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Como Voyage 'proibido' para brasileiros ficou no País e por que é diferente
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(SÃO PAULO) - O Fox que todos conhecem - aquele lançado em 2003, por 12 anos frequente no ranking dos dez carros mais vendidos do Brasil e que hoje vive flertando com a aposentadoria, - não foi o único Fox que a Volkswagen exportou. Naquele início da década passada, sua missão era ocupar o posto de carro de entrada da marca na Europa.
Voyage e Parati receberam o mesmo dever em 1987, só que os destinos eram Estados Unidos e Canadá. E sabe-se lá por que, na América do Norte atendiam por Fox e Fox Wagon.
Eram mais chiques, os Voyages e Paratis embarcados para a América do Norte. Levemente distintos na estética, também carregavam exclusividades mecânicas: para-choques de impacto (mais salientes), catalisador, aviso de cinto de segurança desafivelado, cinto traseiro de três pontos...Fala-se em cerca de 2.000 ajustes nos exemplares para exportação.
Que inclusive anteciparam coisas que o Voyage teria posteriormente, como painel com comandos-satélite e injeção eletrônica (recurso inaugurado no Brasil pelo Gol GTi, em 1988). Até 1993, foram exportados aproximadamente 202 mil Fox, enquanto a Fox Wagon, de carreira mais curta, teve 25 mil unidades despachadas em dois anos.
Cumpre frisar que a dupla jamais fora vendida oficialmente no Brasil.
Porém, uma pequena leva ficou com executivos da Volkswagen à época - situação que lembra a história dos Fuscas Última Série "de Diretoria".
Nenhuma fonte consultada pela coluna soube dizer quantos exemplares do Fox e da Fox Wagon ficaram por aqui. Sabe-se apenas que o motor AP 1.8 teve o sistema de injeção substituído pelo carburador, padrão no Voyage então.
Uma dessas raridades está à venda na ZN Garage, na zona norte de São Paulo, por R$ 50 mil. "O carro está todo original, exceto pelo cabeçote, que recebeu injeção eletrônica. Por aqui, só conheço esse e mais um. E dizem que há uma Fox Wagon por aí", explica o comerciante André Ribeiro.
40 anos
Esbarrar num Fox - leia-se Voyage gringo - é tão difícil quanto encontrar outras versões do sedã que acaba de completar 40 anos.
Lançado em maio de 1981 como segundo membro de uma família (BX) que já tinha o Gol e no ano seguinte aumentaria com Parati e Saveiro, o Voyage é coadjuvante no mercado de clássicos, na opinião de alguns especialistas.
"Nunca vai chegar no preço do GTi. Nem conversíveis, como Escort XR3 e Kadett GSi, estão na balada do GTi, que carrega uma carga sentimental muito forte ainda. Mas o Voyage tem o espaço dele", avalia José Paulo Parra, do Circuito de Leilões.
Pela experiência de Ricardo Viana, da Old Is Cool Motors, "mesmo modelos especiais, como o Sport e o GLS, são carros de baixa liquidez, abaixo até da Parati, que tem tido um aumento interessante".
Contudo, quem não topa bancar os R$ 120 mil que se tornaram o padrão para um bom Gol GTi pode encontrar em Voyages raros um acesso mais barato à popular família de "quadrados" da Volks.
"Nesse caso a procura deve começar pelos Los Angeles, depois pelo Super", sugere Viana, referindo-se à série limitada em homenagem aos Jogos Olímpicos dos EUA e ao modelo vendido apenas sob encomenda, que vinha com para-choque na cor da carroceria, defletor dianteiro, relógio digital e bancos Recaro - ambos de 1984.
Dessa fase vale citar o raríssimo Plus, uma série limitada de 1985 cuja missão era trazer o motor AP 600 para a gama.
Auge da esportividade na linha Voyage foi o Sport, de 1993, que ostentava bancos Recaro e emprestava do Gol GTS o motor 1.8. Um desses foi vendido pelo pessoal d'O Acervo por R$ 40 mil.
Em 1996, o Voyage saiu de linha - para voltar em 2008 totalmente renovado.
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