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Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Cuidado no posto: por que completar o óleo do motor pode destruir seu carro

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Colunista do UOL

26/10/2021 04h00

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Já comentei com vocês algumas vezes a respeito de não completar óleo do motor. Tenho recebido, porém, algumas mensagens dizendo que existem manuais de carro que orientam esta prática, pois o nível baixa ao longo do tempo. Por isso, resolvi esclarecer essa questão de maneira mais simples.

Óleo de motor é realmente consumido ao longo do tempo. Uma parte minúscula dele, por exemplo, passa pelos anéis dos pistões e termina dentro das câmaras de combustão. Outra parte mínima desce pelas válvulas e também termina dentro das câmaras de combustão. Mais uma pequena parte termina no compartimento do filtro de ar pelo respiro do cárter. E por aí vai.

Mas tudo isso são partes muito pequenas que, em geral, não dão grande diferença no nível do óleo. Mas existem exceções, ou seja, alguns modelos de motores consomem óleo acima da média devido suas características.

Sendo assim, sempre ressalto a importância de vocês lerem o manual do proprietário e verificarem semanalmente o nível na garagem, com o motor frio, no plano. Em resumo, aquilo que vocês já sabem.

Agora vamos entrar na questão de completar. Deixar o nível de óleo baixar além da marca mínima na vareta fará faltar lubrificação no seu motor, que pode fundir. Isso todo mundo sabe, sem novidades.

Agora vamos às questões referentes a completar o nível de maneira equivocada. Primeiro é quando você completa sem necessidade, ou seja, o nível estava certo e você coloca óleo demais. Isso gera o risco do virabrequim girar dentro do óleo excedente e produzir espumas.

Espumas são bolhas de ar. Onde tem ar, não tem óleo, portanto nada de lubrificação. Perceberam que vocês terão falta de lubrificação por excesso de óleo? Olha que louco! E isso pode fundir o motor do mesmo jeito que óleo de menos.

Além disso, tem o problema de misturar óleos. Quando, por exemplo, seu mecânico usa uma marca com determinada especificação e o frentista do posto coloca outra, com características diferentes, os aditivos de cada um podem reagir entre si e anularem uns aos outros, comprometendo seriamente a lubrificação com resultados catastróficos.

E nem precisa ser a mistura do óleo mineral com o sintético para dar problema sério. Óleos com mesma especificação, mas de fabricantes diferentes, também trazem complicações, já que o lance todo são os aditivos reagindo.

Mas uma coisa tenho que dar crédito e tirar o meu chapéu para vocês, que me mandaram essas mensagens. Vocês estão lendo os manuais dos carros de vocês. Parabéns! Continuem fazendo isso! Prestem muita atenção a essas recomendações e às especificações de todos os fluidos recomendados pelos fabricantes. E quem não está fazendo isso... faça!