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Honda, 50 anos: veja 10 motos que fizeram a história da marca no Brasil
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Em 26 de outubro de 1971, nascia a Honda Motor do Brasil Ltda. A empresa, instalada em um pequeno escritório no bairro da Pompéia, capital paulista, iniciou suas atividades importando as motocicletas que já faziam sucesso na Europa e nos Estados Unidos.
Desde então, a empresa passou de mera importadora para a maior fabricante de motocicletas do país, com 78% de market share e 757.866 unidades produzidas em 2020.
"O Brasil é o maior mercado da América do Sul e abriga a sede da Honda na região. A empresa está no país há 50 anos e hoje produz localmente automóveis, motocicletas e produtos de força. Somos mais de 11.000 colaboradores, mais de 250 fornecedores e 1.300 revendedores exclusivos", destaca o Presidente da Honda South America, Atsushi Fujimoto.
A Honda tem atualmente três unidades fabris no Brasil. A planta de Manaus (AM), fundada em 1976, é uma das maiores fábricas de motos da empresa no mundo, com capacidade para produzir dois milhões de motos/ano, além de fabricar os geradores e motores estacionários da marca, desde 2001.
O estado de São Paulo abriga duas plantas que produzem motores automotivos e carros, uma em Sumaré, aberta em 1997, e a mais recente, em Itirapina, começou a operar em 2019.
Nesse meio século de atuação, a Honda já entregou 28 milhões de veículos no Brasil. Sendo que a grande maioria, ou cerca de 26 milhões, são motos, das quais metade da CG, o veículo mais vendido do País há décadas.
Por isso, e também porque, afinal, essa é uma coluna sobre motocicletas, selecionei 10 motos que contam a história dos 50 anos da Honda no Brasil. Como são muitos modelos vendidos ao longo dessas cinco décadas, optei por escolher duas motos por década, para relembrar a trajetória da maior fabricante de motos do País; confira.
Honda S 90 (1971)
As primeiras motos Honda a chegarem ao Brasil foram as pequenas SS-50V e S90, ainda importadas. Ambas tinham motores quatro tempos, com um cilindro posicionado de forma horizontal, como ainda acontece com as motonetas da marca, Biz e Pop.
A S90 era mais potente e tinha câmbio de quatro marchas e um belo estilo clássico. O modelo, aliás, já fazia sucesso no País, vendida por importadores independentes, e estrelou a famosa novela "Beto Rockfeller".
Já a "cinquentinha" SS 50V tinha menos potência, mas seu câmbio já oferecia cinco velocidades. Os modelos eram bem parecidos, apesar da diferença de capacidade do motor. Mas a S 90 tinha o escape baixo, enquanto a SS 50V usava um escape mais alto.
Honda CG 125 (1976)
A Honda CG 125 marcou a abertura da fábrica de motocicletas Honda em Manaus (AM). Praticamente um "Fusca" em duas rodas, pois foi a primeira moto de muitos motociclistas, a CG "Bolinha" ganhou esse apelido em função de suas formas arredondadas.
O modelo também tinha diversos cromados e um estilo que marcou época. A CG 125 foi fabricada com essa configuração até 1978. O modelo fez sucesso: vendeu mais de 46 mil unidades em apenas dois anos e virou sinônimo de economia e bom desempenho na época.
XL 250R (1982)
Primeiro modelo trail produzido pela Honda no País, a Xiselona fez história nas trilhas de todo o Brasil. A XL 250R chegou com uma inovadora suspensão traseira Prolink, na qual o monoamortecedor tinha links ao invés de ser fixado diretamente à balança. O garfo dianteiro, de longo curso, podia ser ajustado com ar comprimido, por meio de bicos de ar posicionados em cima das bengalas.
Com a escassez de modelos puramente off-road no mercado, pois as importações eram proibidas, a XL 250R foi a primeira moto de trilha de muito trilheiro. O modelo, inclusive, venceu a 1º edição do tradicional Enduro da Independência, realizado em trilhas mineiras.
CBX 750F (1986)
Apesar do sucesso da linha CB 400 e 450 na primeira metade da década de 1980, escolhi a CBX 750F pois foi a primeira moto de quatro cilindros vendida pela Honda no Brasil. Em 1986, as primeiras unidades do modelo foram importadas pela Honda, com uma autorização especial do governo, e chegaram às lojas custando mais do que um Chevrolet Opala Diplomata, um dos automóveis mais caros à época.
A CBX 750F 1986 tinha a cor preta, com grafismos em vermelho e cinza, e farol duplo. Equipada com rodas de liga-leve, trazia regulagem de suspensão e um para-brisa que se encaixava perfeitamente com o desenho do tanque. Os modelos de 1986 são, hoje, raridade, pois foram vendidas pouquíssimas unidades com a roda dianteira de 16 polegadas.
A partir de 1987, a CBX 750F foi nacionalizada. Perdeu os ajustes na suspensão e ganhou roda aro 18 na frente, mas o ronco do seu motor de quatro cilindros em linha com 82 cv de potência máxima manteve-se encantador.
CBX 200 Strada (1993)
A Honda CBX 200 Strada era sonho de consumo de quem tinha uma 125 no começo dos anos de 1990. O modelo substituiu a CBX 150 Aero com linhas mais modernas e um motor maior e mais potente: o monocilíndrico de 196 cm³ produzia 19 cv de potência máxima. Detalhes como as rodas de liga leve, o painel com fundo branco e o disco de freio dianteiro chamavam muita atenção na época.
Para completar sua "esportividade" possuía defletores laterais acoplados ao tanque, escapamento esportivo e balança traseira de seção retangular. Equipada com partida elétrica, a Strada foi um sucesso de vendas, com 179.277 unidades produzidas entre 1993 e 2002.
Biz
A C 100 Biz foi outra aposta de sucesso da Honda. Projetada no Brasil, a Biz substituiu a C 100 Dream, modelo mundialmente famoso, com um tempero brasileiro. Os engenheiros da Honda criaram um design mais moderno e jovial para a CUB, mas a grande sacada foi trocar a roda traseira de 17 polegadas da Dream por uma menor, aro 14. Com isso, a Biz ganhou um útil porta-objetos sob o banco, uma das razões para seu sucesso entre as mulheres.
A primeira Biz tinha motor de 100 cc, com apenas 7,5 cv de potência. Outro fator importante para o sucesso de vendas da Biz foi o câmbio semiautomático e rotativo, com quatro marchas, facilitando bastante a condução por não possuir o manete de embreagem. A Biz evoluiu ao longo dos anos e hoje é vendida nas versões de 100 cc e 125 cc e já ultrapassou a barreira dos 4 milhões de unidades produzidas.
As 250 cc Twister e Tornado (2001)
No início dos anos 2000, a Honda trouxe para o Brasil um novo motor de 250 cc, com comando duplo no cabeçote (DOHC) e quatro válvulas que girava alto e tinha bom desempenho. O propulsor deu origem a dois modelos que foram enorme sucesso e deixam saudades até hoje: a naked CBX 250 Twister e a trail XR 250 Tornado.
Além do novo motor, os modelos tinham um design atraente e moderno que se destacava das concorrentes e, até mesmo, de outros modelos de baixa cilindrada vendidos pela Honda no Brasil até então. A Twister foi o sonho de todo proprietário de uma CG 125 e a Tornado era desejada pelos aventureiros e também pelos trilheiros, que usavam e abusavam do modelo nas provas de enduro.
Ambas ficaram em produção até 2009, quando entrou em vigor o Promot 3, que obrigou a Honda a aposentar o carburador e adotar injeção eletrônica de combustível nas sucessoras, CB 300R e XRE 300, esta última em produção até hoje.
O nome Twister foi um sucesso tão grande que, em 2015, a Honda aposentou a CB 300R e criou a CB 250F Twister, com outro motor de 250 cc.
CB 600F Hornet (2004)
Apresentada em 2004, mas já como modelo 2005, a CB 600F Hornet tem uma legião de fãs até hoje - tanto que ainda é a moto usada mais procurada em diversos sites de classificados.
O bom desempenho do motor de quatro cilindros em linha de 599 cm³, derivado da esportiva CBR 600F, suas especificações esportivas e a facilidade de pilotagem são algumas das características que fizeram a fama da Hornet. O modelo ficou em linha até 2014 e sempre o liderou o ranking das motos naked mais vendidas do País.
A primeira geração, carburada, produzia 96,5 cv de potência máxima a 12.000 rpm e deixava para trás as principais concorrentes, como a Suzuki Bandit 600 e seus 80 cv. Quadro em alumínio, rodas de liga-leve, pneus esportivos, bons freios e o inconfundível ronco do motor quatro cilindros em linha fez a Hornet vender mais de 48 mil unidades enquanto esteve em produção. Até hoje, os apaixonados pela Hornet lamentam que a naked tenha saído de linha.
PCX
Embora a Honda já tivesse tentado introduzir as scooters no mercado brasileiro, com a Spacy nos anos 1990 e a Lead nos anos 200, foi com a PCX que a categoria explodiu. Apresentada em 2013, a PCX 150 trazia itens que agregavam ainda mais praticidade as já naturalmente práticas scooters.
A PCX oferecia bom desempenho do motor de 150 cc, que contava com inédito "Idling Stop", sistema que desliga o motor em paradas mais longas para economizar combustível e poluir menos. A scooter de 150 cc oferecia bom espaço de armazenamento sob o banco, pois o tanque de combustível e o bocal ficavam no túnel central.
Prova do sucesso da PCX é que o modelo até hoje lidera o segmento de scooters, que vem crescendo a cada ano.
CRF 1000L Africa Twin (2016)
A Honda buscou inspiração nos desertos africanos para entrar no mercado de bigtrails, com a CRF 1000L Africa Twin, em 2015. O nome, herdado da famosa XRV 650 Africa Twin dos anos 1980, mostrava que a marca japonesa chegava com uma abordagem mais off-road e menos touring do que as concorrentes.
Equipada com motor de dois cilindros paralelos, a agora CRF 1000L chegou ao país em 2016, com roda aro 21 na dianteira e a proposta de ser uma moto off-road de verdade. Tinha (tem ainda) menos potência que as concorrentes, porém é mais leve e apta a aventuras fora-de-estrada.
Atualmente, a Africa Twin ganhou motor maior, de 1.100 cc, além de diversos controles eletrônicos e até câmbio DCT de dupla embreagem, provando que, na verdade, o consumidor de big trails procura um equilíbrio entre vocação off-road e conforto para longas viagens.
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