Hoje SUV da moda, Tracker já penou com alma de Suzuki e lanterna do mercado
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(SÃO PAULO) - "Tracker", em português, significa perseguidor, rastreador e até mesmo cão de caça, dependendo do dicionário. Pois é um nome que cai bem no SUV da Chevrolet, que desde 2001 busca sucesso no mercado nacional, mas só agora com chances reais.
Lançado bem quando a pandemia estourou, o Tracker não se intimidou. Em abril, mês do grande tombo da indústria na era Covid-19, foi o jipinho mais vendido, segundo números da Fenabrave, representante dos concessionários.
Ou seja: enquanto o mundo parecia (e parece cada vez mais) embicar para o precipício do fim, aquele Onix mais altinho conquistou, mais do que rivais estabelecidos, aqueles ainda com humor para comprar um automóvel.
Dali até setembro, visitou andares superiores da hierarquia varejista que suas duas gerações antecessoras jamais puderam. No acumulado do ano, parece estar na quinta posição apenas por ter largado tempos depois.
Há razões para o bom desempenho comercial. O Tracker tem empáfia, o interior é agradável e prático, os dois motores turbo (1.0 de 116 e 1.2 de 133 cv) andam bem e bebem pouco, o câmbio é gentil e obediente e, no fim, é um carro gostoso de dirigir. Não é carro para entusiastas, porque em velocidades mais altas a direção é imprecisa e, de modo geral, é uma dirigibilidade meio anestesiada. Mas uma anestesiada até que boa.
E se o porta-malas não vai além de decente com seus 393 litros, pelo menos tem a útil base ajustável em dois níveis. Em resumo, um bom carro, que nada tem de azarão na corrida pelo Prêmio UOL Carros.
Fase Suzuki
Ocorre que o Tracker penou para chegar até aqui. Desde 2001, para ser exato, quando a Chevrolet o lançou sobre a base do Suzuki Grand Vitara, então produzido em Rosário, na Argentina. Na época, a General Motors era dona de 20% da Suzuki e o acordo permitia "emprestar" modelos.
Bem no começo era equipado com um motor 2.0 turbodiesel da Mazda, gerador de 87 cv. Mas, em 2002, tanto Tracker como Grand Vitara trocaram o motor japonês pelo Peugeot de 108 cv. Chegar aos 100 km/h demorava não mais 21, mas sim 13 segundos.
Embora fosse um guerreiro no off-road, suas vendas não compensavam e então a GM interrompeu a importação. Para enfrentar Ford EcoSport e Mitsubishi TR4, no final de 2006 a montadora retomou as vendas do jipe, que agora contava com um 2.0 a gasolina, de 128 cv. Esse eu dirigi: pesado, cansativo, lento e desconfortável.
Em 2009, a primeira geração se despediu definitivamente.
Mas a segunda apareceu só em 2013. Importado do México e sobre nova plataforma, o Tracker era acompanhado de um motor 1.8 flex, de até 144 cv, e de um câmbio automático de seis marchas. Agora sim o Tracker assumia o destino de carro urbano, mais adequado ao então incipiente segmento de SUVs compactos nacionais.
Mesmo assim, o topo do ranking de vendas era distante para as caras versões Freeride e LTZ. Culpa do preço, pasmem, de R$ 71.990 - que hoje não compram nada no segmento. E da limitação das cotas de importação: por se tratar de um produto trazido do México, cada marca podia embarcar 4.800 unidades sem imposto de importação. Resultado: no final de 2016, o modelo tinha apenas 8.558 unidades emplacadas, contra 55.758 do líder Honda HR-V.
No final de 2017, a GM reestilizou o modelo e lhe deu um motor 1.4 16V turbo (153 cv) no lugar do 1.8 16V aspirado. De repente, o Tracker finalmente se tornava um carro atraente. Logo saiu do mercado, contudo, abrindo caminho para a geração atual.
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