanto, um vídeo mostrou que o Logus pode ter outro destino: ele está em uma oficina, ainda em péssimo estado de conservação e cheio de lixo dentro, mas o simples fato de ter mudado de lugar despertou esperança dos fãs.
As maçanetas de pá de pedreiro já não acompanham mais o veículo, assim como os faróis. Mas a estampa permanece inconfundível. UOL Carros ligou para algumas oficinas de Macaé, cidade onde o veículo estaria, mas não encontrou seu paradeiro.
O "pedreiromóvel" virou um dos carros mais polêmicos do programa graças à personalização exagerada. A reforma estampou a lataria com imagens de tijolos e azulejos e utilizou colheres de pedreiro no lugar das maçanetas das portas - sem falar na marreta como alavanca de câmbio e botão de descarga na tampa de combustível.
Apesar de todas as polêmicas e de o veículo estar bem acabado atualmente, o mais interessado na reforma aprovou o serviço: 'seu Luizinho', o antigo dono, que revelou que o carro o acompanhou durante anos no trabalho e até atraiu mais clientes.
Em 2014, chegou a fazer uma nova participação no Caldeirão do Huck, em que mostrava o veículo em perfeito estado. No entanto, em uma entrevista mais recente, o pedreiro afirmou que a clientela aumentou tanto que ele conseguiu comprar novos carros e o "pedreiromóvel" ficou para o filho, que diante da dificuldade de encontrar peças resolveu vendê-lo.

A principal razão da venda do veículo foi a quebra do câmbio. Depois de não encontrar mais peças, seu filho resolveu passar adiante, mas a documentação nunca foi atualizada para o nome do novo dono.
"Nada do que me prometeram deixaram de cumprir. Foi até melhor do que imaginei, um sonho que se realizou", afirmou Luizinho em uma de suas entrevistas mais recentes. Ele ainda revelou que o Logus que foi entregue a ele não era o seu. A produção teria avaliado que a reforma não valia a pena, comprando e personalizando modelo um ano mais novo, de 1997.
Outros veículos abandonados
O Logus de seu Luizinho não é o único veículo do Lata Velha que foi encontrado em péssimo estado de conservação. É bom reforçar que nem sempre se trata de desleixo, já que muitos desses carros têm quase 30 anos de existência e as peças, além de raras, são mais caras. A coluna encontrou alguns destes automóveis em reportagens anteriores.
Apresentada em 2012, a história de Chester Ricardo foi bem emocionante. Depois de passar oito anos preso, ele montou um ferro-velho para seguir a vida de forma honesta. Nesse período, utilizava a caminhonete Chevrolet C10 1967 no trabalho, mas ela estava em péssimas condições.

Depois do programa, Chester não teve muita sorte. Ele chegou a trabalhar um ano com a caminhonete reformada, mas sofreu um acidente e demorou meses para conseguir pagar o conserto. "Quando terminei de consertar, cinco dias depois fui descer a Vila Maria com material e estourou o freio. Bati num carro que tive que pagar. A partir disso nunca mais consegui arrumar a caminhonete" (sic), explicou o dono do veículo.
Em 2019, a C10 foi vista abandonada em um terreno sem a parte da frente, que provavelmente foi danificada no segundo acidente.
Ford Belina

Depois da reforma do seu Ford Belina, em 2006, seu Toninho, um vendedor de ovos de Natal, no Rio Grande do Norte, ficou conhecido como "Mc Pinto". Além de reformar o carro, o programa fez um funk com a clássica frase "olha o carro do ovo passando na sua rua". Até hoje, tanto o carro quanto a música são utilizados no trabalho, virando uma verdadeira celebridade na cidade. O carro já foi até mesmo cabo eleitoral de candidato a vereador.
O estado do veículo choca à primeira vista, mas seu Toninho explica que, além da maresia de Natal, o fato de o carro ser usado diariamente para trabalho há mais de 14 anos impediu a conservação.
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