Custa pouco, mas não é legal: 4 carros tentadores que são grandes roubadas
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Por mais que o coração às vezes bata mais forte diante de uma pechincha, estou aqui para lembrar que nem tudo que reluz é ouro — especialmente quando o assunto é carro usado. Por isso, separei uma lista com modelos baratos, alguns até charmosos e bem equipados, mas que podem se tornar verdadeiras encrencas na sua garagem.
Começo pelos famigerados câmbios automatizados de embreagem simples, os famosos "mono-embreagem". Eu evitaria qualquer carro com esse tipo de transmissão.
Para ilustrar, escolhi o Fiat Linea 1.9 Dualogic. Ele é, por si só, um mico de mercado. Bonito, espaçoso e bem equipado, mas nunca teve boa aceitação. A versão com motor 1.9 e câmbio Dualogic é a pior de todas.
Esse motor tem manutenção cara e ainda usa correia dentada, o que exige atenção constante. Tudo isso num carro de cerca de R$ 25 mil. É tentador? É. Mas a dor de cabeça depois é certa.
Por falar em dor de cabeça, vamos aos franceses. Escolhi o Citroën C5 para representar essa categoria. A primeira geração desse sedã pode ser encontrada por R$ 12 mil a R$ 28 mil, e vem com aquela famosa suspensão hidropneumática — maravilhosa quando nova, mas caríssima para manter depois de anos de uso. O carro sobe e desce ao toque de um botão, mas a conta para consertar qualquer problema nele também sobe — e muito. Se der problema, a chance de você abandonar o carro na oficina é grande.
Temos também que falar de carros luxuosos. E aqui entra a Land Rover Freelander 1. Pode até parecer uma barganha encontrar um jipão desses por R$ 30 mil. Tem porte, tem motorzão, tem nome. Mas o motor V6 2.5, usado exclusivamente nele, tem peças difíceis e manutenção extremamente cara. Se você não tem grana de gente rica, fuja. Esse carro é barato porque ninguém quer manter.
E não poderia deixar os chineses de fora dessa lista. Especialmente os da primeira leva, quando muitas marcas vieram ao Brasil só de passagem. Um exemplo clássico é o Geely EC7. Sedã médio com bom espaço interno, cheio de equipamentos e aparência honesta.
Mas a Geely mal ficou um ano por aqui. Foram apenas 644 unidades emplacadas no país, todas em 2014. O carro pode ser até bom, mas não tem peças, não tem rede de assistência, e nem referência no mercado. Se quebrar um farol ou para-brisa, boa sorte pra encontrar reposição.
No fim das contas, todos os modelos que citei têm algo em comum: o preço atrativo e a aparência tentadora. Mas são armadilhas disfarçadas. Comprar um carro desses é como casar com uma dívida constante — e, pior, sem chance de se livrar depois.
Então, fica aqui o meu alerta: por mais barato que pareça, pense duas vezes antes de levar essas encrencas para sua garagem.
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