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De BMW a Caoa Chery: como funcionará a nova era de carros sustentáveis
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A Caoa Chery apresentou, em apenas uma tacada, cinco novos veículos eletrificados para a sua gama: um 100% elétrico, um híbrido plug-in e três híbridos leves. Para a montadora, o futuro da mobilidade é claro: usa eletricidade como fonte de energia para o transporte. Mas esse não é o único caminho para a descarbonização enxergado pela indústria.
Enquanto vários grupos apostam na eletricidade como solução a longo prazo, gigantes como BMW e Porsche olham para outros caminhos. Diferentemente da visão da Caoa Chery - que acredita que os motores a combustão já entregam o máximo que podem quando o assunto é economia de combustível - a BMW vai continuar investindo e desenvolvendo propulsores desse tipo, para buscar resultados mais eficientes.
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Enquanto diversas fábricas prometem um futuro 100% elétrico para as próximas décadas, a BMW continua investindo em motores tradicionais em paralelo com seus eletrificados. A marca está trabalhando em uma nova geração de motores a gasolina e até mesmo a diesel, com seis cilindros e oito cilindros, mas garante que estarão tecnologicamente preparados para as futuras normas de emissões.
A Porsche também não enxerga a eletricidade como único caminho. 70% dos carros esporte produzidos em toda a história da montadora ainda estão rodando, por isso, a marca busca uma solução que não seja, necessariamente, eletrificada. Para tanto, aposta na gasolina sintética, que não utiliza petróleo em seu processo produtivo. Ano passado, inaugurou a primeira fábrica do combustível no Chile. Ele será produzido a partir de água e gás carbônico e pode ser utilizado em qualquer carro a gasolina.
O detalhe é que esse produto não deixa de emitir gases poluentes, mas é compensada porque em seu processo de produção há uma captura de gás carbônico da atmosfera, reduzindo o efeito estufa. De acordo com a Porsche, os e-combustíveis podem reduzir até 90% de emissões em motores a combustão.
Melhor dos dois mundos
Um estudo da Applied Energy 289, apresentado pela Caoa Chery para embasar o caminho escolhido, mostra que, globalmente, os híbridos flex são mais eficientes para a redução de gases efeito estufa do que os próprios modelos elétricos. Isso porque, em sua produção, o etanol capta moléculas de CO2, compensando parte dos gases emitidos na atmosfera no processo de combustão.
Outro ponto é que, diferentemente do que acontece no Brasil, onde 83% da energia elétrica é produzida por fontes renováveis, no mundo, 73% da energia não pode ser considerada limpa. Considerando esses parâmetros, um carro a gasolina - somando fabricação, vida útil, energia utilizada para movimento e descarte - emite quase 200 gramas de CO2 a cada mil quilômetros rodados. Um modelo 100% elétrico abastecido com a energia europeia emite cerca de 150 g a cada mil quilômetros. Um híbrido flex ficaria na faixa de 100g.
Considerando a evolução da matriz energética europeia nos próximos anos, em 2050, um elétrico emitiria em torno de 80g, enquanto o híbrido flex ainda ganharia por pouco, de acordo com o estudo.
Decisões urgentes
Apesar das apostas, a verdade é que o tempo está cada vez mais curto em relação às exigências regulatórias. Os novos modelos da Caoa Chery, por exemplo, utilizam tecnologias disponíveis para atender às normas atuais de emissões exigidas pela Rota 2030 - programa de desenvolvimento da indústria automotiva do governo brasileiro. Em 2026, estima-se que o programa fique de 10% a 12% mais duro.
Na Europa, a previsão é que a partir de 2035 não se venda mais carros a combustão. Mas montadoras do grupo Stellantis, Ford e Renault preveem o fim da oferta desses modelos já para 2030. Não é possível adivinhar o futuro, mas os caminhos do amanhã que se escrevem hoje parecem estar bem definidos no rumo da eletricidade.
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