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Paula Gama

REPORTAGEM

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Ônibus cheio? Saiba quanto o preço da gasolina impacta o transporte público

Em Curitiba, toda vez que o combustível sobre R$ 0,10, o BRT ganha 5 mil novos passageiros mensais  - JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Em Curitiba, toda vez que o combustível sobre R$ 0,10, o BRT ganha 5 mil novos passageiros mensais Imagem: JORGE HELY/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Colunista do UOL

01/07/2022 04h00

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Sempre que o preço do combustível sobe, não tem jeito, mais pessoas têm que deixar o carro em casa para recorrer ao transporte público. Como consequência, os ônibus e metrôs ficam mais cheios. Ao avaliar essa correlação, pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) perceberam que o BRT da capital paranaense lida com um aumento de 5 mil passageiros mensais cada vez que o litro da gasolina sobe R$ 0,10.

Um dos autores do estudo, o pesquisador Luis André Wernecke Fumagalli, afirma que as pessoas levam em conta diversos fatores quando definem como vão se deslocar. Entre eles, estão a duração da viagem, a segurança e o conforto. O custo também exerce influência determinante. "O proprietário não vende o carro e começa a andar de ônibus. Ele deixa na garagem. E aí, quando ele volta a achar que vale mais a pena usar o carro, ele para de se locomover por transporte público", avalia.

Para o estudo, foram analisados o histórico das seis linhas do BRT de Curitiba, que cruzam e conectam a capital paranaense em várias direções e representam quase 30% do total de usuários transportados diariamente na cidade. O estudo reuniu informações relativas a um intervalo de dez anos. Dois modelos matemáticos foram criados e aplicados para analisar as variações no preço dos combustíveis, nas tarifas do transporte público, no número de passageiros e no volume de veículos nas ruas entre janeiro de 2010 e dezembro de 2019.

Andar de carro custa o dobro

A prefeitura de Curitiba fez uma análise para entender o quanto a opção de utilizar o BRT se justifica. Para se ter uma ideia, em um deslocamento de 16 km (ida e volta) de um bairro ao Centro de Curitiba com o carro mais econômico do mercado, o motorista gasta mais que o dobro do que se optasse pelo transporte público.

Para os 16 km (média percorrida em ida e volta pelos usuários dos BRTs na ligação bairro-Centro) com um veículo 1.0 flex seriam necessários R$ 540 mensais. Este valor leva em conta o gasto com gasolina (cerca de R$ 150 em 20 dias úteis), o IPVA mensal (R$ 140) e a mensalidade média de um estacionamento no Centro (R$ 250).

Já na opção pelo ônibus, com o pagamento de duas passagens diárias, o valor mensal chegaria a R$ 220, dispensados os custos com IPVA, estacionamento e gasolina. Nesse cálculo ainda não estão considerados seguro do carro, gastos com revisões e investimento na compra do veículo.

A prefeitura de Curitiba chegou à conclusão que o alto custo para manter um carro próprio, somado aos constantes aumentos dos combustíveis, tem feito com que a população busque outros meios de deslocamento.

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* Com informações de Agência Brasil