Estudo mostra aumento da busca por híbridos e queda de carros tradicionais

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Estudo da Global Automotive Consumer, realizado pela Deloitte, aponta para o crescimento do mercado de híbridos. O estudo, que entrevistou 30 mil pessoas em 30 países, revela que a busca por carros com motorização híbrida tem ganhado força, enquanto o interesse por veículos exclusivamente elétricos tem apresentado uma desaceleração.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o número de consumidores que planejam comprar um carro movido a combustão caiu para 62%, enquanto a intenção de compra de veículos híbridos subiu para 26%, um aumento de 6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Em contraste, os carros elétricos representam apenas 5% das intenções de compra.
De acordo com a pesquisa, a popularidade dos híbridos pode ser explicada pela combinação dos benefícios de economia de combustível, redução do consumo e maior autonomia, com os veículos híbridos oferecendo o que é visto como "o melhor dos dois mundos".
A solução híbrida permite que os motoristas aproveitem a energia elétrica para deslocamentos curtos, enquanto a motorização a combustão atende a distâncias mais longas. Isso torna os híbridos uma alternativa atraente para os consumidores que buscam sustentabilidade sem abrir mão da praticidade.
No Japão e na China, o interesse por veículos híbridos também segue expressivo, com 43% e 33% dos consumidores, respectivamente, considerando essa opção como próxima aquisição.
Adesão lenta dos elétricos
No entanto, apesar do crescimento dos veículos híbridos, a adesão aos carros elétricos tem sido mais lenta. Embora esses veículos apresentem vantagens ambientais, como a redução de emissões, a infraestrutura de recarga ainda é um desafio, com pontos de recarga limitados e tempos de recarga que podem chegar a até sete horas. Isso pode explicar, em parte, a cautela do consumidor diante da compra de um carro 100% elétrico.
Além disso, o estudo revela que o fator tecnológico continua a desempenhar um papel importante nas decisões de compra dos consumidores. A inteligência artificial nos carros, por exemplo, tem atraído uma resposta positiva, especialmente em mercados como Índia e China, onde mais de 75% dos consumidores consideram os sistemas baseados em IA como um benefício.
Já nos Estados Unidos e no Reino Unido, a aceitação da tecnologia é mais moderada. A implementação de IA, além de contribuir para a segurança e o conforto, promete tornar a experiência de condução mais eficiente e conectada. No entanto, a pesquisa aponta que, apesar do crescente interesse por tecnologia, os principais fatores que orientam a decisão de compra continuam sendo o preço, a qualidade do veículo e seu desempenho.
Outro ponto importante destacado pela pesquisa é a mudança nas preferências de consumo entre diferentes gerações. No Brasil, por exemplo, veículos híbridos podem ganhar mais adesão, combinando a preocupação com a sustentabilidade com a conveniência da mobilidade.
Para os consumidores da geração Y (entre 18 e 34 anos), a busca por alternativas de mobilidade integrada, como os serviços de transporte compartilhado, está em ascensão, especialmente em grandes centros urbanos, onde a infraestrutura de transporte público e a oferta de estacionamento são fatores determinantes.
O estudo faz a leitura que a lealdade à marca varia conforme o país. Na China, por exemplo, há uma maior disposição para experimentar novas marcas, enquanto nos Estados Unidos o público está mais dividido, e no Japão, a fidelidade é mais pronunciada. Esses aspectos culturais podem influenciar a dinâmica de compra de automóveis em diferentes mercados.
Embora o avanço tecnológico seja um dos atrativos adicionais dos consumidores, a oferta de veículos com uma combinação eficiente de motorização, preço acessível e bom desempenho ainda são fatores predominantes.
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