Yamaha MT-03 muda para manter liderança do segmento de motos naked; assista
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Desde que desembarcou no Brasil, em 2016, a Yamaha MT-03 liderou as vendas entre as motos naked. O modelo 2021, que chega às lojas agora em setembro, traz melhorias para enfrentar as concorrentes Honda CB 500F, Kawasaki Z 400 e KTM 390 Duke, e manter a liderança do segmento.
A Yamaha apostou em um design renovado, que remete aos modelos maiores da linha, como a MT-09, e certamente é um atrativo para o consumidor. Além de linhas mais modernas e um conjunto óptico de LED, a MT-03 2021 evoluiu em equipamentos e, principalmente, na parte ciclística.
Farol "Transformer"
As alterações visuais na nova MT-03 podem ser facilmente notadas, como as carenagens do tanque mais encorpadas, e o farol com desenho ousado que alguns dizem parecer um robô, enquanto outros apelidaram de "Jaspion" ou "Transformers".
Eu gostei, mas acho que a marca japonesa poderia ter encontrado um lugar melhor para fixar a buzina, que não combinou muito com o visual futurista. Destaque ainda para o novo painel, completo e digital, com uma tela generosa que facilita visualizar as informações.
Ao montar na moto, percebe-se que a posição de pilotagem também mudou: o guidão está mais elevado e a cobertura do tanque, estreita na parte traseira, permitindo um melhor encaixe das pernas. O resultado são costas eretas e uma posição de pilotagem que, na linguagem dos motociclistas, "encaixa" bem - ao menos para quem tem até 1,75 m - e transmite uma sensação de controle sobre a moto. Uma característica dos modelos da linha MT, vale ressaltar.
Já as pedaleiras ainda são recuadas e obrigam o piloto a flexionar muito os joelhos, o que pode incomodar aqueles que medem mais de 1,80 m. O assento em dois níveis e a posição são confortáveis para o uso urbano e viagens curtas, mas pode cansar em percursos longos. O que já era esperado, afinal a proposta não apenas desta, mas das nakeds em geral, é ser uma moto ágil para o dia-a-dia e divertida para um passeio com os amigos no final de semana.
Boa de curva
Era uma quarta-feira, mas um rolé de moto com os amigos foi exatamente o que fizemos para avaliar a MT-03 2021. A convite da Yamaha, em um grupo de jornalistas, percorremos a Estrada dos Romeiros, no trecho que liga Bom Jesus do Pirapora a Itu, no interior do estado de São Paulo.
A estrada parque corta uma área de proteção ambiental às margens do Rio Tietê, já bem poluído na região, e serve de destino para muitos grupos de motociclistas no fim de semana. Linda e repleta de curvas, foi o cenário ideal para avaliar as novas suspensões da compacta naked.
O garfo telescópico na dianteira não é uma escolha puramente estética. Esse tipo de suspensão reduz a massa suspensa na roda, o que ajuda na agilidade da moto, além de oferecer um amortecimento mais preciso.
Mesmo sem ajustes, os novos tubos de 37 mm de diâmetro com acerto de fábrica mostraram bom desempenho, transmitindo confiança nas curvas da estrada. Já na cidade, a sensação é que a MT-03 está mais leve, apesar do peso em ordem de marcha ter aumentado um quilo.
Os freios a disco nas duas rodas dão conta do recado de parar os 169 kg em ordem de marcha. Eficientes, não assustam e ainda contam com a segurança do sistema ABS. Em geral, o conjunto ciclístico evoluiu em relação à geração anterior.
Cilindrada não é tudo
O motor de dois cilindros paralelos não sofreu mudanças. Manteve a capacidade de 321 cm³, a menor entre as concorrentes. O que leva aqueles que compram moto por cilindrada a compará-la com modelos como a Honda CB 250F Twister ou a própria Fazer 250 da Yamaha. A comparação é descabida.
Além de ser bicilíndrico, o motor da MT-03 tem refrigeração líquida e 42 cavalos de potência a 10.750 rpm, ou seja, um desempenho bem mais esportivo do que as motos de um cilindro e arrefecimento a ar de 250 e 300 cc.
Basta acelerar na saída do pedágio, trocando de marcha quando o shif-light do novo painel acende, a 7 mil giros, e sentir o bom torque de 3,0 kgf.m para notar que não dá para comparar com Fazer e Twister. Isso sem falar na velocidade máxima que supera 160 km/h e a transmissão de seis velocidades.
Claro que esse bom desempenho tem seu preço, cobrado na bomba de combustível. O consumo também é alto quando comparado aos modelos citados, girando em torno de 18 e 22 km/litro. O tanque manteve os 14 litros de capacidade.
Mas vale pagar tanto por uma 300 cc?
Essa é a pergunta que os consumidores mais se fazem, por conta do preço de R$ 25.490 (sem frete) - menos de R$ 1.000 a mais do que o modelo anterior. Não há uma resposta válida para todos. Depende.
Se você quer uma moto econômica, para usar como meio de locomoção para ir e voltar do trabalho, talvez não valha a pena. Tanto a Fazer, como a Twister, que custam entre R$ 16.000 e R$ 17.000, vão lhe atender melhor.
Mas quem procura uma moto ágil e leve para usar no dia a dia, mas também gosta de fazer passeios no final de semana, a MT-03 é uma opção a ser considerada. Com acabamento superior e aspecto de moto maior, que chama a atenção nas ruas, a MT-03 tem bom desempenho na estrada e entrega diversão compatível com o preço cobrado.
As novidades certamente vão ajudá-la a manter o reinado entre as motos nakeds. Afinal, as concorrentes, embora tenham motores maiores, também ficaram mais caras, em função do dólar alto. A renovada Honda CB 500F, com 50,4 cv, chegou no começo deste ano e está sendo vendida por R$ 29.100; enquanto a Kawasaki Z 400, com 48 cv, lançada aqui no ano passado, custa R$ 26.990.
A nova MT-03 chega às lojas em 15 de setembro em três opções de cores: o cinza fosco das fotos, com rodas fluorescentes; o famoso azul da Yamaha e uma versão preta. A novidade é que agora o modelo tem quatro anos de garantia (a maior da categoria), além de preço fixo nas sete primeiras revisões.
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