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VW Kombi já teve versão elétrica muito antes da nova ID.Buzz; conheça

Colunista do UOL

12/03/2022 04h00

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(SÃO PAULO) - O lançamento da ID. Buzz é um dos êxitos - talvez o mais emblemático até aqui - de um plano de eletrificação iniciado pela Volkswagen ainda na década de 70 (não por acaso às vésperas da crise do petróleo de 1973).

O projeto, que tinha por objetivo "explorar fontes alternativas de energia para se tornar menos dependente de combustíveis fósseis", como explicava a empresa, se concentrou nas primeiras gerações do Golf - que no fim das contas se tornou, em sua sétima encarnação, o primeiro Volkswagen de propulsão exclusivamente elétrica produzido em massa.

Elektro T2 frente  - Divulgação  - Divulgação
Elektro-Transporter usava base da segunda geração da Kombi, a T2
Imagem: Divulgação

Contudo, o pioneiro do tal projeto, o primeiro Volkswagen a trocar gasolina por eletricidade foi a Kombi, em 1972. Apresentado na Hannover Trade Fair (uma feira de negócios na Alemanha) daquele ano, o Elektro-Transporter foi um experimento destinado a frotas de empresas e estatais.

Elektro T2 perfil - Divulgação  - Divulgação
Intercambiável e pesando 880 kg, bateria ia instalada no piso do compartimento de carga
Imagem: Divulgação

Um dos "clientes" foi a cidade de Berlim, que segundo a marca alemã comprou sete das cerca de 120 unidades montadas da Kombi elétrica. Chegou a instalar, no distrito de Tiergarten, uma estação para que se trocasse a bateria esvaziada por uma cheia, bastando para isso remover a peça, instalada sob o compartimento de carga. Simples como abrir e fechar uma gaveta, essa operação durava cinco minutos.

Elektro T2 picape  - Divulgação  - Divulgação
Modelo também saiu na versão picape
Imagem: Divulgação

Mas era possível recarregar a bateria também através de um conector. No mesmo compartimento onde originalmente ia o motor boxer refrigerado a ar, um elétrico da Bosch rendia 22 cv, com picos de 44 cv e 16 kgfm de torque, o bastante para alcançar razoáveis 75 km/h de máxima. A capacidade de carga era de 800 kg, sendo que apenas a bateria pesava 880 kg.

Elektro T2 traseira  - Divulgação  - Divulgação
Ao lado do compartimento do motor, o conector para recarga da bateria
Imagem: Divulgação

Também havia sistema de recuperação de energia, que usava o mesmo princípio da energia cinética extraída do acionamento dos freios.

Elektro T2 motor - Divulgação  - Divulgação
Motor elétrico no lugar do boxer a ar original
Imagem: Divulgação

Enquanto a Elektro-Transporter carregava uma bateria de chumbo de 21,6 kWh, a ID. Buzz leva uma de íon de lítio, de 77 kWh. Dados oficiais de autonomia ainda não foram divulgados, mas é certo que a ID. Buzz rode com uma carga bem mais do que os 85 km que a antiga Kombi elétrica percorria antes de precisar de recarga.

Avançando 50 anos no tempo, a ID. Buzz segue o mesmo conceito. - a diferença reside na evolução da tecnologia.