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Golpe duplo do carro clonado: como o crime causou prejuízo de R$ 50 mil

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Vender um carro clonado, ou seja, com número de placa e chassi igual ao de outro veículo, é um dos golpes mais comuns envolvendo automóveis, mas os bandidos estão conseguindo se especializar cada vez mais no crime, oferecendo documentos reais.
Quem caiu na armadilha foi Franklin da Silva Pacheco que, ao tentar pagar o IPVA de seu Toyota Corolla pelo aplicativo "Carteira Digital", percebeu que estava no nome de outra pessoa.
"O e-mail e o telefone que estavam lá não eram os meus. Além disso, dizia que o carro tinha sido vendido, mas estava comigo. A transferência de propriedade foi feita no posto do Detran de Duque de Caxias. Criaram até um RG no meu nome, para conseguir fazer a transferência. Como tiveram acesso aos meus dados? O aplicativo não é seguro?", disse Franklin, que mora em Maricá (RJ), ao G1.
O nome que estava no documento do seu carro era o de Sandro Ricardo Araujo Lima, outra vítima dos criminosos. Sandro entregou um carro como entrada e pagou mais R$ 50 mil por um Toyota Corolla igual ao de Franklin, o negócio foi acordado em um site de vendas. A Polícia descobriu que o carro real era o de Franklin, e que o veículo que estava com Sandro havia sido roubado e adulterado.
De acordo com a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), a investigação do caso ainda está em andamento. "O veículo que o homem que estava com o carro clonado deu como entrada na compra foi recuperado e devolvido ao dono. Agentes realizam diligências para identificar todos os envolvidos", disse ao UOL Carros. A vítima, no entanto, não recuperou os R$ 50 mil investidos.
Já o Detran-RJ, disse que a Diretoria de veículos está dando prioridade para resolver a situação com celeridade. Em breve, o proprietário vai receber o documento e uma nova placa, sem ônus. "Quanto à fraude processual, o Detran.RJ está investigando por meio de sua Corregedoria".
UOL Carros também entrou em contato com a Senatran - Secretaria de Trânsito do Governo Federal - responsável pelo aplicativo "Carteira Digital", mas não obteve retorno.
Informações que facilitam a fraude
Existe uma forma de clonar o veículo que vem se popularizando na internet: o golpe do Renavam, denunciado por UOL Carros. Os bandidos utilizam o número desse documento (ou do chassi), que segue o carro durante toda a sua vida útil, para ter acesso a diversas informações sobre o dono. Para conseguir o número, o criminoso se passa por um comprador interessado no carro, mas diz que precisa do documento para conferir se há débitos.
Segundo o Detran-SP, antes de comprar um carro usado, realmente é importante fazer uma consulta sobre possíveis débitos, bloqueios, restrições e histórico de vistorias do veículo no site do órgão. Para isso, é necessário inserir a placa e o número do Renavam. No entanto, é importante saber quem está recebendo esses dados, pois podem ser criminosos se aproveitando do procedimento.
O Departamento de Trânsito explica que é ainda mais perigoso compartilhar o número do chassi. "Não é necessário informar a identificação do chassi, uma vez que, além de não ser uma informação essencial para conclusão da negociação, ainda pode ser utilizada em veículos clonados, normalmente frutos de roubo e/ou furto", disse por meio de nota.
Renavam dá acesso a outras informações
Marco Vieira, advogado membro da Câmara Temática de Esforço Legal do Contran, explica que o código Renavam é considerado o número de identidade do veículo. Ele acompanha o veículo da fabricação até a baixa definitiva.
"Além de informações como placa de identificação, cor, marca, modelo, chassi, débitos e restrições, é possível saber todo histórico do veículo a partir desse número. Como todo documento, não é recomendável que pessoas estranhas tenham acesso a tais informações", explica.
Ele afirma que a posse das informações da placa de identificação veicular e do código Renavam por meliantes pode acarretar sérios danos ao proprietário. "Existem quadrilhas especializadas em fraude documental. A placa de identificação e/ou o veículo são clonados a partir de informações e dados de um automóvel regular em circulação. Com isso, a vítima pode sofrer danos, como multas, suspensão do direito de dirigir e até cassação da CNH", esclarece Vieira.
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