Avaliação: Honda CBR 650R fica mais esportiva e segura na pista
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A nova Honda CBR 650R veio substituir a CBR 650F. Trocou o "F" de Fun (diversão) pelo "R" de Racing (corrida), deixou para trás o desenho comportado e ganhou melhorias na ciclística e na posição de pilotagem que a deixaram mais esportiva. A adoção do controle de tração e de freios melhores ajudaram a torná-la mais segura. Principalmente na pista, onde pudemos acelerar o novo modelo da marca japonesa que chegou às lojas em julho e está sendo vendida por R$ 41.080.
A troca do nome para 650R representa também uma mudança de filosofia. O objetivo era tornar o modelo mais "racing". A começar pelo design, com linhas claramente inspiradas na CBR 1000 RR Fireblade, assim como o conjunto óptico duplo, com LEDs. Com isso, a CBR deixou de ser apenas uma versão carenada da naked CB 650, para ganhar identidade própria.
Mas as novidades não se limitaram à roupagem. Leves modificações resultaram na perda de 1,9 kg no quadro. A suspensão dianteira agora usa um garfo telescópico invertido Showa SFF, com funções separadas, e o freio dianteiro recebeu pinças de fixação radial. Novas também são as rodas, mais leves e com cinco raios duplos, que calçam pneus de medidas 120/70-ZR17, na dianteira, e 180/55-ZR17, na traseira.
Alterações no motor e câmbio
O motor de quatro cilindros, arrefecimento líquido, DOHC e 649 cm³ manteve a mesma base, mas teve os pistões e a câmara de combustão redesenhados e o comando de válvulas alterado, para melhorar o desempenho em médios regimes.
Mas, ao contrário da versão europeia, as mudanças não trouxeram nenhum cavalinho a mais na versão brasileira, devido às leis de emissão de ruídos. O pico manteve-se em 88,4 cv a 11.500 rpm, 500 giros a mais do que a antecessora, e o torque caiu para 6,13 kgf.m a 8.000 rpm.
A transmissão de seis velocidades agora trabalha em conjunto com uma embreagem deslizante, que evita o travamento da roda traseira no caso de reduções mais bruscas, comuns na pilotagem esportiva. A nova embreagem reduziu em 12% o esforço necessário para o acionamento da alavanca, segundo a marca.
Na pista
Ao montar na nova CBR 650R, notam-se mudanças na posição de pilotagem também. Os dois semiguidões agora estão posicionado sob a mesa de direção, fazendo com que o piloto fique mais inclinado e "coloque" mais peso sobre o eixo dianteiro. Outra alteração que deixa clara a intenção da Honda em ampliar as capacidades esportivas do modelo.
O ronco dos quatro cilindros também está mais encorpado, graças ao novo sistema de escapamento. O que, por si só, já instiga a acelerar. Foi o que fiz. Em médios regimes, o motor parece mais cheio, mas demonstra vigor mesmo após os 8.000 giros. A potência abaixo de 100 cv não faz falta em uma pista como a do Haras Tuiuti, onde pilotei o modelo. Mas pode não ser suficiente em circuitos com retas longas.
A ciclística é inconfundivelmente Honda, neutra e amigável. Em poucas voltas já me sentia "em casa". O torque e potência do motor vem de forma linear e não assusta nem mesmo nas saídas de curva. Se você abusar, não se preocupe: a CBR 650R agora tem controle de tração. Mesmo em acelerações com a moto inclinada, sua atuação é discreta e não chega a atrapalhar. Mas, para os mais radicais, há opção de desligar o sistema.
Tanto a posição de pilotagem como as novas suspensões contribuíram para aumentar a sensação de controle da moto. Mesmo em curvas fechadas, o comportamento do trem dianteiro é bem previsível: basta apontar e deitar. A CBR 650R também está mais ágil nas mudanças de direção, graças ao menor peso suspenso na roda da frente. Um dos muitos benefícios do garfo invertido, que não traz ajuste, mas até que se comportou bem no circuito.
Vale ainda destacar o bom funcionamento das pinças de freio fixadas radialmente. Proporcionam uma "mordida" mais instantânea que na antiga 650F, ideal para pilotar esportivamente. Caso a força de frenagem seja exagerada, o motociclista conta com o sistema antitravamento (ABS), que teve pouca intervenção durante o teste. Ainda bem, pois não é possível desativá-lo.
Esportiva para todos
Todas as novidades na CBR 650R deram vida nova à esportiva média da Honda. Ficou menos "touring" e mais "sport", mais ainda assim funciona bem para pegar a estrada.
Por outro lado, posiciona-se como uma esportiva de entrada da marca no Brasil, já que a CBR 500R não vem mais para o nosso mercado. E tem a concorrência de apenas dois modelos Kawasaki: a Ninja 650, que custa R$ 32.990, mas tem motor de dois cilindros, 20 cv a menos e especificações mais modestas; e a Ninja ZX-6R, esta sim bem mais esportiva, com 130 cv, muita mais tecnologia, porem seu preço parte de R$ 51.990.
A nova moto Honda de 650 cc funciona como uma "mini-Fireblade", a superesportiva de 1.000 cc da marca, que custa mais caro (R$ 72.790), tem o dobro de potência (191,7 cv) e menos conforto, tanto para o piloto como para uma eventual garupa.
A nova Honda CBR 650R vai agradar quem procura uma esportiva acessível, tanto no preço como na pilotagem, e quer o ronco encantador de um motor quatro cilindros com o visual carenado.
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