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Mulheres põem a mão na massa e preparam motos para acelerar na terra
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Neste sábado, 2 de outubro, quatro mulheres vão alinhar no grid da Liga Brasileira de Flat Track, modalidade disputada em uma pista oval de terra, em Sorocaba (SP), com motos preparadas por elas mesmas.
As pilotas - Bruna Wladyka (Curitiba/PR), Edna Prado (São José dos Campos/SP), Geane Santana (Brasília/DF) e Gisele Favaro (Varginha/MG) - colocaram, literalmente, a mão na massa, para preparar as Royal Enfield Interceptor 650 para a modalidade, famosa nos Estados Unidos.
As mulheres fazem parte do programa "Build Train Race" (construir, treinar e correr), promovido pela Royal Enfield no Brasil. Criado nos Estados Unidos, o programa, também conhecido pela sigla BTR, tem como objetivo promover a inclusão das mulheres no motociclismo. O Brasil é o segundo país do mundo a receber uma edição do BTR.
"Escolhemos o Brasil, pois, embora seja o segundo maior mercado da Royal Enfield nas Américas, há poucas mulheres de moto, além de ter uma cena mais consolidada de flat track", revelou Breeann Poland, gerente global de marcas da empresa, em entrevista à coluna. Bree explica que optaram pelas competições, para promover essa inclusão feminina, porque ela mesma já acelerou nas pistas no final dos anos de 1990 e início dos 2000.
Como funciona
A primeira fase do BTR consistiu na escolha das pilotas. Mulheres de todo Brasil enviaram vídeos mostrando suas habilidades, como pilotas ou como customizadoras. A equipe da Royal Enfield escolheu quatro delas para fazer parte do programa.
O nome Build Train Race já denuncia como funciona. Cada pilota recebeu uma Interceptor 650 original para construir uma moto de flat track, ou seja, fazer as transformações necessárias para a modalidade. Embora cada uma pudesse dar seu toque pessoal, era preciso preparar o modelo para acelerar na pista.
As modificações incluem alívio de peso, com a retirada de itens desnecessários no flat track, a troca da relação final por uma mais curta, a instalação de aceleradores rápidos e de um guidão mais largo, para permitir as derrapagens no circuito oval de terra. Uma curiosidade: o freio dianteiro é totalmente retirado, para reduzir o peso e também porque uma frenagem errada na terra pode significar uma queda.
No final de agosto, as competidoras brasileiras do BTR apresentaram, emocionadas, suas motos preparadas. Cada uma buscou inspiração na sua história pessoal dentro do motociclismo.
Treinar e correr
Passada a fase de "construir" (build), na última semana, elas começaram a "treinar" (train). Com a mentoria do piloto norte-americano profissional de flat track, Johnny Lewis, as escolhidas tiveram três dias de intensos treinamentos no final de setembro.
"A ideia era que elas fizessem parte de todo o processo. Não queríamos apenas formar pilotas, mas também ensinar a elas noções de mecânica, que elas entendessem o porquê das mudanças e alterações nas moto" revela Bree.
Neste sábado, elas vão disputar três baterias, de oito voltas cada, juntamente com outras categorias da Liga Brasileira de Flat Track. Ainda haverá disputas em novembro. Pouco importa quem será a vencedora. Afinal, todas já ganharam muita experiência em duas rodas.
Questionada se o objetivo foi atingido, ou seja, se o programa inspirou outras mulheres a acelerar motos nos Estados Unidos e no Brasil, Bree comemora: "Não só mulheres. Elas inspiraram todos, homens e mulheres, a preparar suas motos e fazer parte do motociclismo".
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