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O que uma semana de Jeep Commander pode ensinar sobre carros de 7 lugares

Colunista do UOL

20/11/2021 04h00

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(SÃO PAULO) - Não apenas a tração 4x4 promete abrir os caminhos do novo Commander. A obsolescência de alguns concorrentes, a aposentadoria de outros e as poucas opções em sua faixa de preço sugerem que para o segundo modelo de sete lugares da Jeep no Brasil alcançar a liderança do segmento poderá ser mais tranquilo do que uma trilha de final de semana.

Números iniciais de pré-venda - ainda sem ter provado suas qualidades, portanto - sugerem que um Jeep mais luxuoso do que o Compass e capaz de levar sete ocupantes é o que muitos queriam: 2.800 unidades vendidas em apenas 6 horas; nos primeiros quinze dias, acumulou 7.000 pedidos. Apenas no primeiro mês de existência o Commander já encosta nos líderes, Toyota SW4 e CAOA Chery Tiggo 8.

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

Principal embate do Commander será com o Tiggo 8. Não apenas pelos preços iniciais semelhantes (R$ 205.990 do Jeep na configuração Limited 1.3 turboflex e R$ 195.990 do CAOA Chery, com motor 1.6 turbo), mas porque o SW4 é mais caro (R$ 266.890 a R$ 380.290) e mais antiquado, construído em chassis de longarina. Demais correm por fora na disputa por famílias grandes.

E o que o Commander (o melhor nome para um carro da Jeep, diga-se) tem para enfrentar o modelo chinês?

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

Primeiro, duas versões (Limited e Overland) agraciadas com dois tipos de motores cada, totalizando quatro ofertas - mais cara é a Overland T380, a R$ 279.990, objeto de nossa análise.

De cara, o Commander mostra-se imponente e elegante. A solução estética na coluna C e as lanternas estreitas deram elegância e leveza a um carro de 4,77 metros de comprimento e 1,70 m de altura. Na frente, a assinatura Jeep está lá, mas sem se igualar ao Compass.

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

Na cabine, impressiona o filete dourado que percorre a base do painel, este forrado em veludo. Porta-copos e porta-carteira/celular convenientes, além de comandos do ar-condicionado e do rádio (que felizmente manteve volume e estação em botões físicos) à mão compõem uma ergonomia elogiável.

Outros momentos de luxo são peça que envolve a alavanca do câmbio em "black piano", os bancos combinando couro e veludo e peças em aço escovado, como maçanetas e apliques no volante. Deste, aliás, o motorista configura o painel de instrumentos, que ao tentar agradar se digitalizando deixou as coisas mais confusas.

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

Mas não chega a pegar mal, como as hastes de indicação de direção, de plástico tosco, praticamente as mesmas de um...Fiat Mobi. Outro relapso foi no descanso do pé esquerdo, muito recuado e bom para quem calça até 34; deveriam ser mais avançados e pé tamanho 46. Um mal da plataforma que também abriga Toro, Renegade e Compass.

Se o pé esquerdo é maltratado, o direito não tem do que reclamar. Os 170 cv de potência e 38,7 kgfm de torque lidam bem com um carro de 1.908 kg. Há segurança nas ultrapassagens e acelerações decentes. Boa parte do bom trabalho é do câmbio automático de nove marchas.

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

Na condição de carro de sete lugares, o Commander garante bom espaço tanto na segunda fileira (na qual os ocupantes ficam em posição ligeiramente mais alta) quanto na terceira (esta mais indicada a crianças).

De quebra, um porta-malas de 661 litros com a terceira fileira recolhida e 233 litros com esta levantada.

Jeep Commander TD380 Overland - Marcos Camargo/UOL - Marcos Camargo/UOL
Imagem: Marcos Camargo/UOL

No mais, o Commander tem a estirpe de uma marca octogenária - o que o Tiggo 8 vai levar tempo para conquistar.